CAPÍTULO QUATORZE

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KILLIAN ROSSI

TRÊS DIAS DEPOIS

O restaurante estava uma loucura, muitos clientes e pedidos em um dia que deveria estar tranquilo. Meu intervalo iria começar em dez minutos, e eu ansiava pela hora de poder sentar e comer algo.

— Ah, e eu vou querer o especial do chefe — Disse a senhora em minha frente.

— Ok. Algo a mais?

— Um vinho tinto.

— Tem preferência em algum?

— Qualquer um, com tanto que seja seco.

— Ok. E a senhora?

A outra mulher na mesma mesa faz o seu pedido e com isso eu vou até o balcão para Aurora passar os pedidos para os garçons e cozinheiros através do sistema.

— Killian! — Ouço Leysa me chama e vou em sua direção.

— O que?

— Seu intervalo começa agora.

— Ah, graças a Deus — Falo soltando a respiração pela boca em puro alívio.

— Você vai ter um intervalo de duas horas hoje — Ela diz enquanto encarava o papel na sua mão — É estranho.

— O que?

— Seu horário.

— O que tem ele?

— Você deveria ter duas horas de intervalo para fazer hora extra hoje, mas parece que seu turno acabou.

— Acabou? Mas ainda não deu minha hora.

— É também estou achando estranho.

— Tem certeza que isso tá certo?

— Tenho. Mas vou conferir com o chefe, vai saber que ele acabou digitando algo errado.

— Ok...

— Mas você pode ir se trocando, provavelmente a planilha está correta e houve uma mudança brusca na mesma.

— Tá bom — Falo começando a andar.

— Ei? — Ela me chama e eu me a encaro.

— O que?

— Não esqueça, esse final de semana vamos sair.

— Você já comprou o presente dele? — Perguntei.

Esse final de semana seria o aniversário de Pierce, e íamos sair pra beber e principalmente comer bastante as custas dele.

— Comprei e você?

— Tô na dúvida entre amarelo e vermelho.

— Definitivamente não escolha vermelho, não valoriza nada nele.

— Amarelo então.

— Amarelo — Ela diz me dando um pequeno sorriso — Se eu não te chamar de volta é porque a escala tá certa.

— Sim, senhora.

Ela revira os olhos.

— Idiota.

Vejo ela se virar e começar a andar em direção a sala do chefe, no caso, para a sala de Vicent e eu faço a mesma coisa, mas eu vou em direção ao vestiário.

Me troco colocando a mesma roupa que vim trabalhar, que predominavam em cores pretas e um cachecol roxo. Peguei minha mochila e o celular para ir embora, mas quando me virei? levei um susto.

Vicent.

Ele está parado em minha frente, a poucos centímetros de distância me encarando quase me fez ir para a cidade de pé junto.

— Vicent?

— Roxinho — Ele diz com uma animação que eu não iria ter nem em mil anos de vida. Mas eu só pude revirar os olhos com aquele apelido que ele havia me dado.

— Já disse para não me chamar assim — Falei com firmeza.

— Mas combina com você.

— Oque combina comigo, é uma conta cheia de dinheiro — Falo vendo ele me encarar com um pequeno sorriso no canto dos lábios.

— Pode ser a minha?

— Mas ela não combina comigo — Respondo, vendo ele levar os seus próprios braços para trás do seu corpo.

— Mas eu combino, certo?

— Na verdade, sua conta bancária combina mais.

— Interesseiro — Ele diz com humor.

— Interesse? Só se for pela sua conta bancária — Falo com humor e ele sorrir. — Você não deveria estar trabalhando?

— Na verdade, eu deveria estar fazendo muitas coisas, menos trabalhando — Ele diz de forma sugestiva que me fez ficar confuso.

— E oque você deveria tá fazendo?

— Comandando um quartel.

— Comandando um quartel? — Questiono com humor.

— Sim. Você quer me conhecer? — Ele pergunta de forma séria.

— Te conhecer? Mas eu já te conheço — Falo confuso,porém continuo com um sorriso nos lábios.

— Não, você conhece uma parte. Você quer me conhecer por completo? — Ele dá mais um passo a frente.

Os seus olhos se encontram com o meu, e vejo o quão intensos eles estavam no momento.

Eu deveria sentir medo do que estava por vim?

Apenas, dou um passo a frente ficando com o rosto bem próximo do seu.

— Preciso trocar de roupa pra isso?

UMA NOVA VIDA PARA O CAPO - A FAMÍLIA BLACK - LIVRO 3Onde histórias criam vida. Descubra agora