POV Gizelly
Sai da casa de Rafaella desolada. Sentei no banco do meu carro e comecei um choro doloroso, agarrei o voltante com as mãos fortemente, tentando aliviar a dor em meu peito.
Arranquei com o carro sem rumo. Passava pela minha cabeça repetidamente a palavra divórcio. Como ela pode pensar nisso, depois de tudo que passamos juntas. Não existe mais amor?!
Eu jamais vou querer a infelicidade da Rafa. Quando eu disse para ela que vou aceitar o divórcio, se assim for pela sua felicidade, não menti. Mesmo que doa, ardente como um inferno, do lado esquerdo do meu peito.
Já não enxergava mais nada na minha frente, estava próxima a uma orla, então resolvi estacionar e me acalmar, antes que eu me acidente.
Limpei meu rosto e respirei fundo, tentando controlar minha respiração desregulada, por causa do choro e porque estava tendo uma crise de ansiedade. Só respirar fundo não estava dando certo, então fiz a tática de quando a ansiedade ataca. A tática da respiração quadrada, muito usada no yoga. Trata-se de inspirar por quatro segundos/ segurar o ar por quatro segundos/ expirar por quatro segundos. Manter os pulmões vazios por quatro segundos.
A tática começou a dar certo, quando vi que estava mais calma, desci do carro e fui andar na orla para esfriar minha cabeça. Passei em um quiosque no meio da caminhada e comprei uma garrafa de água.
Caminhei com minha garrafinha em mãos, observando as pessoas que estavam aqui presentes, sejam com suas famílias ou sozinhas. Cada uma contando uma história diferente. Algumas se conseguia ler pelo olhar ou até mesmo pelo semblante, se estavam tristes, felizes, ou até mesmo, cansadas, depois de um longo dia de trabalho. Incrível.
No caminho avistei um carrinho de cachorro quente e resolvi comprar. Bateu a fome, assim que olhei para a boca boa que os clientes do senhorzinho do hot dog estavam mastigando o alimento. E realmente estava muito saboroso.
Cansada de andar e com a cabeça mais fria, resolvi ir para casa, não era só o físico que estava cansado. O psicológico também, principalmente.
Entrei em meu apartamento e assim que coloquei minhas chaves na mesa, meu celular aptou. Era uma mensagem da Naty perguntando se amanhã o almoço ainda está de pé. Respondi confirmando.
Independente do que aconteça entre eu e Rafaella daqui para frente, jamais vou deixar de dar suporte a ela e principalmente para o meu filho. Então continuarei presente na vida deles, sempre que eu puder e como combinado, aos fins de semana. Eles continuam sendo tudo para mim.
Se não fosse mais como mulher, seria uma amiga, onde ela pode contar para tudo nessa vida.
O sábado chegou e com ela a ansiedade de ver Rafaella depois de tudo o que aconteceu ontem.
Levantei da minha cama, fiz minha higiene e antes de tomar meu banho, fiz meu desejum pois resolvi correr na praia.
Foram 5 km corridos, me sentia bem melhor. Cheguei de volta ao meu apartamento, tomei meu banho e me arrumei optando por um short preto, uma blusa vermelha com o escrito " All you need is love" em gola v e meu tênis da Nike Air Jordans, branco com vermelho. Borrifei meu perfume preferido e fiz uma make leve.
Deu dez minutos para as onze, peguei minhas coisas e sai de casa. Passei na padaria próxima ao meu prédio para pegar uma torta de limão que havia encomendado para nossa sobremesa, ela é deliciosa, e segui para pegar Rafaella e nosso filho.
Estacionei o carro e desci para bater a campainha. Rafaella me atendeu.
- Bom dia Gizelly, pode entrar - ela me cumprimentou, dando espaço para que eu entrasse.
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Everything
FanficTheo tem 3 anos e é autista, apaixonado pelas suas duas mães, que aprendem todo dia um pouco mais sobre seu espectro e a lhe dar com isso no dia a dia, só tem um problema, elas não conseguem se entenderem. *** Se trata de uma história fictícia, nada...