Sufoco

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                        POV Gizelly

- Obrigada bebê, temos muito o que comemorar. Sou grata por toda força e suporte que você me dá, desculpa por ter me afastado de vocês. Você e o Theo são as pessoas mais importantes em minha vida, nunca se esqueça disso. Te amo.

Assim que terminei de falar, me assustei com o alto barulho do lado de fora do meu consultório, acabei deixando meu celular cair no chão.

Ao sair para ver o que estava acontecendo, encontrei todo mundo de mãos para o alto. Um cara estava com uma arma na mão ameaçando a todos, havia um menino em seu colo desmaiado.

- Escutem o que vou dizer. Não quero machucar ninguém, apenas façam o que vou mandar. Primeiro tranquem todas as portas de entrada do hospital, não quero polícia aqui, se não eu atiro. Estou aqui porque meu filho está muito doente, minha família não tem dinheiro para pagar sua cirurgia, já tentei de várias maneiras, empréstimo em banco e tudo mais e não consegui. Essa foi a única maneira que encontrei de salvar ele. Preciso de um médico neurologista. AGORA - o cara disse desesperado.

- Eu sou neurologista, vou te ajudar, não precisa machucar ninguém. O que seu filho tem?! - me ofereci antes que ele surtasse de vez.

- Eu vi o rosto da senhora no jornal hoje de manhã. Meu filho está com um tumor na cabeça, o que está causando convulsões, fazendo ele perder a consciência. Consegui os exames em um hospital público e em uma consulta o médico de plantão me deu o diagnóstico. Ele precisa de fazer a cirurgia, mais tem uma fila enorme de espera, não aguento mais ver meu filho sofrer. Me ajuda.

- Se acalme senhor, vou te ajudar. Primeiro abaixa a arma, pode acabar machucando alguém.

- NÃO, não vou abaixar a arma, está achando que sou burro doutora. Só vou abaixar a arma depois que eu sair daqui com meu filho operado. Entendeu?! - falou exaltado, apontado a arma para mim. Apenas assenti, colocando as mãos para cima.

- Aqui é a polícia. Solte a arma e se entregue.

- Quem chamou a polícia?! - deu dois tiros para cima, comecei a orar, suplicando a Deus para conseguir ver minha família novamente - tirem os celulares do bolso e coloquem aqui no meio do salão. Vamos.

- Acalme-se senhor, já disse que vou te ajudar, as portas foram trancadas como pediu. Não vai fazer nada que possa se arrepender depois.

- Cala a boca doutora, já me deram uma rasteira ligando para a polícia, já disse que não quero machucar ninguém, mais vocês estão me obrigando a fazer isso.

Assim que ele terminou de falar, o celular de Gabi tocou.

- Posso atender?! É a polícia - ele assentiu contrariado - Querem falar com você - Gabriela disse apontando para ele.

Ele pegou o celular mantendo a mira do revólver em mim.

- Não quero acordo com vocês, apenas que meu filho seja operado...Se entrarem aqui eu atiro na doutora...ESCUTOU?!...Não tentem nenhuma gracinha.

- Vamos fazer assim, deixe pelo menos as pessoas que estão aqui irem embora, fique só comigo para a cirurgia. Eles não tem nada a ver com isso - tentei entrar na cabeça dele.

- Não de uma de esperta doutora, você não tem família?! Não quer voltar para eles?! Então pare de falar.

* Do lado de fora do hospital

Ao redor do hospital já tinha toda uma equipe de policiais preparada para entrar. A imprensa também já estava no local.

- Delegado. Minha mulher é médica aí no hospital e está lá dentro. O que está acontecendo?! - uma Rafaella afobada e com olhos vermelhos chegou junto a sua melhor amiga Manuela.

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