. . . . . ╰──╮ 45. Ayana╭──╯. . . . .

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Eu vou ver você brilhar
Eu vou ver você crescer
Vou fazer uma prova (sinal)
Então você sempre saberá
Assim como um mais um é dois
Que nunca haverá um pai
Que amou sua filha mais do que eu amo você
Paul Simon - Father And Daughter

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"Como resistir ao seu rosto sorridente, já ressecado pela idade? Sua simplicidade e todo seu amor guardado para mim? O amor de Anastácia e Armani é a coisa mais inexplicável que existe. Tive meus pais sempre comigo, mas nunca havia enxergado com tanta certeza quanto naquele momento." (Diário de Ayana)

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Um dia antes da nossa partida, ficamos na companhia de algumas poucas pessoas que pareciam valer a pena e quando partimos todos se despediram com desejos de sorte para a campanha do rei. Lançavam flores pelo caminho e o reverenciavam como se fosse um deus. Kai não parecia se importar e tenho a sensação de que inclusive ele gostava daquilo.

Nosso caminho até o porto pareceu extremamente tranquilo em vista do que havia sido a nossa vinda.

Passei, como prometido, na pousada de Anastácia que parecia extremamente mais magra e me abraçou de uma maneira que parecia que não soltaria nunca mais.

– Anastácia, eu preciso respirar – falei tentando me soltar do abraço forte dela.

– Armani, venha – ela gritou – Ayana está de volta.

Os olhos chorosos dela me fizeram rir no começo e o assombro dela foi tão real que me fez rir ainda mais.

– Você parece diferente. Está de bom humor – ela falou me estudando – pensei que estaria triste por causa do...

Foi o suficiente para que a minha felicidade fosse embora.

– Não deveria falar essas coisas, Anastácia – Armani a repreendeu – devemos deixar que os mortos descansem.

Engoli em seco. Trix, Kai, Yugo e Aylin seguiam atrás de mim. Eles conversavam entre eles e agradeci por Trix estar distraída.

– E as crianças? – perguntei baixo para Armani.

– Sinto muito, Milady – ele suspirou – fizemos o que pudemos.

– Entendo.

– Oras, onde estão nossos modos? Vamos entrando, todos vocês.

Ele deu espaço para que entrássemos e buscou algumas bebidas. Apresentei formalmente Yugo e Aylin. Trix acabou fugindo dos abraços e lamentos da Anastácia e avisou que me encontraria no navio no dia seguinte.

Estávamos todos no bar da pousada, conversando e jogando cartas. Um jogo que eles acabaram por me ensinar, chamado buraco. Fiz dupla com Kai e para a minha surpresa, era tão fácil ganhar que cheguei a me perguntar como aquilo era possível.

– Desisto, vocês parecem invencíveis juntos. Na próxima terão que jogar separados – Yugo falou se levantando – preciso fumar.

Armani chegou na mesma hora em que Yugo se levantou e ofereceu fumo para ele da própria pousada, assim ele não precisaria se preocupar com isso quando estivéssemos em alto mar.

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