Dia estressante

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Kadu

Após passar o dia no escritório com meu pai, tudo o que quero é chegar em casa e apagar por algumas horas até a hora da festa mais aguardada do semestre... A minha.

Atualmente sou o cara mais foda e cobiçado pelas garotas do campus. Não existe uma garota que ainda não se rendeu ao meu poder de persuasão. Quer dizer, existe uma, mas essa logo cederá. É uma questão de tempo.

Chego ao estacionamento e antes que eu entre no carro, meu pai me alcança. O que ele ainda deseja falar comigo depois de um dia totalmente estressante?

— Kadu, preciso que você faça um favor para mim.

— Pai, podemos deixar os favores para segunda-feira? Hoje foi um dia puxado, em um sábado onde eu deveria estar curtindo.

— Os assuntos da empresa que, um dia será sua e do seu irmão são as suas prioridades.

— Pai, eu já conheço esse discurso, então vamos pular direto para a parte importante? — Eu estava louco para cair fora.

— Tem visto seu irmão ou falado com ele?

Então era isso? Meu pai queria saber como está o seu filho que se recusa a seguir com as ideias loucas do pai?

— Falei com ele ontem.

— E...

— E só pai.

— Ele não mencionou nada para você?

— Como o quê, por exemplo?

— Sei lá. Algo importante para ele e aquela garota por quem ele decidiu sair de casa.

Destravei meu carro e joguei minha pasta no banco do carona antes de me dirigir para o meu pai novamente.

— Pai, eu quase não tenho tido tempo nessas férias desde que o senhor me colocou para trabalhar aqui. Se o senhor quer saber da vida do meu irmão, porque o senhor não o procura e pergunta? — falei entrando no carro. — E aquela garota tem nome, Nanda. Sua nora.

Dei partida no carro e saí da garagem da empresa. Eu queria ir para casa, mas meu pai me atacaria novamente quando ele chegasse para o jantar. Decidi ir para o meu apartamento no campus, não gostava de ir para lá nas minhas férias, mas no atual momento, eu iria usá-lo para fugir um pouco dessa vida que meu pai me impôs.

Quando entrei no estacionamento, poucos alunos estavam no pátio, a maioria sempre viajava nas férias, coisa que eu também deveria estar fazendo, mas devido à decisão precipitada de Nick, eu fui obrigado a assumir um posto que ainda levaria três ou quatro anos para tomar meu lugar.

Não estou querendo dizer que sinto raiva de Nick, de nós, ele sempre foi o mais impulsivo nas suas decisões, e o que sempre tirava meu pai do sério. Mas sempre soubemos levar isso, pelos menos tentamos.

Há alguns meses, nossa relação voltou a entrar nos eixos depois que eu lhe contei a verdade sobre o acidente que deixou nossa irmã em coma. A relação dos dois sempre me deixou com ciúmes, mas nada que pudesse prejudicar nossa família.

Os dois eram confidentes até o dia em que Eduarda começou a se envolver com drogas, escondendo esse segredo de Nick. Na noite do acidente fui atrás dela após receber uma ligação. Quando os paramédicos chegaram ao local eu assumi toda a culpa para que Nick não soubesse o motivo real.

Eduarda acreditava que Nick a amaria menos se ele soubesse do seu problema com drogas. Perdi a conta de quantas vezes tentei convencê-la de falar a verdade, o que foi inútil. No final acabei perdendo dois irmãos, Eduarda ficou em coma e Nick passou a me odiar pelo acidente.

Antes de você - Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora