Capítulo 18 - Você aceita ser minha filha?

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Na manhã seguinte quando tudo estava muito calmo, Lucien se levantou deixando Stella dormindo, saiu do quarto em direçao a cozinha encontrando seu pai no caminho.

— Filho, já está acordado, ainda não está muito cedo?

Faziam um tempo que Lucien não se importava que Helion o chamasse de filho, afinal aquilo era um fato. Os meses que passou ente estar na Corte Noturna, Diurna e as terras humanas, acabou aproximando muito os dois. Foram inúmeras conversas, revelações e até choro de ambos, mas no fim estabeleceram uma ótima relação de pai e filho, mesmo que Lucien ainda não tenha se sentido a vontade o suficiente para o chamar de pai.

— Olha quem fala.

— Filho eu percebi que está um pouco estranho desde ontem a noite, depois de ter passado mal. Aconteceu algo? — Lucien havia percebido que desde que ele autorizou Helion a chamá-lo de filho, o Grão-Senhor da Diurna não desperdiçava oportunidades e sempre que podia o chamava assim. 

— É sobre isso que quero conversar com você, tem um momento?

— Claro, sempre terei. Podemos conversar lá fora, nos jardins de Rhys.

— Certo.

Eles caminharam passando pela cozinha, ainda vazia e se sentaram no mesmo lugar que Lucien havia estado com Stella na noite anterior.

— O que quer conversar?

Lucien ergueu um escudo envolta do dois. Havia aprendido aquilo com Helion. Aos poucos ele ia descobrindo seus reais poderes, assim como seus limites, e estava sendo ótimo ele treinar com o pai, mesmo que ele se fizesse de orgulhosos e não admitisse.

— Segredo então — disse Helion ao ver o filho os isolando do mundo.

— Como se sentiu quando descobriu que... que eu era seu filho?

Helion não entendeu muito bem onde ele queria chegar com aquilo, mas respondeu com sinceridade.

— Era como o chão tivesse se aberto ao meus pés, eu vi meu mundo desabar. Era uma mistura de raiva, ódio, ressentimento. Era tanta coisa, mas acima de tudo, o maior sentimento, o que me fez desaprender a respirar, foi o da tristeza, não por descobrir que era meu filho, não Lucien. Saber disso depois de toda a confusão, foi a coisa mais incrível do mundo, o motivo da maior felicidade. Mas eu falo de uma tristeza profundo por não ter tido a oportunidade de criar você, de ter ver nascer e crescer, de acompanhar seu desenvolvimento, seus primeiros passo, sua primeira palavra, tristeza de não ter tido como te proteger, de não poder ter te acolhido. Descobrir um filho adulto para alguém que sempre quis ser pai, é pior e o melhor dos sentimento ao mesmo tempo.

— Eu acho que te entendo perfeitamente agora — Lucien disse com os olhos vitíros direcionados ao chão.

— Certo. — Helion levou alguns segundos para se espantar com o que Lucien havia dito. — Espera, do que você está falando? Isso é sobre mim ou sobre... O que está acontecendo?

— Ontem, quando eu sai com Stella, eu tinha acabado de descobrir que tenho uma filha, não, duas e que jamais terei a oportunidade de conhecer uma delas — ele disse sem se virar para o pai.

Helion abriu uma, duas vezes a boca, mas estava chocado demais com aquilo para sair qualquer som que fosse.

— Ela é minha filha. — Desta vez ele se virou para Helion que ficou pensativo, pensando com quem Lucien estava conversando segundo antes de sair da sala.

— Gwynete?

Lucien afirmou com a cabeça. Seus olhos estavam cheios de lágrimas.

— Oohh. — Foi a única coisa que ele conseguiu esboçar para o filho. — E como você sabe?

A Corte dos segredos (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora