🌟 Pov - Ian e Ioná. Esse pov se passa após o final do capítulo 28. 🌟
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Ver a mãe correndo de um lado para o outro atrás das crianças, estando feliz e um lindo sorriso no rosto, o deixou feliz. Ele cogitou a chamar para conversar, mas ainda não se achava digno daquilo. Especialmente ao vê-la correr atrás das meninas, o fazendo imaginar como ela seria com as filhas se elas tivessem vindo ao mundo. Uma dor percorreu seu corpo ao se lembrar das barbaridades que fez com a mãe. Ele então abaixou a cabeça, focando o olhar no chão, não percebendo um menininho atrevido se aproximar.
— Tio, Ian. Você veio, vem quero te mostrar uma coisa. — Tessio puxou a mão de Ian que sem saber dizer não para o menino, o deixou ser levado. — Mamãe, mamãe, esse é o tio que falei que desenha muito bem.
Ian viu o momento que a mãe do menino ficou sem cor ao ver de quem se tratava, rapidamente o cumprimentando.
— Tio, Ian, quer um pedaço? — Kira apareceu da mesa de comida oferecendo algo a ele que educadamente recusou. — Mamãe, esse é o tio que ajuda a tia Isis na escolinha.
Por um milésimo de segundos a cabeça de Ian deu um nó ao ver a menininha chamar a mesma fêmea de antes de mãe.
— Espera, vocês dois são irmãos?
— Claro tio, somos gêmeos, vai dizer que nunca percebeu.
— Gêmeos? Não, eu nunca percebi.
— Ela puxou ao pai e ele a mim — disse timidamente a mulher.
Tessio realmente era a cara dela, moreno com os olhos verdes, cabelos negros cacheados e a menina era loira dos olhos azuis e pelo branca.
— Falando nisso, cadê o papai? Ele já não tinha terminado de tocar? — perguntou o menino procurando na multidão o pai.
— Ele é da banda?
A fêmea se surpreendeu com a educação e em como Ian estava conversando com ela. Se lembrava dele totalmente diferente, agressivo, perverso. Os anos nas masmorras do castelo devem o ter mudado mesmo, como diziam as pessoas.
— S-sim – ela respondeu nervosa, percebeu ele.
— Ele toca muito bem, aliás.
— O-obrigada. — Ela sorriu, feliz e orgulhosa do marido que logo chegou até eles, sentindo ambos os filhos se agarrarem a sua perna.
— Senhor Ian — o rapaz, que agora ele se lembrava quem era, o cumprimentou. — Olá, meu amores, estão bem? — Ambas as crianças acenaram que sim. — Por que não vão brincar com as outras crianças, daqui a pouco o papai chama vocês. — Elas seguiram o conselho do pai e partiram em disparada, correndo um atrás do outro. — Gostou da apresentação?
— Sim, foi incrível. — Ian o respondeu.
— Obrigado. Sabe, seu irmão está muito contente com a sua aparição. Todos eles, na verdade. — Ian pode notar de onde tinha vindo o espírito para frente Tessio.
Ian apenas sorriu para o rapaz. Depois seguiu o olhar para onde seus familiares estavam, percebeu que sua mãe o olhava de longe, então rapidamente desviou o olhar.
— Ela sente sua falta. — Ian viu a hora que a esposa do rapaz lhe deu um cutucão com o cotovelo e abaixou a cabeça, nervosa, esperando a represaria.
— Acho que Aries andou falando demais por aí.
— Ninguém precisa dizer nada, todos sabemos que ela é sua mãe e julgar por como ela te chamou pelo olhar esse tempo todo, com certeza ela sente sua falta. Vai por mim, eu sei o que estou dizendo, mas infelizmente, no meu caso, não tive tempo para concertar o que errei com a minha mãe. Mas você ainda pode. Afinal, mesmo que não concorde, você para sempre será o filho dela.
A esposa do feérico mordida fortemente seus próprios lábios com medo da reação de Ian, que para sua surpresa, agradeceu ao marido e sorriu.
— Você é uma ótima pessoa e tem uma família linda.
Com espanto estampado no rosto, a feérica viu Ian se afastar sem fazer nada. Viu ele ir na direção da mãe como uma estrela cadente, também viu quando ele parou na frente dela, cercado de sua família a e amigos de outras cortes e viu o momento que a mãe disse algo e o abraçou.
Ao ouviu as palavras daquele feérico, Ian decidira que iria conversar com a mãe, implorar seu perdão e assim o fez. Caminhou até ela como um vento forte e só parou quando estava bem a sua frente. Ioná por sua vez, viu o momento em que ele se aproximou e então se desvencilhou de Helion e o esperou.
— Eu estava esperando por você, meu filho.
Ian não disse nada, apenas a abraçou, fechando os olhos com força. Após uns instantes, Ioná se separou do filho para olhá-lo melhor, passando a mão no rosto dele.
— Está pronto para conversar? — Ele apenas acenou com a cabeça. — Venha.
Antes de ir com a mãe, Ian olhou para Eris e depois para Helion, recebendo de ambos, um sinal positivo com a cabeça. Então ele seguiu com ela até uma sala particular vazia, fechando a porta e deixando os guardas atrás delas, do lado de fora.
Assim que Ioná se virou para dentro da sala viu Ian se ajoelhar a sua frente dizendo:
— Mãe, me perdoa. Eu sei que não mereço o seu perdão, sei que fui um crápula, um filho ingrato, mas me perdoa, por favor.
— Filho — ela o chamou abaixando na altura dele. — Eu já te perdoei a muito tempo, não tenho o que te perdoar. — Ela passou a mão no rosto dele.
— Eu fui horrível, mãe. Eu te machuquei, te feri de propósito, te fiz sofrer. Eu não mereço ser seu filho — Ele falava com dificuldade em meio ao choro.
— Ian, você é, e para sempre será meu filho, independente do que você faça, sempre será meu filho. Não vou dizer que não doeu, que não me magoou, que eu não senti o que me fez, mas nada disso importa agora. Eu só quero que você se torne um bom macho, um que sempre foi, mas que pela perversidade do que viveu precisou se esconder em um personagem cruel, assim como seus irmãos. Filho, olha para mim. — Ela pegou o rosto dele, levantando para que ele a olhasse. — Eu te perdoo. O perdoo por tudo, só me promete que se tornara alguém melhor.
— Eu prometo, mãe, eu prometo.
Ela o abraçou e ambos choraram por um bom tempo.
— Saiba que eu amo você, meu filho. Que nunca deixei de amar.
— Eu amo você, mãe.
— Bom. — Ioná enxugou as próprias lágrimas, fazendo o mesmo com Ian a sua frente, que aproveitou o calor do carinho da mãe. — Agora é hora de se levantar e seguir em frente. — Ambos levantaram juntos. — Saiba que sempre estarei aqui por você, por todos vocês.
— Eu estarei aqui pela senhora, mãe e por todos eles também. Eu prometo honrar o compromisso que fiz com você e me tornar um bom macho. Espere por mim?
— Não, eu vou junto com você. Caminharemos juntos, somos uma família, afinal.
— Obrigado — sussurrou com a voz rouca. — Sabe, é tão bom te ver assim, radiantes, feliz. Acho que seu parceiro e a Corte dele está te fazendo bem.
— Está sim, e saiba que é bem-vindo sempre.
Eles sorriram um para o outro.
— Me lembra de agradecer aquele Grão-Senhor por fazê-la feliz.
— Vocês todos me fazem feliz. Agora vamos voltar para a festa, quero te mostrar umas coisas.
E assim ela o arrastou para fora, como se fosse um menininho sendo carregado pela mãe de um lado para o outro. Ian não pode deixar de sorrir feliz ao perceber aquilo.
Enfim a vida dele e de todos estavam rumando a um lugar feliz.
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Comentários da autora:
➤ Eu queria tanto que esse momento chegasse, queria mesmo que Ian e Ioná se acertassem. O que vocês estão achando dos capítulos extras e dos povs?
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A Corte dos segredos (EM REVISÃO)
FanfictionHá segredos que de tão bem guardados, machucam. E se de repente Helion aparecesse com uma filha, da qual escondeu por séculos? E se essa filha tivesse alguns segredos que incluem o príncipe de uma certa Corte? E se a alma de Lucien tivesse sido n...