Ainda dói

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                           POV Gizelly

- Alô?! Digo ofegante ao atender o telefone, sem ao menos ver quem estava ligando, estava terminando meu banho e corri para atender, poderia ser algo importante.

- Gizelly - diz Rafaella do outro lado da linha depois de alguns minutos em silêncio e meu coração dispara.

- O que você quer Rafaella? - respondo.

Rafaella me machucou muito ao terminar tudo entre a gente, a amo em níveis que não podem ser medidos, acho que nunca vou amar outro alguém dessa maneira. Para evitar ficar prostrada, estou mergulhando no meu trabalho, fazendo horas extras sempre que posso e aprendendo luta nas minhas horas vagas, essas são as únicas maneiras que arrumei de ocupar minha cabeça.

- Não liguei para brigar Gizelly - diz ela com uma voz triste? - Precisamos conversar sobre o aniversário do Theo, todos os anos comemoramos e acho que não podemos deixar de fazer esse ano só porque não estamos mais juntas, nosso filho não tem culpa dessa bagunça que está entre nós.

- Jamais discordaria disso Rafa...ella, acha que podemos nos encontrar para combinar os detalhes de tudo? Apesar de já termos o tema, é o mesmo de todos os anos que comemoramos, Lilo e Stitch - digo em um ar de risos.

- Porque não podemos conversar sobre isso na ligação?! Por um acaso está ocupada demais para conversar sobre as coisas do nosso filho?! - e lá vamos nós de novo - Ou será que está com alguém, já que estava ofegante demais ao me atender - respiro fundo.

- Rafaella, primeiro que, se eu estivesse com alguém não seria da sua conta, já que não estamos mais juntas, não sei se você se lembra, mas foi você mesma que resolveu terminar, então não se sinta no direito de me cobrar coisas que não sejam relacionadas ao nosso filho. Segundo, são muitos detalhes a serem combinados: buffet, decoração, salão, convidados, acho que seria melhor fazer isso pessoalmente, com calma, para sair tudo certinho - a respondo perdendo um pouco da calma que tinha me apossado.

- Você está certa Gizelly, sobre tudo, me desculpe, se quiser pode vir aqui no domingo após o almoço e sentamos para olhar isso, até mesmo para Theo ver você, ele sente sua falta - diz ela com uma voz de choro, meu peito dói e uma culpa me apossa por ter sido grossa com ela.

- Me desculpe pela maneira que falei com você, eu estava ofegante porque estava terminando meu banho e corri para atender assim que escutei o celular tocar, com medo de ser alguma emergência ou algo com Theo - ou até mesmo com você, pensei.

- Então podemos deixar marcado no domingo?! - pergunta ela

- Claro, no domingo estarei aí. Boa noite Rafaella. Após me despedir desliguei sem esperar sua resposta, pois já não estava aguentando mais segurar o choro em minha garganta.

Me deitei na cama, após colocar uma cueca e regata, e me entreguei a um choro doído, tudo dentro de mim ardia, estava machucada demais, chorei até me entregar ao sono.

Acordei no outro dia com uma dor de cabeça terrível, de tanto chorar no dia anterior, me obriguei a levantar da cama, constatei que eram oito da manhã, após olhar as horas no meu celular. Andei rumo ao banheiro para fazer minha higiene matinal e tomar um banho. Debaixo do chuveiro deixei a água cair sobre minha cabeça e descer sobre meu corpo, como se pudesse levar toda a dor que sentia.

Ao terminar tudo, fui até a cozinha fazer meu desjejum, passei meu café, o qual é um dos prazeres da minha vida, encher minha xícara e tomar do líquido preto, todo manhã. Coloquei uns pães na torradeira e quando pronto, comi com geleia, antes disso, havia comido umas frutas picadas com iogurte e granola, assim começo o meu desjejum toda manhã, já é rotina.

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