Paciente especial

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                        POV Gizelly

O fim de semana foi muito melhor do que eu esperava. Estou voltando para o meu apartamento com coração quentinho. O clima entre eu e Rafa não estava pesado, como achei que poderia ter ficado, depois da nossa conversa.

Acredito que muito disso, se deve ao nosso filho, o Theo, depois de sua febre emocional, não podemos vacilar com ele, e eu vou fazer o máximo para não acontecer novamente.

Não sei o que vai ser do meu relacionamento com Rafaella futuramente. A única coisa que tenho certeza, é de que quero continuar na vida dela, independente do nosso filho, que sempre vai ser um elo entre a gente, para a vida toda.

Nada precisa ser rotulado, pois vou aceitar o que ela quiser de mim, sua mulher novamente, ou só sua amiga e mãe do seu filho.

Cheguei em meu apartamento e fui tomar uma ducha demorada, deixando a água quente bater em meu corpo, sentindo na mesma hora, todos os meus músculos relaxarem.

Sai, me enxuguei e quando terminei de colocar a cueca e um top, ouvi meu celular tocar. É Camila, nos aproximamos muito depois do nosso encontro na praia, onde desabafamos sobre os acontecimentos da nossa vida, uma com a outra.

- Oi Camis - falei ao atender.

- Gi, como você está?!

- Eu estou bem e você?!

- Estou melhor, Lauren voltou para o Brasil, vi uma publicação dela no restaurante que costumávamos ir.

- Como está se sentindo com isso?!

- Mexeu um pouco comigo, mais não posso sofrer para sempre amiga. O que você vai fazer na terça?!

- A noite estou tranquila, durante o dia vou trabalhar e no meu intervalo vou ficar com meu filho. Rafaella tem um compromisso e não pode leva-lo.

- Acha que podemos nos encontrar?! Vamos sair para comer alguma coisa e conversar?!

- Claro, vamos sim. Nos encontramos umas vinte horas?!

- Pode ser Gi, eu passo aí pra te buscar, já tenho um lugar em mente.

- Tudo bem Camis, está marcado. Agora preciso dormir, minha semana vai ser agitada. Nos vemos na terça.

- Boa noite Gi, dorme bem.

Terminei de me despedir dela e encerrei nossa ligação, logo depois ativei o despertador do celular, ele é o responsável, por me despertar, durante a semana, a qual tenho que acordar cedo para trabalhar.

A segunda chegou e com ela a correria, hoje tenho um agenda cheia de atendimentos, mais um em especial, está mexendo com minha cabeça. Vou atender um paciente que está vindo da Argentina, ele tem apenas 6 anos e está com um tumor craniofaringioma.

Estou aguardando ele chegar com seus pais, para ter certeza do diagnóstico e procurar o melhor tratamento para ele, se possível, sem deixar muitas sequelas.

- Dra Gizelly, o paciente que a senhora estava aguardando acaba de chegar com os pais dele, posso pedir para entrar?! - assinto confirmando para a minha secretária.

- Buenos días doutora.

- Buenos días, hablan português?!

- Sim, morei no Brasil alguns anos antes de morar na Argentina. Meu nome é Mario, essa é minha mulher Consuela e esse é meu filho Dante - respondeu o pai da criança.

- Ótimo. É um prazer poder atendê-los. Pode me dizer o diagnóstico dado ao seu filho e me mostrar os exames por favor?!

- Então Dra, meu filho foi diagnosticado com tumor craniofaringioma. Ele estava sentindo muitas dores de cabeça frequentes, além de enjôo e vômitos, os medicamentos comuns de dor de cabeça só resolviam por um tempo e depois voltava mais forte. Então resolvemos procurar um clínico que pediu esses exames e deu o diagnóstico, mais como ele não tem especialização na área pediu para procurarmos um oncologista para confirmarmos, esse que confirmou o diagnóstico. Através do oncologista que soubemos da senhora, ele se chama André e disse que a senhora é uma das melhores neurocirurgiãs, não só do Brasil, como no mundo, para cuidar do caso do meu filho.

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