Capítulo extra 4 - Eu te amo

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🌟 Esse episódio se passou durante os capítulos 22 - Após a esperança, vem a dor e o 23 - A grande batalha. 🌟 

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Quando Azriel gritou com Eris o acusando de traí-los, ele não se surpreendeu, sabia que iriam taxá-lo como tal e não era para menos, tudo indicava que ele era mesmo o traidor e nada podia fazer para reverter aquilo naquele momento. Estar sendo totalmente controlado por Beron e tendo seu poder de fogo congelado dentro dele, fora as inúmeras torturas sofridas nas últimas semanas, que o deixara em carne viva, atrapalhava ainda mais sua imagem, já que não poderia reagir um milímetro fora do personagem que foi obrigado a desempenhar. Mas nenhuma máscara, nem todos os anos fingindo ser quem não era o preparou para o que viria a seguir.

Enxergar nos olhos do irmão caçula toda a decepção, a dor e a desolação por ter sido supostamente traído por quem ele mais confiou em toda a vida, doeu demais nele. E doeu ainda mais quando disse:

— Foi extremamente fácil manupulá-lo, bastardo.

Foi como ser atingido mil vezes por socos na costela, especilmente pelo tom usado para pronunciar aquilo. Bile subia de seu estômago, mas segurou firme. Ou ao menos tentou.

Tentou também não absover a raiva que Stella direcionou a ele quando defendeu o irmão, mas também não estava preparado para saber que ela estava prometida a um deus imortal, especialmente aquele. Stella, sua parceira, seu amor, não podia ser real, eles precisavam sair daquela siruação vivos de alguma forma e ele estava tentando de todas as formas que podia e conseguia, achar uma saída.

Após a transformaçaõ de Koschei, Eris não podia acreditar, ou até podia, sabendo do que Beron era capaz, não era para estar surpreso, mas ainda assim se surpreendeu quando ele ordenou os guardas que trouxesse sua mãe, na mesma medida que se desesesperou ainda mais. Sua mente estava a um milhão por hora tenatando achar uma saída para tudo aquilo, estava tão apavorado que assim que ouviu seu irmão implorar o mandou calar-se.

Eris quase desaprendeu a respirar quando viu o pai machucar sua mãe mais uma vez, especialmente desta vez sendo na frente de todos. Torceu para que Helion pudesse fazer algo para protejê-la mas a mãe tinha razão, nem mesmo juntando todos os demais Grão-Senhores se faria suficiente para acabar com Beron.

Eris quis gritar, pegar a espada mais próxima e enfira na garganta de Beron e de brinde na de Koschei, só queria poder acabar com todo aquele sofrimento, não o dele, mas a do irmão, da mãe, de todos ali. Por pouco não deixou escapar uma lágrima que encheu seus olhos quando viu Lucien desabar no chão, tossindo sangue. Aquilo não podia estar acontecendo, não com ele, com seu amado irmão, a quem ele tanto tentou protejer, a quem ele sem pensar duas vezes daria a vida. Maldita hora para não ter controle dos próprios poderes. Mas não teve escolha mais uma vez, precisou atuar como sempre quando Stella o acusou mais uma vez, respondendo com muita dor no coração:

— Eu não me importo, não estou nem aí.

Seu poder de fogo estava tão congelado que ao falar aquilo ar gélido saiu de sua boca, esfriando o ambiente. Estava sendo tão controlado por Beron, obviamente com a ajuda de Koschei, que nem ao menos conseguiu contatar Rhys pela mente.

Nojo o atingiu com tanta força quando seu pai tocou seu ombro com tapinhas, que ele mal conseguiu disfarçar. Ele não teve muito tempo para pensar, pois quando se deu conta havia sido atingido pelo poder de Koschei. Eris já havia experimentado dores de todos os tipos na vida, desde que nascerá, mas nunca nada se compararia aquela dor, especialmente quando se deu conta que sua parceira havia sido atingida também, mesmo que indiretamente, percebendo naquele momento o quanto era especial e rara além do normal a sua parceria com Stella.

No instante seguinte a onda de dor causada por Koschei, outra o atingiu e consequentemente a Stella, mas desta vez vinda do próprio pai, o que não o surpreendia, afinal Beron nunca amou ninguém, nem a si próprio, não amaria um filho a ponto de não machucá-lo. Ele precisava pôr um fim aquele sofrimento, mas cada minuto que passava se viu sem chances, especialmente estando debilitado do jeito que estava naquele momento.

Um único momento de alívio que teve, foi quando Merrill se mostrou como a verdadeira traidora e Eris pode ver nos olhos do irmão que ele não o odiara, não mais, não sabendo que o mais velho estava tão preso naquela situação quanto ele próprio. Ele poderia morrer feliz, sabendo que ao menos o irmão acreditava nele. Aquele momento não durou muito, pois Beron o atingiu mais uma vez e de novo ele caiu no chão, sem forças.

Ele precisava agir, tendo forças ou não, ele precisava. Então se moveu até onde o irmão estava ao chegar e se virar, viu Stella tão sem forças quanto ele e ainda pior e a única coisa que conseguiu foi gritar seu nome antes dele e Lucien serem arremessados contra a parede.

Stella!

Ele, assim como todos se viram surpreendidos quando Gwyn bateu a mão na testa de Koschei, quebrando uma espécie de ovo, fazendo com que ele desaparecesse, ou quase. Perceber que o ser imortal, para não desaparecer se fundiu no corpo de Beron, foi desesperador para todos ali, ele sentiu que era o fim, não tinha mais o que ser feito. Eris tentou impedir que Stella enfrentasse Beron sozinha.

— Stella, por favor, pare. Não vê que não pode contra o poder que ele possui agora — Eris se esforçou em dizer ao seu lado.

E nada no mundo foi tão insuportável do que ver Stella dizer que o amava e logo em seguida bater de frente com um Beron indestrutível. Ele sabia que aquela era sua despedida, sabia que ela faria de tudo que estivesse ao seu alcance para salvar a todos, mesmo que para isso precisasse morrer. Ele não suportaria passar por isso novamente, então implorou mais uma vez quase sem voz:

— Não, não, por favor.

As lágrimas corriam em seu rosto como uma cachoeira, ver sua parceira tentar e tentar e apenas se machucar, sem que ele pudesse fazer nada, doía. Doía tanto que ele apenas conseguiu pronunciar o nome dela, como um sopro saindo da boca, quando a viu cair pela última vez. E mais uma vez, ele a viu, sem vida. 

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Comentário da autora:

➤ Nossa, gente, como a dor, doi né!? Quanto sofrimento, cara. O bichin sofreu, viu. Valorizem o gato no fim desse fic, minha gente. 

A Corte dos segredos (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora