C49. Depois da meia-noite, nós acendemos as luzes da cidade

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02:10 da Madrugada.

Com tempo de nos organizar, reunir nossas malas e entrar no carro levou uma hora. Peguei tudo que podia precisar momentaneamente e coloquei na minha mochila. Essa eu levaria comigo e desci para frente da mansão; havia cinco carros grandes, o ar frio dominava as ruas da Vila então vesti um moletom por cima. E como iríamos dormir no avião decidi ir com uma calça confortável também.

Fiquei perto de um dos carros apoiando meu corpo; com as mãos no bolso do moletom admirei aquele céu noturno, escuro e estrelado. Fechei meus olhos sentindo o vento gélido passar pelo meu rosto levando alguns fios de cabelo que estavam soltos. No fundo ouvia eles discutindo se estava esquecendo alguma coisa e em qual no carro ficariam. Eu ri disso, nem dá pra acreditar que estou mesmo vivenciando. Estar aqui com pessoas anos mais velhas, admiráveis e engraçadas. Que loucura. Inalei aquele ar frio respirando fundo, e algo dentro do meu peito me fez sentir infinita. Sabe quando você sente que consegue fazer qualquer coisa? Eu adoro essa sensação, poucas vezes ele vinha quando morava com a minha família, mas aqui ela me invade quase sempre nos melhores momentos.

Senti alguém próximo de mim então resolvo abrir os olhos para ver quem está do meu lado.

- Tudo bem? - cochichou e eu apenas acenei com sorriso singelo.

Admirando ele por alguns segundo falei no mesmo tom calmo.

- Obrigada por isso. - olhei em volta dando a entender que era sobre tudo, e voltei a encará-lo. - Acho que eu nunca vou esquecer.

Johnny se aproximou e ergueu meu rosto com um selinho bem calmo e se afastou.

- Vamos? - assenti e ele abriu a porta.

Olhei mais uma vez para aquela Vila; a rua; o céu estrelado com sorriso meia-lua no rosto. Me direcionei para o banco de trás e o Johnny que me observava esperou entrar primeiro. Assim que a porta se fechou todo som do lado de fora desapareceu. O motorista entrou e ligou o carro. Já que o Johnny estava do lado da janela resolvi ficar no banco do meio, puxei o cinto de segurança e encolhi minhas pernas em cima do banco.

Ele vendo isso desdobrou um lençol de tecido fino e me cobriu.

- Vem cá. - passou um braço por trás de mim e eu me agarrei nele, abraçando em volta da sua barriga. - Não vai dormir né?

Neguei e ele passou sua mão pelo meu rosto e entre meus cabelos acariciando; deu um beijo na minha testa. Passamos do portão de saída, era uma longa estrada com pinheiros verdes até chegar à cidade.

O caminho até o aeroporto era silenciosa, só se podia ouvir o som interno do motor ligado. Havia um carro na frente e os outros três estavam atrás de nós. Olhava através da janela as ruas vazias da França. Tudo fechado, tudo quieto. As luzes dos semáforos dominava a cidade com show de iluminação, algumas Verdes e outras Vermelhas. Não tinha trânsito mas mesmo assim parávamos respeitando o sinal.

- Porquê de madrugada?

Johnny também olhava pela janela.

- É mais calmo. Nenhuma multidão, nenhum fotógrafo, nenhum carro. Só os amigos... e uma garota. - olhou pra mim e eu afundei meu rosto nele. - Não dorme.

- Não vou. - de tanto ele falar essa palavra fiquei com vontade de bocejar.

E nisso ele olhou pra mim, estávamos tão próximos... subi um pouquinho o rosto e nossos lábios se encontraram. Seu beijo era molhado e difícil de resistir. É tão bom beijar ele.

- Que bom que veio. - passou seu nariz no meu.

Johnny sempre foi mais quente que eu, meu corpo se influencia rápido pelo clima, ou seja meu nariz estava gelado bem oposto que o dele. E eu acho que ele gosta disso. De nossas temperaturas serem opostas.

Johnny Depp: Minha Sweet ChildOnde histórias criam vida. Descubra agora