A Billion Reasons - ChaeLisa

Bellagio and That Girl

P.O.V Rosé

A vida pode ser subjugadora quando quer.

Pelo menos para mim sim, eu não via nada de tão gracioso assim em mudanças, claro, por vezes ela vem por boas razões, mas no momento eu não estava buscando boas razões para termos que nos mudar, mas minhas mães tinham uma. Nossa família morava na Nova Zelândia desde que nasci, eu cresci lá, me desenvolvi, criei raízes, e tudo isso havia sido jogado fora, mas eu não sou o tipo de pessoa amarga da vida que poderia viver pelo resto dos anos se queixando de coisas ruins que aconteceram no passado, na verdade eu entendia perfeitamente que coisas assim poderiam acontecer em algum momento mórbido da minha vida, e estava tentando conviver com esse fato, levando em conta que todos estavam muito felizes e animados com tudo que estava acontecendo.

- Me diz de novo porque a gente precisou empacotar tudo isso... – disse Miyeon deixando uma caixa de coisas cair no chão de madeira envernizado e sentando-se logo ao lado da caixa como quem estava exausta.

- Porque a mamãe foi aceita em um grande hospital de Las Vegas para a vaga dos seus sonhos mais promissores e tivemos que nos mudar porque a amamos muito e apoiamos as suas decisões.

- Você fez tudo isso parecer um horror, Rosie – disse Jennie se jogando em minha cama com um óculo escuro e um chapéu preto.

- Não fiz não, só falei a verdade, e por que raios você está vestida assim? – perguntei puxando um vestido debaixo do corpo preguiçoso da mais velha estendida em minha cama.

- Porque vamos dar uma voltinha por aí, quero conhecer as redondezas – disse Jennie sorrindo e levantando-se enquanto se espreguiçava ao lado da porta.

- Desculpe, mas "vamos"? – perguntei dobrando o vestido.

- Vocês vão comigo – disse ela abaixando um pouco os óculos para que eu pudesse ver seus olhos.

- Desde quando esse plano inclui um "nós"? – perguntei incrédula.

- Ah, qual é, Rosie, como se você fosse a grande recatada do lar aqui – disse rindo, me fazendo revirar os olhos e me sentar na cama.

- Eu vou! Quero ter uma ideia do quão bonita as mulheres daqui são – disse Miyeon levantando do chão e batendo palminhas nos fazendo cair em espanto.

- Desde quando você tá jogando pra esse lado, Mimi? – zombou a mais velha.

- Não estou, só quero ver como é a concorrência por aqui, ué – desconversou cruzando os braços e nos fazendo rir.

- Tá bom, então vamos lá, sapatonas! Hora de levantar essas bundas flácidas e examinar o local – disse Jennie.

- Só se você estiver falando da sua – disse fazendo a garota rir e sair do quarto sendo acompanhada por Miyeon.

Ajeitei algumas últimas caixas para dentro do quarto, no intuito de terminar mais tarde, mesmo sabendo que chegaria exausta e que muito provavelmente sequer iria mexer naquelas coisas de novo por hoje. Peguei um par de óculos e um livro que estava lendo há alguns dias e desci, me direcionando para a cozinha onde mamãe e mamma estavam, que sorriram para mim assim que me perceberam ali com as outras duas garotas.

- Aonde vão tão cedo? – perguntou nossa mãe.

- Jennie quer analisar as redondezas – disse sem muito interesse.

- "Analisar", sei – riu mamma recebendo uma cutucada da mulher mais velha ao seu lado, fazendo Jennie rir maliciosa de volta para ela.

Solar era nossa mãe, ela era mais velha que Moonbyul, ela era uma excelente médica, era uma profissional fantástica e sempre teve o sonho de poder um dia se juntar a grande equipe de médicos de Las Vegas, e esse sonho estava sendo realizado, ela mal podia esconder sua tamanha felicidade por tudo aquilo. Já a mamma era uma grande advogada com um brilhante histórico judicial, se vangloriando modestamente por seus casos mais famosos, ela era muito bem reconhecida na Nova Zelândia, nossa qualidade de vida era bem maior do que mero conforto, tínhamos uma vida muito bem estabelecida se assim posso dizer, havíamos nos mudado para um dos grandes bairros de Las vegas, onde haviam muitas casas caras e carros de luxo nas garagens, era realmente de se encher os olhos, era uma coisa mais impressionante que a outra, de fato a vida na Nova Zelândia não iria se comparar em nada com nossa nova vida ali e eu estava com um interesse inquietante dentro de mim para descobrir mais das possibilidades novas que iriamos ter a partir dali.