. . . . . ╰──╮ 35. Kai╭──╯. . . . .

72 13 107
                                    

Quando você sorri
O mundo inteiro para e fica olhando por um tempo
Pois, garota, você é incrível
Exatamente como você é
Just The Way You Are – Bruno Mars

━━━━━━━━━━ ~DM~ ━━━━━━━━━━

"E naquele momento, eu era a mulher mais feliz do mundo..." (Diário de Ayana)

━━━━━━━━━━ ~DM~ ━━━━━━━━━━

Estávamos em um salão oval, iluminado com diversos castiçais. A lua brilhava diretamente pela janela deixando tudo com um ar estranhamente mágico, como se o cenário tivesse saído diretamente de algum livro de romance e até mesmo esse cenário me deixava ansioso.

Por que eu estava ansioso? Eu a queria, isso estava claro, mas aquele casamento era apenas um contrato para que ninguém a julgasse. Mas se era só isso, por que eu me sentia daquela maneira?

Assim como eu havia combinado com Trix, Ayana entrou com uma pequena vela em suas mãos juntas, sendo acompanhada de Trix. Quando a vi meu coração deu um salto que parecia que iria esquecer o como batia corretamente. Ela estava linda.

Escutei como os três sacerdotes ao meu lado resmungavam sobre o absurdo que era ela não entrar amarrada, mas Daneel apenas os olhou de maneira pétrea fazendo-os calar.

Ela parecia deslizar pelo chão em passos silenciosos, me fazendo esquecer por completo todas as dificuldades que eu passei para chegar ali. O vento que entrava pela janela batendo em seu cabelo deixava a cena ainda mais digna da magia que parecia rondá-la.

"É apenas um contrato", tentei repetir para mim mais uma vez. Aquele não era eu. Aquele que parecia se entregar tanto as próprias emoções não podia ser o mesmo homem que cresceu nas ruas atropelando tudo o que sentia. Mesmo assim, ali estava eu, olhando para a mulher que em poucos dias havia levado tudo de mim.

Quando ela se aproximou, ela deixou a vela nas mãos de Trix e eu tomei sua mão direita. Não precisou de muito para que o sacerdote a nossa frente começasse o ritual de casamento. Supostamente abençoou duas alianças que Daneel havia conseguido, mas parecia perdido por não seguir seus próprios costumes. Decidi ajudá-lo a terminar.

– De onde eu venho – falei virando para ela – nossas promessas são as que são válidas. Não importa quem preside a cerimônia, de nada adiantaria se o que falássemos fosse mentira. Estamos aqui, com testemunhas e sacerdotes para que essa união seja válida perante a sociedade e você entrou por aquela porta livremente, não amarrada como uma mercadoria, mas livre e agora, eu quero saber se dessa mesma maneira, você irá aceitar ser a minha esposa.

Seus olhos brilharam com a luz das velas, ela parecia querer segurar o choro a qualquer custo e imaginei o quanto ela ficaria linda com toda aquela maquiagem borrada pelas lágrimas e sorri ao constatar o pensamento estranho que eu estava tendo.

– Eu entrei por aquela porta – ela falou baixo, mas firme – entrei livremente e quero me tornar sua esposa para que eu possa ser testemunha dos seus sorrisos mais felizes e cativantes.

Eu engoli em seco. Ela sem dúvidas não havia ensaiado aquele texto já que nem sabia que nos casaríamos no mesmo dia em que eu havia pedido isso a ela. Suas palavras eram verdadeiras e isso me deixava em uma emoção intensa. Um sentimento bom que me fazia flutuar e sorrir como um bobo.

Dois mundosOnde histórias criam vida. Descubra agora