C31. Domingo de Manhã

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15 de Março 2020

Sinto uma luz incomodando meu rosto, quando abro vejo que era um raio de sol passando através da janela. Me espreguiço e só então percebo que estou sozinha naquele quarto. Depois de sentar entre os lençóis chamo pelo Johnny mais não obtive resposta. Vou ao banheiro lavar o meu rosto, meu celular não tá comigo e não faço ideia de que horas são. Passo pelo corredor no intuito de descer as escadas, e depois de pisar no último degrau escuto vozes vindo de um cômodo. A voz de uma mulher e dele que reconheci em segundos.

Aparentemente era a cozinha, chego devagar não querendo ser intrometida, olho para o balcão vendo Johnny sentado de costas. Uma senhora para o que estava fazendo e olha pra mim. Johnny se vira no intuito de que havia alguém ali.

- Annie! - ele pronunciou sorrindo.

Dei um sorriso de lado, me aproximando devagar.

- Oi... - falei e ele se levantou vindo até mim.

- O que tá fazendo em pé, ia levar o café pra você.

- Não precisa. - neguei desviando o olhar, ele estava bem na minha frente com suas duas mãos em mim.

- Vem. - me puxou para o balcão.

Conheci a Nadide, sentei para tomar café da manhã com Johnny, e pode ser pela luz do dia mas ele está tão bonito com essa blusa preta, a cor do cabelo deu-lhe um novo rosto, pelos óculos consigo enxergar um pouco a sua orelha através da lente, não encarei muito (por motivos óbvios) sei que foi um período difícil mas estou tranquila que conseguimos descansar. Claro que ele não tá cem por cento, mas já é um progresso.

John estava sentado do meu lado, havíamos terminado porém nenhum dos dois saiu do lugar. Ele pôs sua mão em cima da minha.

- Olha como o dia tá azul. Podíamos dar uma volta o que acha?

- Pode ser. - acenei confirmando.

Nos levantamos e ele abriu a porta da cozinha que levava ao quintal. Pelas janelas podia esperar um dia quente mais não, a temperatura estava equilibrada nem parecia ensolarado, ao contrário ainda sentia frio.

- Olha... - ele apontou depois da cerca. - Tá vendo aquelas árvores ali? Atrás daquela casa? Tá um pouco longe e não dá pra ver direito daqui, mas garanto que tem lago perto delas. É bonito, tem um jardim por perto fazendo caminho, quero te levar lá você vai adorar.

- Então vamos logo. - disse animada.

- Agora... agora?

- Eh... - rir.

Ele pareceu pensar em segundos e fixou o olhar em mim confirmando. Fechou a porta atrás da gente segurou na minha mão e fomos. Passamos pelo quintal em direção a rua. É literalmente uma vila com casas, lojas, esquinas e muito verde.

- Tem pessoas aqui? - ele olhou pra mim. - Tipo morando.

- Alguns chegam a dormir aqui são bem poucos na verdade, os que trabalham diariamente se hospedam do outro lado, não aqui, essa área é minha e privada. Os outros vem a cada uma ou duas vezes no mês pra fazer manutenção ou manter a limpeza. É um lugar solitário, pra quem deseja se esconder do mundo.

Ele deu um sorriso fechado.

- É lindo. Eu certamente me perderia.

- Então não me solte garotinha. - ele fez gracinha e eu neguei irônica.

- Como se desse pra te perder de vista. - murmurei.

- Está ali.

Estávamos em uma local alto e nessa vista dava pra ver o lago, era bem em frente encerrando um caminho de chão começando uma trilha de terra, dava pra ouvir alguns sons de patos pelo local, como estávamos parados eu olhava ao redor entre as árvores tentando encontrar um.

Johnny Depp: Minha Sweet ChildOnde histórias criam vida. Descubra agora