20. Il nostro mondo

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→ Aviso de conteúdo sexual explícito. A cena está assinalada com asteriscos. Quem não se sente confortável em ler este tipo de conteúdo fique à vontade para pular, não vai mudar em nada sua percepção da história não ler. Quem decidir ler, também fazer com responsabilidade e ciente de que não é meu objetivo ofender ninguém.

Spielberg, Áustria – Julho de 2022.

Era quinta-feira de race week. Ao ver de alguns pilotos, entre eles Carlos, o pior dia da semana de corrida, já que era praticamente um dia dedicado à mídia, e Carlos odiava ter que ficar dando entrevistas e respondendo à perguntas genéricas que pareciam ser exatamente iguais às que ele já respondeu ao longo de todo aquele ano até então. Porém, mesmo as quintas-feiras sendo um dia que ele não gostava, Sainz não podia dizer que estava chateado. Muito pelo contrário, estava feliz. Muito feliz. E tinha motivos muito óbvios para isso.

Primeiramente, ele agora era um vencedor na Fórmula 1. Enfim, pôde comemorar isso de verdade. Se sentiu muito mais leve e tranquilo após conseguir fazer as pazes com Charles, e quando voltou para sua casa na Espanha, foi recebido com um carinho enorme por sua família. Sua mãe havia organizado uma festa para ele, todos seus primos e seus amigos próximos estavam presentes. Todos pareciam muito felizes e satisfeitos com a vitória de Carlos, exceto Carlos Sainz pai, que apesar de lhe parabenizar, o olhava como se ele não tivesse feito nada mais que o mínimo. Como se Carlos, na verdade, tivesse de ter muito mais do que aquela mísera vitória após oito anos.

Carlos tentou não se importar com isso e curtir a surpresa que lhe fizeram, e pensou que, se soubesse daquilo tudo, teria convidado Charles. E Lando. Porém, como os dois estavam a muitos quilômetros de distância, ele se viu mandando fotos e vídeos principalmente para Leclerc. Disse várias vezes o quanto gostaria que ele estivesse ali consigo, aquele era um momento especial e ele queria que Charles estivesse presente em todos os seus momentos especiais a partir de agora. E tudo isso o fez ter uma crise existencial e se perguntar aonde estavam indo com aquilo tudo.

Carlos sentiu que a relação deles entrou em um novo patamar após a experiência que tiveram juntos. Ele não era virgem já tinha um bom tempo, na verdade, nem se lembrava exatamente a idade que tinha quando fez sexo pela primeira vez. Mas ele podia dizer com tranquilidade que nada se comparava com o que vivenciou naquele quarto em Silverstone. Foi tão verdadeiro, tão intenso e maluco, Carlos não conseguia parar de lembrar daquilo um minuto, só pensava no quanto queria mais. Mais e de diferentes formas.

E eles só se tornaram ainda mais íntimos depois disso. Carlos acreditou que não fosse possível seu vínculo com Charles se fortalecer ainda mais, mas aparentemente não tinham sequer chegado ao ápice do que a relação deles poderia ser. No dia seguinte àquilo, Carlos acordou primeiro, viu Charles dormindo aninhado a seu peito, levemente boquiaberto e com a respiração regular. Vê-lo tão calmo, depois do que tinha o visto passar na noite anterior, era o mundo para Carlos. Saber que tinha o ajudado e que ele estava bem agora era tudo o que precisava. Ele ficou um bom tempo apenas acariciando aqueles cabelos castanho-claros que pareciam brilhar meio ruivos aos raios de sol que passavam pelas cortinas; e conseguiu se apaixonar um pouquinho mais quando ele acordou, ao ver os olhinhos verdes se abrindo devagar, encarando-os ainda murchos de sono. Já acordado, Charles lhe disse numa voz rouca e gostosa, com aquele sorriso lindo que apenas ele tinha: "Bonjour, chéri". Sainz teve que suspirar nessa hora, seu coração se encheu de um afeto tão intenso que ele nem sabia descrever, e novamente, percebeu que estava completamente fodido.

O que eles estavam fazendo com suas vidas? Deus, aquilo era maluquice. Nunca poderia funcionar, não no universo que eles viviam. Enquanto fossem pilotos de Fórmula 1 de uma equipe como a Ferrari, eles não poderiam ficar juntos. Mas era louco como Charles tinha a capacidade de fazer Carlos se esquecer disso, como aquele monegasco desgraçado o tinha na palma de sua mão. Ele o convidou para tomar banho consigo, e como um cachorrinho, Carlos foi, sem nem pensar duas vezes. E claramente que não foi só um banho. Foi só entrarem debaixo da água para que Carlos colocasse Charles contra a parede e o beijasse com toda a insanidade de seu ser e chupasse novos hematomas em sua pele, e eles só terminaram aquele banho após ambos estarem ofegantes e com as mãos sujas de esperma. E esse tipo de situação só não se tornou algo mais frequente entre eles porque cada um teve que voar de volta para seus países, mas não viam a hora de se encontrarem de novo e poderem repetir tudo isso.

Desideri NascostiOnde histórias criam vida. Descubra agora