Um sentimento não identificado

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Kadu

Deixei Belinda ir para sua casa sozinha, mas quis ter certeza de que ela iria mesmo. Segui-a uma longa distância e vi quando ela atravessou os portões da sua casa. Eu estava fazendo coisas que nunca pensei em fazer. Eu estava me importando com alguém que nunca olhei com outros olhos antes.

Belinda era de longe a garota que fazia meu tipo. Prepotente, teimosa e dona da verdade, ela sempre teve o dom de me irritar, mesmo quando não tinha motivos. E agora, de uma hora para outra tornou-se parte dos meus pensamentos.

Peguei meu celular e liguei para uma das garotas com quem eu costumava sair quando precisava de uma fuga dos meus problemas. Simone concordou no mesmo instante em me encontrar.

Ela só seria minha distração por algumas horas. Algo que me fizesse esquecer Belinda e sua carga de problemas e a minha vida complicada.

Assim que passamos pela porta, Simone pulou no meu colo e começou a me beijar. Caminhei com ela até meu quarto e a joguei em cima da minha cama.

Fui até minha gaveta e peguei uma camisinha e voltei para ela. Simone me puxou para junto dela e começou a tirar minha roupa. Não fui gentil e Simone entendeu que eu não queria conversa. Era apenas sexo.

*

Simone ainda estava dormindo quando fui tomar banho. Ela adormecera após o sexo e eu não seria grosso ao ponto de acordá-la e mandá-la embora.

Voltei para o quarto e coloquei uma bermuda confortável e fui fazer algo para comer. Meu telefone tocou, mas me recusei a atender. Deveria ser meu pai querendo saber como eu estava indo. Evitaria falar com ele até o dia seguinte.

O telefone tocou por várias vezes, mas deixei cair na caixa postal. Fiz um lanche rápido e depois voltei para o quarto. Arrumei a bagunça da minha mesa e comecei a fazer os trabalhos da faculdade.

Meia hora depois, o telefone tocou novamente. Meu pai deveria estar desesperado para falar comigo. Por que só ele para não desistir tão facilmente. Voltei até a sala onde largara meu celular. Era um número desconhecido, achei estranho, mas atendi.

– Alô... – falei desconfiado.

– Alô, eu falo com Kadu? – perguntou uma voz feminina.

– Sim. Quem está falando?

– Sou Isabel, enfermeira. Sua amiga Belinda deu entrada aqui...

– Belinda? – perguntei cortando a conversa.

– Tentamos falar com você.

– Em que hospital ela está? – perguntei enquanto seguia para o quarto indo direto para o guarda-roupa e pegar uma calça qualquer.

Anotei mentalmente o nome do hospital, agradeci a ligação da enfermeira e fui para a cama acordar Simone.

– Simone, acorda, preciso sair.

– Aonde vai a essa hora? – perguntou abrindo os olhos lentamente.

– Se veste, vou sair. – falei puxando o lençol forçando ela se levantar.

Coloquei uma camisa azul largada na cadeira e sentei na cama para colocar meus tênis. Simone me abraçou por trás e beijou meu pescoço.

– Vamos ficar aqui.

– Que saco Simone! Coloca a merda da roupa! – falei me levantado da cama.

– Eu ainda não sei por que perco meu tempo saindo com você. – disse Simone se levantando e procurando sua roupa para vestir.

Antes de você - Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora