CAPÍTULO CINCO

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VICENT BLACK

Sobre... — Vejo ela engolir em seco — um possível casamento.

Bato a porta do carro com força.

— Eles querem o que?! — Pergunto sentindo uma raiva repentina tomar conta do meu corpo.

— Senhor, eu ten-tei eu-

— Eu vou mata-los! — Falo virando e dando um soco forte no carro.

Eu não vou me casar!

— Senhor? — Agatha me chama cautelosa.

— Vamos entrar em guerra — Aviso encarando o jardim imenso da mansão.

— Se-Senhor? — Ela me chama novamente.

— OQUE PORRA!? — Pergunto me virando para encarar ela.

— Não, seria melhor analisar a proposta?

— Que merda de proposta? Eu não vou aceitar proposta!

— Mas-

— Você quer morrer porra?

— N-não, senhor.

— Então faz oque eu mando caralho — Falo me aproximando dela — Você entendeu oque eu disse, não entendeu?

— Si-sim, senhor.

— E oque eu falei?

— Guerra.

— Então pronto! Luke, vamos — Falo avisando para um dos meus soldados que abre a porta do carro, e eu me viro deixando a mulher temerosa para trás e entrando no carro.

A porta se fechou e segundos depois eu estava a caminho do restaurante.

Eu não podia me casar.

Eu não queria me casar novamente.

Tiro o celular do bolso, ligando para Simon e ele atende o telefone, no terceiro toque.

— Oi maninho — Ele me cumprimenta de forma animada.

— Precisamos conversar — Falo deixando os comprimentos de lado.

— O que aconteceu?

— Eles querem um casamento.

— Quem?

— A-a família do Paolo — Falo sentindo um nó se forma em minha garganta.

— Você está bem?

— Não, eu quero eles mortos! Você me entendeu, Simon?!

— Vicent...

— Simon, eu só preciso que você os mate. Todos, eu não quero um vivo, você me entendeu?

— Temos riscos. Precisamos reunir a família, você não pode-

— Eu sou o capo.

— Mas pode colocar toda a família em risco com essa guerra. Você não acha melhor-

— Eu não vou me casar.

— Não disse que iria. Você sabe que temos que nos reunir certo? Eu estou ocupado agora, que tal de noite? Toda a família Black, uma votação.

— Eu não vou casar.

— Mandaram uma proposta?

— Sim.

— Você a viu?

— Não.

Ouço sua respiração através do celular.

— Vamos fazer uma reunião, analisar a proposta e se não for boa... entramos em guerra.

— Eu não vou casar!

— Eu sei, Vicent. Eu sei... — Ouço a ligação ficar silenciosa por alguns segundos, antes de voltar a ouvir sua fala — Só não faça besteira, tá bom?

— O que você tá dizendo?

— Você sabe. Só não esqueça da reunião, às sete está bom?

— Sim, estou indo resolver uma coisa no restaurante.

— Algo que eu deva me preocupar?

— Mataram o Xavier.

— Foi tarde — Ele diz e não é novidade sua falta de apresso por Xavier, desde o seu término.

Eu amava meu irmão e esperava que algum dia ele voltasse a ser leve e feliz como antes.

— Simon? — O chamei.

— Sim?

— Eu te amo.

— Eu também te amo, Vince.

— Te vejo de noite?

— Sim, você vê.

— Tchau, solzinho.

— Tchau, brutamontes.

E assim a ligação se finaliza e um sorriso se expande por meus lábios, enquanto eu encaro a tela do meu celular.

Eu amava todos os meus irmãos, mas eu e Simon tínhamos uma sintonia maravilhosa, juntos.

Eu amava Simon.

O sorriso que eu estava em meus lábios, não demorou a se esvair. Tinham três viaturas em frente ao restaurante, fora aos curiosos de plantão haviam os tão temidos jornalistas e repórteres.

Sai do carro vendo aquela multidão se aproximar rapidamente de mim, vi quatro dos meus seguranças me rodiarem rapidamente enquanto caminhávamos para entrar no restaurante.

— Não posso permitir sua entrada — O policial me barrou.

— Sou o dono.

— Senhor Black. Senhor Black. — Aquela pequena multidão chamava meu nome.

— Estávamos esperando pelo senhor. O detetive Kane irá falar com o senhor.

Eu apenas afirmei.

Entrei no restaurante vendo o detetive Kane, que logo me abordou contando oque havia acontecido.

Os funcionários ouviram o som de três tiros, e procuraram por todo restaurante, assustando os clientes. E quando um dos funcionários estava indo procurar Xavier para lidar com a situação, viu Leo sair correndo do escritório.

O funcionário entrou encontrando o corpo já sem vida de Xavier. Leonard foi o assassino, alguma discussão sobre salário e por importunação da parte de Xavier.

Não era novidade que ele implicava com os funcionários, mas não esperava que ele chegasse a esse nível, e não esperava que isso teria tal fim.

Como meu irmão disse, foi tarde

— Mas temos um problema, senhor Black.

— Que seria?

— Um dos seus funcionários estava no vestiário, acabou ouvindo os tiros e isso parece que o deixou assustado. Ele já esta a mais de duas horas parado na mesma posição, ninguém conseguiu fazer ele sair do vestiário.

— Quem?

— Deixe-me ver… — Ele diz procurando o nome nos papais — Ah achei.

— Quem?

— Lucian Moreau. Mas há um funcionário com ele lá dentro, está tentando tirá-lo daquele estado.

— E qual é o nome desse funcionário?

— Killian. Killian Rossi.

UMA NOVA VIDA PARA O CAPO - A FAMÍLIA BLACK - LIVRO 3Onde histórias criam vida. Descubra agora