Testando meus limites

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Belinda

Quando consegui me livrar do abraço de Kadu, procurei à superfície buscando ar para os meus pulmões. O lugar estava parecendo o Piscinão de Ramos, abarrotado de pessoas brincando de jogar água um nos outros como se eles tivessem cinco anos e tivessem na primeira aula de natação.

Tentei sair, mas foi praticamente impossível. Eu estava zangada, na verdade, mais do que isso, eu queria matar o Kadu, fazê-lo beber toda a água da piscina. Fiz isso mentalmente, pensando nas maneiras mais cruéis de torturá-lo.

Nem mesmo consegui chegar à borda da piscina quando senti alguém me puxando de volta para onde estava a muvuca.

– Aonde pensa que vai com tanta pressa Belinda?

– Kadu, se você tem amor pela sua vida é melhor soltar o meu braço.

– Uau! Que menina zangada. – ele riu – Pensei que um pouco de água fria esfriaria a sua temperatura.

– Você é um grande idiota.

– Já percebeu que você adora me chamar assim? Acho melhor trocar de apelido, estou começando a gostar disso.

Eu queria socar a cara de Kadu e fazer sumir o sorriso debochado que ele estava segurando.

– Sabe Kadu, às vezes duvido da sua mentalidade.

– Sério? – ele ergueu uma das sobrancelhas.

– Quantos anos você tem? Não pensa que já passou da idade de criança há muito tempo?

– Qual é Belinda, está zangada só por que te joguei na piscina? Foi pelo seu cabelo? Se foi esse o caso, tem secador na minha suíte.

– Estou pouco me lixando para os meus cabelos, Kadu... Eu... Esquece ok? Foi uma péssima ideia ter vindo... Eu ainda não sei por que perco meu precioso tempo vindo a festas idiotas como essa.

– E mais uma vez você está usando a palavra idiota. Seu vocabulário não é muito extenso. Para quem se julga jornalista, você tem pouco conhecimento dos sinônimos.

– Seu grande imbecil, cala essa maldita boca antes que eu te afogue nessa piscina imunda.

– Estou louco para saber como você fará isso. – disse rindo abertamente.

O sangue subiu pela cabeça, e quando me dei conta, eu estava tentando afogar Kadu, mas sem grande sucesso, já que ele parecia ter o dobro da minha força.

Ele se livrou das minhas mãos e me segurou pelos meus ombros e me forçando a encará-lo.

– Já chega Belinda, cansei dessa brincadeira. Onde está a criança que existe em você? Essa festa é para se divertir.

– A minha criança já está dormindo há muito tempo, assim como a adulta aqui deveria estar fazendo o mesmo. – falei me soltando e indo novamente para a borda da piscina.

– Belinda...

Já desistira de tentar sair quando vi uma mão erguida na minha frente. Olhei para cima e vi Marcelo.

– Quer uma ajuda aí para sair? – perguntou sorrindo.

– Quero sim, obrigado. Esse lugar está lotado de idiotas. – falei quando ele me puxou para cima.

– Espero estar fora dessa lista.

– Que lista?

­– Essa que você acabou de mencionar.

– Ah... É claro. Vou te poupar por que me ajudou a sair.

– Parece que você não ficou muito feliz com a brincadeira do seu amigo.

Antes de você - Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora