Fala comigo
Conta teus medos
Pode confiar, vai ser nosso segredo
Mostrar que a vida pode ser bem mais
Que aquilo que você imaginou
Let Me Be The One – IZA Feat. Maejor【န ━━━━━━━━━━ ~DနM~ ━━━━━━━━━━ န】
"Liberdade, foi o que senti quando falei aquelas palavras para ele..." (Diário de Ayana)
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Incapaz de conter a angústia terrível de saber que eu não poderia mandar Kai, Trix ou Daneel embora e tentando controlar o desejo terrível de me render ao sentimento quente e acolhedor que aparecia ao imaginar que eu os seguiria vendo, resolvi sair da sala, me despedindo apenas com a cabaça de Daneel.
Daneel estava certo, eu estava buscando justificativas, mas no fim, se eu arrastasse Kai e Trix assim como eu queria, estaria tirando a escolha deles e isso não era certo.
– Ayana, tudo bem?
Trix apareceu repentinamente no meio do salão de recepção. Sua feição sofrida me trouxe à tona a imagem do seu irmão e de Hagne morrendo. Já haviam se passado quase duas semanas desde a morte deles. Dentro de três dias já era a apresentação de Kai e o amuleto dele ainda levaria pelo menos mais uma semana para ficar pronto.
Fiquei olhando para ela, que seguia esperando qualquer resposta da minha parte. O choro novamente entalou na minha garganta e me perguntei quantas vezes eu já havia chorado desde o dia do ataque... era impossível contar. A maior parte do tempo meus olhos estavam molhados.
Se eu abrisse a minha boca para responder, então eu saberia que as lágrimas não iriam mais parar. Fiquei ali imersa em pensamentos, de pé no meio da sala, olhando para Trix, oscilando entre o desejo de me render a uma tristeza silenciosa e me jogar nos braços da minha amiga e a necessidade dos meus afazeres.
Após finalmente conseguir forçar o corpo, deixei Trix dando apenas um aceno como resposta e fui até o depósito para examinar os mantimentos. Eu não pesei e não medi nada, mas vi que a farinha não chegaria até o fim da semana, que já não havia mel para adoçar nada, as embalagens com folhas de chá estavam quase vazias e que já não havia mais caça. Olhei com desânimo aquele depósito juntando poeira e senti uma certa urgência de voltar ao trabalho ao lembrar da quantidade de famílias refugiadas ali e quando eu estava prestes a chamar alguém para que me atualizasse de mais coisas, meus olhos pousaram em sacos e sacos de grãos que foram trazidas de Vixen. As caixas com outros mantimentos que Argus havia comprado seguiam fechadas e meu coração doeu ao lembrar dele.
– Obrigada, moderninho, por não permitir que morramos de fome – sussurrei tentando sorrir – Tudo bem, Ayana. Hora de dar pelo menos um pouco de apoio para as famílias que estão aqui.
Sai dali e fui fazer o que eu já deveria ter feito há muito tempo. Passei de família em família para conhecer suas reais necessidades, saber quantos haviam, quem estava doente e diversas outras coisas e a vontade de chorar ameaçou me afogar cada vez que uma família me recebia dizendo que o rei já havia passado por ali. Saía com rostos esperançados atrás de mim e agradecimentos por eu trazê-lo em segurança. Nesse mesmo dia informantes chegaram dizendo que uma mensagem já havia sido enviada para Vixen trazer mais medicamentos e alimentos, a mensagem deveria ser passada para o rei. Eu não sabia que Kai havia pedido medicamentos e comidas de Vixen.
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Dois mundos
FantasyAyana tinha a vida pre-determinada por uma profecia e ela estava bem com isso, até que ele chegou bagunçando todos os seus sentimentos. Ele só queria conquistar mais terras, mas descobriu que a vida poderia ser o seu bem mais valioso. *Minha criança...