A Billion Reasons - ChaeLisa

The Travel pt. I

P.O.V Rosé

Já se faziam alguns dias desde que Lisa deixou o hospital, ela estava aos poucos retomando sua vida, sem pressa ou pressão, ela aos poucos voltava a ser radiante, estávamos juntas há alguns bons meses, eu sequer podia me recordar de quanto tempo já se fazia, pois todos os dias se pareciam com o nosso primeiro, parecia ser sempre o dia em que me apaixonei perdidamente por ela. Digam o que quiserem dizer sobre amar alguém intensamente, mas quando dá certo, é um dos maiores, senão o melhor prêmio da vida do ser humano, éramos criados e feitos para sermos amados, sejam por nossos pais, amigos ou em questões de relacionamento estável, uma das buscas mais árduas do ser humano era a de alcançar o amor, a reciprocidade, quem nunca pensou que estava melhor só e em algum momento aleatório da vida sentiu uma vontade terrível de estar namorando alguém na Terra? Antes de vir para Las Vegas eu mesma vivia nesses dois estados de espírito, entre me convencer de que ficar sozinha era uma boa opção e entre praguejar amargamente por não ter alguém para amar enquanto assistia vídeos de casais no YouTube.

Estar apaixonado é como ser uma criança em uma loja de doces, mas quando o sentimento é unilateral pode se tornar em um dos piores pesadelos reais na vida de alguém.

Eu gostava de acordar e a observar dormir, tão calmamente respirando tranquila com seus olhos fechados, era como se eu pudesse desenhar seu rosto com os olhos e notar todos os seus detalhes, desde sua pinta no pescoço à seus lábios delicadamente desenhados, sua respiração suave e calorosa como a de alguém que estivera tendo o melhor dos sonhos, seria sonhar demais desejar estar com ela até em seus mais loucos sonhos? Somos tão frágeis nessa existência complexa e cheia de minúsculos detalhes, mas podemos ser ainda mais frágeis estando sendo engolidos pelo amor.

Lisa estava inquieta nos últimos dias, ela havia me contado sobre fazermos uma viagem juntas para a França, no início eu não sabia de onde tal ideia havia surgido, e desde que conseguiu colocar sua vida de volta aos trilhos após o incidente que a acometeu, ela estava correndo atrás da tal viagem, eu devo assumir que estava igualmente inquieta e ansiosa, eu nunca sequer cogitei viajar para Paris, na verdade, eu tinha o sonho de conhecer Paris, mas não acreditava que um dia eu realmente fosse fazer tal viagem, não digo isso por falta de condições de viajar, digo por comodidade mesmo, sempre pensamos em inúmeras coisas que gostaríamos de fazer, mas que estamos tão cômodos no lugar onde estamos que não chegamos a realmente ir atrás de todas elas.

Era o dia de nossa viagem e Lisa estava eufórica, eu estava em meu quarto pegando a mala que havia arrumado na noite passado e a descendo pelas escadas para a colocar no porta-malas do carro de Lisa, Jennie estava conversando com Lisa junto com mamma Moonbyul que terminava de trocar os últimos detalhes sobre a viagem com a garota, como qualquer boa mãe, ela queria ter certeza que tudo iria ficar bem. Lisa estava radiante, ela estava sorridente e parecia super empolgada conversando com minha mãe, Lisa e mamma Moonbyul se davam muito bem, mamma adorava a garota e a convidava com frequência para almoços em família, juntamente de Jisoo e Minnie, todas eram muito bem vindas em nossa casa, mamãe Solar era particularmente fã de Jisoo e elas sempre tinham conversas super interessantes juntas, era divertido, como a mãe delas também trabalhava em um hospital, Jisoo sabia muitas coisas sobre o assunto e ficava informando e contando à mamãe sobre tudo que acontecia e sabia sobre o hospital.

Assim que coloquei minha mala no carro, Miyeon me entregou minha bolsa, eu a apanhei e Lisa me olhou sorridente, eu estava vestindo um suéter preto com gola em V, uma calça jeans clara larga, um par de tênis brancos e algumas correntes com pingentes delicados em ouro da Chanel que Jennie insistiu que eu usasse, minha mãe Solar, mamma Moonbyul e Jennie vieram até mim abraçando-me apertado e Miyeon fez o mesmo com um sorriso imenso, eu estava sentindo um pequeno frio na barriga, eu nunca havia viajado sem minhas irmãs, quero dizer, seremos apenas eu e Lisa e eu esperava verdadeiramente que Lisa soubesse o que fazer, pois eu não fazia a menor ideia. Lisa abriu a porta do carro para mim e eu olhei uma vez mais para as meninas que estavam na porta da frente de casa me observando com sorrisos em seus rostos.