Capítulo extra 3- Desabafo

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🌟 Essa conversa está relacionada ao capítulo 7- Revelações.🌟


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Alguns minutos haviam se passado após Azriel pousar com Stella em uma clareira na floresta. Era bem verdade que ele nunca sabia o que fazer ao ver um fêmea em prantos, então sempre ficava calado, esperando que elas se acalmassem. E foi o que ele fez com ela, esperou e esperou até que ela respirasse calmamente.

— No fim das contas, eu estava certo e vocês dois já se conheciam de antes, certo!? — ele disse sem olhá-la.

Stella permaneceu em silêncio, olhando o lago a sua frente, lindamente iluminado pela lua. Estava sentada a direita dele, ambos em um tronco caído de árvore.

— A parte em que disse que o odeio, é real. Mas sim, no fim das contas eu menti e já o conhecia — ela disse quebrando o silêncio. — Mas não se preocupe, não é nada que prejudique sua corte, eu apenas... fui burra o suficiente para me meter nos lençóis dele há muito, muito tempo.

— Mas pela sua reação a ele, especialmente hoje, não acho que tenha esquecido, mesmo depois de tanto tempo, como disse.

Ela respirou fundo, contendo as lágrimas que ameaçavam voltar e se virou pela primeira vez para ele.

— Você já amou alguém a ponto de achar que aquela pessoa é a pessoa certa para sua vida e que mais ninguém importa?

Azriel ficou calado, mas a imagem de Mor veio a sua mente, um amor que durou quinhentos anos. Também pensou rapidamente em Elain, mas logo seu pensamento o levou para uma outra pessoa, a qual ele fez questão de guardar no fundo da mente. Aquela não era alguém a quem cogitar.

— Um amor assim, Azriel, não se esquece fácil, mesmo que ele tenha apenas te deixado feridas tão profundas a ponto de te deixar incapaz de se entregar novamente.

— Você ainda o ama?

— Sinceramente. —  Ela voltou a olhar para o lado — , eu tinha certeza que não, mas a verdade é que eu não sei. — As lágrimas mais uma vez ameaçavam rolar, mas ela se segurou novamente, respirou fundo e sacudiu a cabeça, levantando. Não sabia ao certo porque revelou aquilo a ele, mal se conheciam. — Acho que podemos voltar, me desculpe por isso, de verdade. Eu espero que essa conversa fique entre nós e qualquer mal-entendido esclarecerei com seus Grão-Senhores.

— Certo, e não se preocupe, não falarei nada.

— Obrigada.

E assim eles voltaram, desta vez, atravessando. 

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A Corte dos segredos (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora