Dia corrido

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Belinda

Passei o dia enfiada na minha sala. Havia muitos assuntos acumulados e eu tinha que pensar na pauta seguinte. Dois dos estagiários tinham faltado e eu precisava fechar uma matéria sobre o que esperar com a formatura, ideia do reitor Ricardo. Passei uma mensagem para Nanda perguntando se ela poderia me ajudar e ela topou na hora.

Duas horas depois que ela chegou, consegui me organizar e ainda tivemos tempo para uma parada para fazermos um lanche. Avisei Jessye onde estávamos e logo ela apareceu para nos fazer companhia. As duas pediram vitaminas de bananas com aveia acompanhada de duas porções de pão de queijo. Eu me contentei com um suco de laranja e um sanduiche natural.

- E então Jessye, você e Rafael já fizeram as pazes? - perguntei enquanto dava a primeira mordida no sanduiche.

- Estamos bem. Acabei descobrindo um lado dele que não conhecia, a insegurança. Mesmo depois de ter enfrentado meus pais, ele ainda tem medo que eu o deixe ou que fique com outro cara.

- Se ele ainda está inseguro, não seria melhor esperar mais um pouco para morarem juntos? - eu quis saber.

- Talvez fosse o certo, mas estamos querendo ter o nosso canto. Estou até pensando em procurar um estágio ou um emprego para ajudar Rafael.

- E no que você tem experiência para poder trabalhar? - perguntei.

- Em nada, mas posso aprender bem rápido. Serve qualquer coisa.

- Posso falar com o Russo e ver se ele não está precisando de alguém. - Nanda sugeriu.

- Você faria isso?

- Claro. Não estou prometendo nada, mas...

- Qualquer coisa que ele tiver vai me ajudar. Quero mostrar aos meus pais que sou capaz de conseguir meu próprio dinheiro.

- Vou falar com ele hoje e depois te dou uma resposta.

- Mudando de assunto, Nanda que história é essa que o Kadu está trabalhando?

- Você não estava sabendo?

- Não.

- Ele está trabalhando com pai desde que entrou de férias.

- Tinha quer na empresa do pai. Quem mais contrataria um bad boy como ele? - brinquei.

- Kadu iria prefere trabalhar para um político corrupto a ficar com seu pai. Ele está no seu limite. Domingo ele foi o nosso apartamento depois de mais uma briga com o pai. Parece que o clima pesou depois que Nick saiu de casa.

- Sério? Nunca imaginei Kadu trabalhando, ainda mais na empresa do pai.

- O pai dele está descontando sua irritação por Nick ter me escolhido. Com Eduarda em coma, só sobrou Kadu como saco de pancada.

- Por que ele não faz como o Nick? Chuta o balde e sai de casa?

- E quem vai sustentar as suas mordomias? - perguntou Jessye.

- Não é só por isso, a mãe deles já está sofrendo demais com distância do Nick. Se Kadu resolver fazer o mesmo, não vai sobrar mais nenhum filho. Kadu parece ser imaturo na maioria das vezes, mas quando está entre pessoas que ele ama, ele se desmonta.

- Só vou acreditar nisso, por que é você quem está contando, já que vai fazer parte da família em breve. - eu falei ainda com um pouco de dúvida.

Depois do lanche, Jessye e Nanda voltaram comigo para a redação do jornal. Ficamos até o fim da tarde revendo e arquivando matérias que já tinham sido publicadas e as que iriam ser notícias na edição de amanhã. Nick ligou para Nanda avisando que eles tinham sidos convidados para um jantar na casa dos seus pais, o que deixou minha amiga preocupada.

Antes de você - Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora