Como irmãos de sangue
Irmãs inseparáveis
Sim, nós juramos naquela noite
Que seriamos amigos até morrermos
Mas a mudança dos ventos
E como as águas fluem
A vida é curta como o cair da neve
E agora eu vou sentir sua falta, eu sei
Coldplay - Everglow【န ━━━━━━━━━━ ~DနM~ ━━━━━━━━━━ န】
"Eu os perdi, perdi para a morte implacável que incontáveis vezes abriu um buraco na minha alma, uma ferida aberta que sei nunca mais cicatrizará. Esperem por mim junto do meu irmão, logo irei ao encontro de vocês..." (Diário de Ayana)
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A emboscada era certa, mas em tão pouco tempo de treino eu com certeza não estava preparado para uma luta real.
Quando as lâmias chegaram, senti o peito apertar de uma maneira sufocante. Eram lindas, talvez as criaturas mais lindas que eu já havia visto na vida. Eram lindas e mortais. Tentei lembrar a minha cabeça que aqueles seres comiam homens e crianças. Ayana me falou diversas vezes sobre a preferência que as lâmias sentiam por recém-nascidos e isso foi o suficiente para me fazer sair rapidamente do meu estupor. Quando finalmente pude ver a realidade, a única coisa que eu via era uma onda de seres brancos devastando tudo e todos como águas agitadas. A rapidez com que chegaram e mataram mais da metade dos guerreiros ali era apavorante.
– Onde está o rei? – a lâmia que parecia liderar gritou – eu sei que ele está aqui. Eu o quero, não deixarei a profecia acontecer.
Elas estavam me procurando, mas como elas sabiam que eu estava ali? A resposta veio de maneira terrivelmente forte na minha cabeça... Nilo.
"Se precisar de qualquer coisa majestade, apenas me chame" – o tal de Khalil falou ao se despedir. Talvez eu pudesse chamá-lo, mas como eu fazia isso? Apenas falava ao vento como ele havia dito?
A realidade bateu novamente com força. Durante toda a minha vida eu lutei contra seres humanos. Sempre tive vantagem contra a minha própria gente, mas agora eu não tinha esse poder.
Olhei ao redor tentando buscar qualquer saída. Eu precisava aprender a chamar esse tal de Khalil. Quando olhei na direção de Argus, ele não parecia estar tendo sucesso na sua tentativa de querer matá-las. Corri até ele.
– Argus, tenta focar. Você não se resume em vontades instintivas, você tem o poder de escolher o que você quer fazer – eu falava e apertava o seu ombro, apertei com força. A intenção era fazê-lo voltar – É o sangue dos seus amigos que elas querem. Droga, Argus... sai dessa – fechei a mão e bati nele. Eu não estava com raiva, mas estava começando a ficar desesperado.
Ele voltou a si puxando muito ar e olhou para mim de maneira assustada.
– Não deixe o sentimento te dominar, você domina o sentimento – o lembrei, e por fim vi a determinação de volta em seus olhos.
– Obrigado, majestade – ele respondeu rapidamente e correu com a sua espada descendo e acertando algumas das lâmias próximas.
Usei o arco enquanto pude, as pessoas ao meu redor lutavam incansavelmente. Por ter ido em socorro de Argus, eu estava em uma posição horrível. Eu conseguia acertar as lâmias de longe, não estava de fato difícil, mas não estava preparado para lutar corpo a corpo com uma delas. Meus movimentos foram lentos quando uma delas se aproximou e antes mesmo da minha mão tocar o cabo da espada na minha cintura, ela já estava ao meu alcance. Quando o sangue respingou pelo meu corpo, olhei ainda com o coração batendo forte que o sangue não era meu. Não havia ferimentos no meu corpo. Olhei horrorizado a pessoa que me defendeu.
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Dois mundos
FantasíaAyana tinha a vida pre-determinada por uma profecia e ela estava bem com isso, até que ele chegou bagunçando todos os seus sentimentos. Ele só queria conquistar mais terras, mas descobriu que a vida poderia ser o seu bem mais valioso. *Minha criança...