Preciso acreditar em milagres

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Kadu

Pensei que seria bem mais difícil convencer Belinda de que eu estava falando sério e que não desistiria dela assim tão fácil. Confesso que os momentos que seguiram a minha confissão, pensei que teria um infarto. Ver a sua reação a minha declaração, me deixou quase sem fala.

Agora era fato. Estávamos juntos. Confessara para uma garota que eu a amava. Sorri comigo enquanto tirava o urso que havia ganhado no sorteio e trancava o carro, seguindo para a casa.

Coloquei o urso em cima do sofá e segui para o telefone para pedir nosso jantar. Após desligar, fui até o meu quarto trocar de roupa e colocar algo mais leve. Ouvi o barulho do chuveiro e fiquei tentado a invadir o banheiro e tomar banho com Belinda, mas me segurei.

Voltei para a cozinha e preparei a mesa para nosso jantar. Quando a campainha tocou, atendi. Peguei as embalagens, agradeci e voltei para a cozinha. Quando tudo ficou pronto, segui para o quarto avisar Belinda.

─ Meu Deus! Que banho demorado. A água deve estar mesmo uma delícia. ─ falei do lado de fora da porta do banheiro.

Não ouvi sua voz, talvez por o boxe estar fechado. Fui até a mochila que eu trouxe com roupas minha e procurei o carregador do meu celular. Conectei à tomada e depois abri meus vídeos. Havia feito algumas imagens de Belinda e eu ainda não vira como haviam ficado.

Sorri quando vi que peguei momentos engraçados, quando ela não percebeu a onda atrás dela e levou o maior caixote, acabando com a roupa coberta de areia.

Olhei no relógio e depois para a porta do banheiro. Belinda ainda continuava no banho. Levantei-me e segui para a porta. Esperei algum barulho, mas não ouvi nada.

─ Belinda, nosso jantar vai esfriar.

Silêncio.

Dei dois toques e nada.

─ Belinda, está tudo bem aí dentro? ─ perguntei ficando preocupado.

Só o barulho da água.

Toquei na maçaneta e a porta abriu. Empurrei com cuidado, não querendo invadir a privacidade de Belinda. A cena que vi, fez meu coração congelar. Belinda estava caída no boxe.

─ Belinda! ─ falei correndo ao seu encontro.

Abri o boxe com tanta força que por pouco, não quebrou. Molhei-me ao desligar o chuveiro, me agachei para vê como Belinda estava.

─ Belinda, por favor... ─ toquei seu pulso e graças a Deus, ela estava viva.

Sua pulsação estava fraca, mas ela estava comigo. Tentei acordá-la sem sucesso. Peguei a toalha pendurada e coloquei em volta do seu corpo e a levei para o quarto. Coloquei delicadamente em cima da cama e já pegando o celular e ligando para a emergência.

Demorou uma eternidade até alguém me atender.

─ Emergência, em que posso ajudar?

─ Minha namorada está desmaiada e não consigo acordá-la... ─ falei atropelando as palavras.

─ Senhor, eu preciso que se acalme e conte pausadamente o que aconteceu.

─ Á merda você, acabei de encontrar minha namorada desmaiada no banheiro e vem me pedir calma?

Desliguei o telefone e com cuidado peguei Belinda ainda desacordada e corri para o carro. Com cuidado, a coloquei no banco traseiro e saí à procura de um hospital.

Por Deus, não sei como consegui dirigir sem sofrer um acidente e matar nós dois. Atravessei todos os sinais por onde passei até chegar ao hospital e gritar literalmente na recepção pedindo ajuda.

Antes de você - Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora