C37. Primavera

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DIAS DEPOIS

Voltei para o meu quarto no andar de cima, arrumei minhas roupas no armário. Aquele guarda roupa era tão espaçoso que dá e sobra gaveta, prateleira e cabide para o triplo do triplo que havia trago na minha mala. Mala essa que tinha feito para uns dois dias então não trouxe muita coisa. Vez em quando Johnny me emprestava suas próprias blusas, então repetia roupa por baixo e só colocava o casaco dele por cima e pronto. Não é por nada não mais o cheiro das roupas dele ficava em mim até depois de tomar do banho. E não que eu ache ruim!

Eu sou uma pessoa que vem de um país tropical, então esses últimos dias tem sido quase uma luta, não era só chuva o dia todo o problema é que ela vinha carregada de ventos e com uma temperatura muito fria, diferente da casa que se mantinha sempre aquecida ainda bem. Johnny disse que era completamente normal e logo a primavera faria o seu nome.

Como não tinha muita coisa pra fazer no dia-dia, pois eu evitava o lado de fora e não queria ser tão invasiva dentro da casa dele, foquei em saber o que estava acontecendo no Brasil e descobri que todas as escolas e instituições também fecharam. Por sorte estava no grupo da sala e pelo whatsapp via todas as mensagens e conversas sobre o que tinha que fazer. As aulas foram reajustadas e adaptadas para serem online, e coincidindo com fuso horário aqui seria sempre às 02 e 03 horas da Tarde. Além das aulas off-line que são outras matérias completamente EAD.

Johnny muito fofo pôs uma escrivaninha branca no meu quarto, nem precisava poderia ir pra cozinha usar a mesa comum ou até mesmo ficar deitada na cama assistindo as aulas mais não dava pra impedir o homem, ele é muito gentil. Tô usando uma mesa que veio de outro cômodo vazio que ele não usa; na hora que eu vi achei linda, o puxador da gaveta era preto fazendo contraste a cor dela, e mudando uma poltrona que tinha no canto da parede ele colocou a escrivaninha lá. Nunca imaginei isso, não que a mesa fosse pesada (até que era leve) mais ele poderia facilmente chamar alguém pra fazer isso; como disse Johnny é prestativo.

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[...]

Algumas atividades infelizmente tinham que ser escrita à mão, pus meu celular no apoiador que havia na mesa e comecei a escrever em um caderno o que o professor pedia enquanto explicava detalhadamente. Assim... nada contra mais eu deixo a câmera e o microfone desligados, cinco ou seis pessoas mostrava o rosto numa boa e como sempre em toda aula alguém tocava no assunto da Pandemia e eu só ouvia. Depois de responder as questões com ajuda da apostila online tirei uma foto da folha e mandei por e-mail, tudo feito pelo meu celular.

Ouvi toques na porta e olhei.

- Acabou?

- Hãham, sim.

- Hoje o dia tá perfeito vamos?... Agora!

- Tá bem, só vou porque você tá insistindo muito.

- Rsrs...

Peguei um casaco descemos as escadas e saímos. Johnny queria me levar para uma loja meio deposito que tinha na Vila, era um lugar onde "guardava" coisas novas, por isso parecia uma loja quando precisasse era só ir lá, porém como tudo ali era dele, o homem só pegava e pronto.

Ele falava disso a dias mais especificamente do nada ele queria ir hoje, claro que com o tempo aberto e azul poderíamos finalmente andar por aí. Senti ele um pouco estranho. Tipo mais do que já é haha. Eu gosto da animação dele talvez seja só isso mesmo.

Ao chegarmos pegou um carrinho começando a rodar o local. Na área da livraria peguei um caderno de dez matérias comum e uma coleção de canetas para escrever (não tinha separadas) Só com isso já podia ir embora mais Johnny sendo a figura que é, pegava diversos acessórios alegando que vou precisar. Ele pegava aqueles adesivos de marcar pagina, tesoura, mais caneta e diversos lápis, marca texto e uns copos para deixar os acessórios separados. Ele até pegou um mural estilo grade pra pôr na parede e pendurar alguma coisa ou aviso, tipo? Eu disse que não precisava mais era como falar com uma planta.

Johnny Depp: Minha Sweet ChildOnde histórias criam vida. Descubra agora