CAPÍTULO DOIS

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KILLIAN ROSSI

Sai de casa a poucos minutos e não pude evitar de ver o motivo da minha noite mal dormida a menos de sessenta metros da minha casa.

A faixa amarela limitando a proximidade dos vizinhos curiosos.

As viaturas.

Os polícias e legistas.

Aquilo tudo denunciava claramente oque havia acontecido ali. Outro assassinato.

Eu poderia matar minha curiosidade para saber oque havia acontecido realmente, porém, eu poderia acabar me atrasando. E oque eu menos queria no momento era perder o meu emprego.

•••

Eu me sentia cansado.

Caminhava praticamente me arrastando em direção ao meu local de trabalho. Deixei escapar um bocejo enquanto coçava um dos meus olhos com as costas da minha mão.

— Eu deveria me mudar — Murmurei.

— Se mudar? Mas por que? — Me assustei com a voz de Pierce, um amigo do trabalho surgir só meu lado.

Virei encarando os olhos escuros do mais velho que sempre pareciam brilhantes e intensos pela manhã, o cabelo devidamente arrumado, a sua roupa destacava os lugares certo e o tom amarelo parecia realçar sua pele.

Ao contrário de mim, Pierce era bem atraente.

Desviei o olhar, voltando a dar atenção para o caminho.

— O meu bairro não anda um dos melhores ultimamente...

Falei ocultando o fato que ele NUNCA foi um dos melhores bairros.

— Ahh... se quiser eu tenho um quarto disponível.

— Quarto disponível?

— Sim.

— Mas você não tinha inquilinos?

— O Warren saiu, então está vago. Se quiser, é todo seu mas tem que ajudar nas contas.

— Não seria uma má ideia — Falo, dando um pequeno sorriso porque eu poderia me livrar daquele lugar que eu chamava de casa.

— Se quiser pode se mudar no sábado.

— Mesmo?

— Sim. Eai?

— Eu quero.

— Ele quer oque? — Leysa apareceu ao meu lado de repente.

— Ele vai se mudar lá pra casa.

— E por que eu não posso ir também?

— Você já tem uma casa, Leysa — Diz Pierce com tédio.

— Ah, é mesmo — Ela diz rindo.

Como alguém poderia ter tanta animação as sete da manhã?

Caminhamos mais um pouco avistando nosso gerente na porta do restaurante.

— Se apressem, temos muito trabalho a fazer — Xavier, nosso gerente, diz antes mesmo de chegarmos perto dele.

Vi ele abrir a porta do restaurante e Leusa da uma pequena risada entrando no restaurante em que trabalhos.

Entrei vendo a parede da recepção estampada com o nome do local.

"Las estrellas"

— Killian, se apresse! — Diz Xavier sendo chato, como sempre.

•••

Se passou meia hora e eu já tinha começado a minhas funções como garçom, mas o meu chefe adorava abusar e me mandou ajudar um dos meninos a levar os vinhos para o estoque.

Eu já estava na minha última caixa, eu caminhava tranquilamente enquanto carregava aquela caixa com vinhos caros que custam mais de vinte anos do meu salário. Eu estava passando em frente a porta da cozinha quando senti um pouco bater contra o meu, me fazendo cair no chão e levar a maldita caixa junto.

Ouvi o barulho de vidro sendo quebrado e fechei os olhos por extinto.

Quando eu abri eles novamente vi um homem em minha frente, eu até poderia ter dado uma pequena atenção e pedir desculpas mas antes mesmo de fazer isso a voz estridente do meu gerente alcançou meus ouvidos.

— KILLIAN! — Ouvi a voz do gerente me chamar e arregalei os olhos percebendo oque fiz.

— Merda — Xinguei baixinho, tentando me levantar em meio aquela enorme quantidade de vidro e vinho, que inclusive, havia me molhado por completo.

Vi uma mão ser estendida em minha frente.

— Quer uma ajuda?

A voz masculinas questionou e quando eu virei para olhar a quem pertencia, senti como se fosse desmaiar.

Os seus olhos fixos nos meus.

Me distrair por alguns segundos, antes de limpar minha garganta.

— Hã... sim, por favor.

UMA NOVA VIDA PARA O CAPO - A FAMÍLIA BLACK - LIVRO 3Onde histórias criam vida. Descubra agora