Dois mundos

. . . . . ╰──╮ 8. Ayana ╭──╯. . . . .

E me sentei em remorso
Por todas as coisas que fiz
Por todas que abençoei
E por todas que errei
Em sonhos até minha morte
Vou vagar
Like A Stone – Audioslave

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"Eu senti a morte perto e ela estava me abraçando de maneira carinhosa e calorosa, mas eu não a quero. A vida pode ser bem mais dolorosa e triste, mas ainda quero ar nos meus pulmões" (Diário de Ayana)

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Eu havia matado a sereia e o sangue dela subia sem parar. Em contrapartida eu estava com um ferimento grande na barriga. Ferimento que seria cicatrizado rápido se eu conseguisse sobreviver.

Eu já havia parado de me debater, já não tinha forças para nadar até a superfície e até mesmo o medo já estava me abandonando.

A luz que invadia a água me fazia lembrar de sonhos distantes que eu tinha e quando ia me entregar aquela estranha sensação de dor, uma mão me puxou com força para a superfície.

Meu corpo foi puxado para dentro de um barco, mas eu tinha os olhos pesados. Eu queria ar, eu precisava de ar, mas não o sentia. Não sentia nada entrando nos meus pulmões.

Senti o rosto de alguém se aproximando do meu rosto.

– Droga! – uma voz masculina preencheu meu ouvido, mas sua voz estava distante e distorcida – Respira!

Senti mãos pesadas comprimindo meu peito. Eu estava realmente acordada? Ou estava alucinando. Nem eu mesma sabia dizer. Talvez eu estivesse inconsciente e tudo aquilo não passasse de alucinações, ou talvez meu corpo de "filha dos deuses" estivesse me impedindo de perder a consciência como era devido? Mãos desesperadas levantaram um pouco a minha cabeça, pareciam querer esticar o meu pescoço e depois fecharam meu nariz. Senti algo tapando a minha boca, e eu pude sentir uma pequena quantidade de ar entrando. Tentei acordar, eu queria acordar. Aquilo era muito doloroso...