Vento em meus cabelos, me sinto parte de todos os lugares
Abaixo de mim há uma estrada que desapareceu
Tarde da noite eu ouço as árvores,
Elas estão cantando com a morte
Sobre minha cabeça....
Guaranteed - Water on the Road - Eddie Vedder【န ━━━━━━━━━━ ~DနM~ ━━━━━━━━━━ န】
"Não tenho medo do mar, não tenho medo do seu temperamento difícil e inconstante, pois sou igual. Meu medo é que a minha incapacidade não me deixe salvar aqueles que amo." (Diário de Ayana)
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Quando saímos do porto rumo a Vixen, meu pensamento estava cheio de ansiedade enquanto olhava para o mar imenso a minha frente. Eu queria me afastar o mais rapidamente da costa de Khur, não porque eu estivesse ansioso para bolar algum plano de enfrentar um inimigo perigoso, mas porque queria ter a sensação e a segurança de que Ayana e meus amigos estariam bem. Avançávamos com dificuldade, devido às ondas que pareciam que engoliriam o navio a cada cinco minutos, mas não podíamos parar. Cada centímetro a mais para frente era de fundamental importância.
Após dias naquele navio, algo não parecia se encaixar. Já deveríamos ter chegado ao menos perto da barreira, mas parecia que o mar tinha outros planos para nós. Tentei afastar esse tipo de pensamento e me concentrei em cuidar de Ayana. Tudo o que eu fazia ali era por ela, principalmente depois de constatar que ela não pararia de trabalhar mesmo se eu implorasse de joelhos.
Após um almoço em que parecia que ela devoraria até os pratos, perguntei o que ela tinha para nos contar, mas ela bocejava tanto que achei melhor sugerir que descansasse um pouco. Assim que estivesse mais disposta, ela falaria. Para minha surpresa, ela aceitou dormir pelo menos vinte minutos à tarde, algo que parecia impensável em sua rotina puxada.
Fiquei no quarto com ela, peguei um livro qualquer que tinha por ali para ler enquanto ela dormia tão placidamente que me dava pena acordá-la na hora que ela havia pedido, mas novamente parece que o mar tinha outros planos e alarmes desesperados de sinos foram ouvidos por todo o navio.
Ayana acordou de um pulo e saiu da cabine ainda descalça, sem pensar duas vezes.
Escutei apreensivo um soldado informar Ayana que havíamos entrado na região que detinha o recorde de maior número de naufrágios de todas as ilhas e esse recorde não era sem motivos. A zona era fria, com turbulências térmicas e ondas acima da altura média para a sua latitude. A navegação por aquelas águas era dificultada por fenômenos anormais surgidos com as bruscas variações de temperatura.
– Droga – Ayana praguejou – fomos arrastados até perto da costa de Nikatawa no fim das contas. Vamos tentar usar a força da água para nos mandar para o lado oposto da ilha, nosso destino segue sendo a barreira e o limbo.
– Sim, senhora – ele falou e saiu correndo enquanto gritava ordens.
Trix chegou pouco depois, com a roupa completamente enxarcada.
– Precisamos de você, Ayana – ela falou apressada – vamos perder o navio desse jeito. Não tenho o raciocínio rápido para sair daqui. Estamos sendo puxados com rapidez para perto das ilhas de pedras de Nikatawa.
Primeiro Ayana empalideceu e tremeu visivelmente, apertou a boca com força e depois olhou para mim, talvez minha expressão estivesse pior do que eu esperava, porque no fim ela sorriu para me tranquilizar.
– Não esquenta, já saí várias vezes daqui – ela me deu um beijo no rosto de maneira apressada e quando Yugo se aproximou ela sorriu para ele também – Tentem ficar para dentro do navio. O convés vai estar um pouco perigoso. Aylin soube que você navegava com a sua gangue, é verdade?
Aylin afirmou com a cabeça.
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Dois mundos
FantasíaAyana tinha a vida pre-determinada por uma profecia e ela estava bem com isso, até que ele chegou bagunçando todos os seus sentimentos. Ele só queria conquistar mais terras, mas descobriu que a vida poderia ser o seu bem mais valioso. *Minha criança...