Erros

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Jenna

Dorothy: Eu não aguento mais mãe - ela falava sentada no chão do banheiro enquanto se escorava no vaso sanitário.

Jenna: Essa primeira fase é normal ter enjôos filha.

Dorothy: Não tem nenhum remédio que faça passar? - ela fala choramingando.

Jenna: Não meu amor, agora levanta deita um pouquinho, você deve estar cansada.

Dorothy: Eu não aguento mais.

Jenna: São as consequências, nove meses irão passar voando, e logo logo você vai estar com um bebê lindo nos seus braços.

Dorothy: Não era o que eu tinha em mente.

Jenna: A vida as vezes nos ensina de uma forma difícil, mas essa gravidez vai trazer um sentindo pra você.

Dorothy: Você já engravidou várias vezes né.

Jenna: Ao total foram 5! 3 delas eu perdi os bebês.

Dorothy: Foram todos planejados?

Jenna: Não, você também nunca foi planejada, mas quando eu e sua mãe vimos aquela pequena, falando que gostava de nós duas, quando descobrimos sua realidade.

Dorothy: Eu não me lembro de nada disto.

Jenna: Você era pequena, sinto tanta falta, você grande apronta demais! - eu falo rindo.

Dorothy: Eu não apronto tanto sim.

Jenna: Imagina se não aprontasse, agora vem, levanta! Vamos pra cama - estendo o braço a ela.

Dorothy: Mãe, você pode dormir comigo? Eu não quero dormir só.

Jenna: Ah minha pequena, claro que eu posso.

Já se passava de 3 da madrugada, eu estava cansada, e sabia o quão minha filha também estava.

Nunca imaginei vivenciar tão cedo essa cena, as vezes me culpo por ter sido ausente em tão ponto, talvez ter confiado demais, ela é jovem ainda, e jovens erram tanto.

Até mesmo a mim que com 36 anos, todos os santos dias eu erro.

Não era o certo, mas me veio a cabeça um déjà-vu, de quando eu bêbeda liguei a Gabrielle.

Eu errei, errei feio com o amor da minha vida, que ao menos num me largou, por incrível que pareça, eu sempre me considerei a mais imatura da relação, Sn tem todo aquele seu jeito alegre de ser mas quando é necessário, ela consegue ser a calma e a paz de tudo.

Eu errei como mãe também, talvez se tivesse feito tudo um pouco diferente, eu não estaria com uma filha grávida na adolescência, eu não teria enterrado uma filha.

É, acho que no fim todos nós erramos, e não vai ser eu que vou crucificar uma jovem, que cometeu um grande erro, mas que no fim, talvez esse erro vai ser o mais certo de sua vida também.

Dorothy: Eu te amo mãe, obrigada por tudo - ela fala se juntando mais próximo

Jenna: Também te amo minha pequena - faço um cafuné em sua cabeça.

Luz, Câmera, Ação - Jenna Ortega Onde histórias criam vida. Descubra agora