Johnny Depp: Minha Sweet Child

C52. Luzes, Celulares e Flashes

Ouço a porta se abrir e passos se aproximando até o quarto. Me surpreendo ao ver que era o Manson. Estava na cabeceira da cama com notebook ligado assistindo vídeos no YouTube.

Fechei a tela e olhei pra ele.

- Precisa de alguma coisa?

Ele suspirou.

- O Johnny ele já... te falou sobre o processo...

- Sim. - cortei ele.

- E...?

- Eu não vou fazer isso. - encarei minhas mãos.

- Tem vídeo, tem prova, tem testemunha. - ele contava nos dedos. - Porque perderia uma oportunidade dessa?

Não respondi ele. E ouvi suspirar de novo com as mãos na cintura.

- Depois não adianta chorar querendo justiça ou algo do tipo. Quando eu sair desse quarto o assunto morre!

- Então pode sair. - disse simples.

- Você tá falando sério? - ele parecia incrédulo.

- Por que? - o encarei.

- Por que o que?

- Por que você quer tanto que eu fale? Por que se importa? Justo você que deveria me manter em silêncio.

Ele fechou a expressão.

Ficou alguns segundos em silêncio com ele andando devagar para outro lado do quarto me dando as costas.

- Eu vi. - franzi o cenho. - O vídeo. Eu vi o que ele fez com você. - olhou pra mim. - Eu não entendo; dessa vez realmente aconteceu e você prefere ficar quieta? Qualquer outra faria uma zona com essas informações.

- Eu tenho meus motivos. - ele me fitou curioso esperando dizer mais. - É que eu não disse pro Johnny, mas eu andei pesquisando.

- Sobre o que?

- Aquele homem, o seu "patrocinador" sabia que ele tem amigos bem interessantes?!

- Sim e daí?

- E um deles é ninguém menos que o próprio Elon. - desviou o olhar de mim. - E sabe como Johnny fica se falarmos desse cara.

Ele não me respondeu, estava muito pensativo. A expressão dele já dizia tudo.

- Eh pois sé. Não cabe só a mim. Se eu cutucar isso é bem provável que a bolha estoure. E não só o meu nome será falado e comentado por todos mais a minha família que não tem nada haver com isso também será afetada. - olhei pra minhas mãos. - Além do próprio Johnny... o nome dele tá bem marcado.

- Mais você teria apoio. - contra-argumentou mesmo já tendo aceitado.

- Eu sei! John deixou bem claro quanto a isso. Mais eu não quero o rosto dele em mais um problema só pra aqueles infelizes terem que distorcer na mídia deturpando ainda mais.

- Faria isso por ele?

Não respondi, eu sei que posso tá cometendo um erro mas eu pensei muito sobre e não vou conseguir levar adiante. Não tenho sanidade pra isso.

- Então tá... - ele parecia bastante pensativo, pela primeira vez vi Marilyn Manson sem ter o que dizer.

Ele parecia que iria embora, me deu as costas se aproximando da saída. Abri a tela do notebook voltando a ligar enquanto ele andava alguns passos para fora do quarto até parar se virando pra mim.

- Eu... - engoliu a seco. - Aquele cara que te importunou saiba que nunca mais irá vê-lo. - ele mexia em seu relógio enquanto falava. - Vou tirá-lo do grupo.