C12. Grandes Olhos

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Explicação:. Não é uma pintura qualquer aleatória. É uma homenagem minha a Margaret Keane artista responsável que desenvolveu essa obra. Quem tiver interesse do porquê ela desenha especificamente crianças bem tristes de olhos grandes podem ver na sua biografia e assistir seu filme retratando o direito de seus quadros que foi usurpado por outra pessoa, além de ser dirigido pelo Tim Burton. Eu amo o universo estranho, e nesse capítulo escolhi com propósito de homenageá-los nem que seja um pouquinho. Já que nessa Fic se passa ao redor do Johnny Depp praticamente tudo se interligou; a visita ao museu com o quadro da pintora em exposição, ter o Tim envolvido por trás na produção, e a Annie dentro desse universo conhecendo tudo.

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TERÇA-FEIRA 09:30 DA MANHÃ.

Annie ON

Acordo na minha cama e vejo praticamente um rolo de papel higiênico ao fim. Estou sem sono, não faço ideia que horas seja, mas sinto um alívio tão grande acompanhado de uma enorme fome também. Resolvo ir até a ponta da cama para me levantar e vejo vários papeis amassados no chão. Fui até o banheiro pegar o pequeno cesto e voltei pro quarto jogando todos eles no lixo.

Tirei minha roupa e adentrei no chuveiro, tomei um banho rápido. Queria lavar o cabelo mais a fome estava muito forte e a água um pouco fria assim como o meu corpo, então até mais tarde eu lavo. Saio e visto um moletom com uma calça confortável para o frio.

Preparo uns ovos mexidos com dois pães e uma garrafa de iogurte; sim minha fome é imensa e sinto que posso comer ainda mais da conta, porém ainda tenho receio de pedir serviço de quarto. Sentei-me à mesa que pra mim sozinha é grande demais e olhei por todo lugar vendo cada detalhe da sala e vi o livro alugado jogado no sofá.

Continuo comendo tranquilamente pensando em tudo que me ocorreu ontem. Não seria a primeira vez que isso acontece. Me refiro a mistura dos pensamentos. Eu não sou muito de chorar, sou expressiva e lacrimejo às vezes por algum filme ou rindo de uma piada. Mais aquela intensidade de choro aconteceu pelo simples fato de eu sempre guardar pra mim sentimentos tristes como se tivesse acumulando, e quando chega alguma situação por exemplo a de ontem... tudo transborda e pronto solto tudo de uma vez. E é só, talvez seja errado, pode ser, mais até agora não me sinto prejudicada, ao contrário me sinto bem.

Pensamentos que nunca tive na vida começam a surgir do nada para me fazer chorar ainda mais. O lado positivo é que eu tenha conseguido segurar o bastante para fazer isso sem ninguém me vendo. Seria constrangedor. Uma vez eu estava com minha mãe no consultório do oculista e na sala de espera havia uma TV cheia de propaganda repetitiva e li sobre o choro. Praticamente chorar não é sinal de fraqueza, mais sim de equilibrar os sentimentos do corpo.

Eu não estou mais com tanta raiva daquela mulher, sei que errei lhe entregando meu documento, mas ela podia ter sido mais simpática me explicando que precisava tirar outro aqui, para facilitar o processo. Enfim, eu não quero mais vê-la ou pensar nela, me sinto bem, parece que descarreguei um fardo de tão leve e disposta que estou agora.

Pensando o que faria o dia todo, fui interrompida por batidas.

Andei até a porta e destranquei vendo a Jay parada mexendo em seu telefone. Ela ergueu a cabeça olhando pra mim e fez um sorriso.

- Oi, bom dia. — Sorri de lado e dei passagem.

- Bom dia. — Respondi saindo da porta e voltei pra mesa finalizando o café da manhã.

- Como você está? — ela olhou pra mim aparentemente preocupada.

- Estou ótima. — sorri fechado. — E você?

Johnny Depp: Minha Sweet ChildOnde histórias criam vida. Descubra agora