C36. Vai ficar tudo bem

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Após o banho guardei meu sabonete líquido na mala e retiro a tolha do cabelo para penteá-lo. Com a temperatura da água morna e do quarto quente eu não estava mais sentido tanto frio. Um blusão e um short confortável era o suficiente. Depois de vestida voltei para a cama, sento nela olhando para o nada pensando no que aconteceu. De memória nada, depois da viatura foi tudo muito rápido, lembro da queda e ainda sinto ardência dos arranhões quando eu toco, olho pro meu braço e vejo cicatrizes de furos... disso eu não lembro mesmo. Baymax se aproximou me trazendo de volta a realidade e junto uma sensação enorme de fome.

- Caraca que fome. - faço carinho em sua cabeça e ele sobe na cama para deitar.

Acho que ele tá com sono, porque bocejou se encolhendo no fim da cama ficando quietinho, o espaço é tão grande e ele escolhe logo a pontinha dela. Eu nunca vi problema em relação a cães e gatos na cama, ao contrário dos meus pais que acredita em ser nojento. Não é porque ele é meu primeiro cachorro mais eu faria qualquer coisa que ele me pedisse. A leveza e a calmaria que ele traz pro meu peito não tem preço, meu novo e eterno objetivo agora é apenas mima-lo pra sempre.

Faço carinho em seu focinho e na cabeça até perceber que ele dormiu. Me levanto para lavar as mãos no banheiro e resolvo sair do quarto. A casa não estava toda iluminada, eram poucas luzes acesas espelhadas pelos cantos, o suficiente para enxergar, me aproximei da sala onde a luz era mais centrada e perto do sofá vejo um carrinho com bandejas e um prato. Tiro para checar vendo arroz, carne, salada tudo temperado, pego o jarro de suco pra matar minha sede, sento no sofá praticamente pegando de tudo e eu juro, tá muito bom. Uma delícia.

- Vai devagar, o carrinho não vai fugir de você. - ergui o olhar para vê-lo escorado segurando um sorriso de canto.

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NARRADORA

Ela não sabia há quanto tempo ele estava ali pois não havia notado sua presença repentina, mas John a observava há um tempinho e mesmo sabendo que ela estava com bastante fome ficou impressionado o quanto aquela pequena garota devorou quase tudo na bandeja em poucos minutos.

Annie se aprumou no sofá soltando o carrinho (ela tava segurando kk) e passou a comer sem tanta pressa.

- Pode ficar à vontade. - ele disse olhando e andando ao redor fingido estar distraído para ela não sentir desconfortável, sendo que na realidade o que ele mais queria era olhar pra ela.

Poucos minutos depois Annie encostou a cabeça para trás do sofá satisfeita pelo jantar, o ator sorriu ao vê-la daquela forma não resistiu ficar muito tempo a ignorando, vez o outra a olhava de escanteio (só pra checar se estava bem, é claro) se aproximou.

Sentado ao seu lado a viu se sentir satisfeita, e uma parte da sua preocupação foi embora ao saber que ela estava bem alimentada. Annie abriu os olhos e virou para encará-lo, abaixou o olhar vendo em suas mãos uma caixa branquinha. Conhecia bem o formato, e logo se encolheu no sofá abraçando suas pernas.

- Posso? - pediu permissão para ver os ferimentos.

- Tá tudo bem, não está tão ruim. - ela queria evitar de sentir dor. - Não é nada.

- Annie. - sua expressão e voz eram neutras e estendeu a mão dando a entender que ele não iria discutir.

Ela olhou e pôs sua mão em cima da dele. John segurou aproximando-se bem pertinho dela e colocou a mão em seu colo enquanto pegava gaze e pomada da caixinha que colocará ao seu lado. Com cuidado passava no antebraço, dorso e na palma da mão pois o atrito entre o asfalto havia deixado marcas. Finalizou com a atadura em volta enfaixando para proteger a área do contato externo e apontou para sua perna sinalizando que seria o próximo.

Johnny Depp: Minha Sweet ChildOnde histórias criam vida. Descubra agora