CAPÍTULO ONZE

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KILLIAN ROSSI

— Pra mim? — Questionei.

— Sim.

— Gosta de pimenta certo? — Ele pergunta.

— Hã... sim, mas não muito picante.

— Tem alergia a alguma coisa?

— E...que eu saiba não — Respondi, mas aindanão acreditando a cena que eu estava vendo.

Ele se movia pela cozinha alternando entre olhar as panelas e cortar algumas coisas mais.

— Você não quer ajuda? — Perguntei vendo ele levantar o olhar para mim, largando tudo que estava fazendo e vindo até mim.

— Na verdade, você poderia me ajudar em uma coisa — Ele diz ficando muito, mais muito próximo de mim.

— O-o que?

— Sabe...eu estava querendo experimentar... — Ele desce seu olhar para minha boca — Algo novo — Ele volta a olhar nos meus olhos novamente — Você também não quer?

— Experimentar?

— Sim.

— Hã... mas o que seria?

— Acho que pode ter um gosto delicioso se fizer com jeito... — Ele diz com um sorriso ladino no canto dos lábios, ainda me encarando intensamente.

Tento me afastar mais tropeço nos meus próprios pés, minha queda foi amortecida por ele, que seguro meu braço me puxando contra si.

E minha respiração se alterou quando percebi nossa proximidade.

Sua mão em minha cintura enquanto a outra se mantinha no meu antebraço.

"Como eu saio disso?"

Cozinhando.

— A comida.

— Desliguei o fogão.

— Hã...mas a comida vai-

Tentei me afastar mas ele segurava em minha cintura com firmeza.

– Que tal Paris? — Ele pergunta repentinamente.

— O que?

— Um encontro em Paris.

— Eu tenho que trabalhar.

– No seu dia de folga.

— Já tenho compromisso.

— Que seria...?

— Estudar.

— Estudar?

— Sim, estou tentando entrar na faculdade.

— Faculdade?

— Sim.

— Posso te ajudar?

— Eu não acho que-

— Então começamos esse final de semana.

— Mas você nem sabe que faculdade eu irei fazer — Falei ainda o encarando.

— E qual seria? — Ele pergunta.

E minha mente estava totalmente confusa.

Quando chegamos nessa fase? Quando que eu me coloquei aqui? Como isso tudo aconteceu?

E o porque estava acontecendo tão rápido?

Éramos desconhecidos a pouco tempo e agora eu estava na sua casa, com medo de ser morto, e ele dizendo que iria me ajudar, e ele estava cozinhando para mim.

Que merda de vida é essa?

Minha mente parecia a mil quando o som da companhia alcançou nossos ouvidos. Ele franziu o cenho, quando o barulho começou a se tornar insistente.

— Já volto — Ele disse me soltando e indo atender sei lá quem seja.

Primeiro, ele me chama pra um encontro, sendo que, ele é meu chefe.

Segundo, dizem por aí que a família Black é uma família perigosa e eu não quero problemas para minha vida

Terceiro, ele me leva pra casa dele e fica jogando esse...charme pra cima de mim.

Quarto, ele está cozinhando pra mim.

Quinto, ele estava com suas mãos em meu corpo.

E graças a Deus a companhia tocou, porque se isso fosse como aqueles livros ele teria me beijado e com certeza estaríamos transando agora.

— E quem está aí? — Ouvi uma voz que parecia conhecida dizer — Fala logo Vicent.

— Você é muito curioso — Ouvi Vicent dizer.

— Você está sentindo esse cheiro? Cheiro de comida.

— Ei isso é invasão!

— Eu quero jantar — Ouvi passos e a porta sendo fechada.

— Problema seu — Vicent disse — Morre de fome.

— Maldoso.

— E você é um folgado.

Uma resposta veio logo em seguida, ao mesmo tempo que a pessoa adentrava a cozinha.

— Você é muito mal pra um irmão. — O homem diz entrando na cozinha e seus olhos me encararam — Uow!

— Simon — Vicent o chama.

E foi impossível não reconhecer o homem diante de mim.

Simon Black,o quarto filho da família Black.

Bonito.

Gostoso.

Rico.

Modelo.

Eu o reconheci das fotos em sites e perfis nas redes sociais, e principalmente porque ele já foi ao restaurante visitar o irmão.

— Quem é você?

Ele questionou me analisando de cima a baixo parecendo que iria me devorar com o olhar.

— Ah-eu sou o Killian.

— Você tá mirando BEM alto em maninho — Ele diz ainda me analisando, minhas bochechas quentes de tanta vergonha.

— Não é pro seu bico, Simon — Diz Vicent com a voz seria.

— Com certeza é pro meu bico, mas sim pro meu pau e tudo mais — O irmão mais novo de Vicent profere aquelas palavras me fazendo ficar em um misto de vergonha,surpresa e contentamento.

Talvez eu tenha ficado feliz, porque eu não recebo muitos elogios.

— Simon, olha a boca.

— Mas ele é bonito, não faz mal elogiar.

— Faz sim.

— Que isso, Vince. Olhar e elogiar não arranca pedaço.

— Você vai ver oque eu vou arrancar se continuar falando — Ele disse me deixando sem reação.

Vejo o Simon revirar os olhos e caminhar até as panelas, conferindo tudo.

— Tá preparando oque pra jantar? — Ele diz e abre a geladeira pegando uma garrafa de água. E quando ele se vira, ele encara Vicent com o cenho franzido em confusão — Pera, você tá cozinhando?!

UMA NOVA VIDA PARA O CAPO - A FAMÍLIA BLACK - LIVRO 3Onde histórias criam vida. Descubra agora