Enfrentando o pai

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Kadu

Tenho certeza que se existissem casos de infartos na família, eu seria o primeiro a morrer. Belinda trocara de roupa dentro do meu carro.

Ela saiu do carro vestindo apenas metade de um vestido e eu tive que me segurar para não cobri-la com minha camisa.

Os caras iriam cair em cima dela assim que a visse entrar na boate. Por mim, eu teria colocado ela de volta no carro e dado fora do local, mas a garota era insistente e não cederia logo agora.

Fiquei apreensivo quando os seguranças impediram sua entrada. De onde eu estava não era possível ouvir a conversa, mas tinha certeza que ela conseguiria entrar sem muito trabalho.

Eu teria que ficar calmo e confiar que Belinda conseguiria as informações e sairia antes que algo acontecesse com ela.

Quinze minutos depois, os primeiros clientes começaram a aparecer. A maioria vinha em grupos. Nenhum deles pareceu familiar ou pessoas da rede de amigos do meu pai.

O último carro trouxe-me uma surpresa para os meus olhos.

Meu pai.

A contestação de sua traição me deixou enojado. Ele estava tendo encontros com garotas de programas enquanto minha mãe estava em casa sofrendo com a distância dos seus filhos.

Apertei com força o volante para conter a raiva que começava a dominar. Ele estava rindo para a sua companhia que só reconheci quando os dois saíram do carro. O pai de Babi. Eu já deveria esperar por algo do tipo. Se os dois eram amigos, deveriam estar juntos nisso também.

Vi quando os seguranças trocarem algumas palavras com eles e depois liberaram a entrada dos dois.

Quando a porta foi fechada, percebi que meu pai conhecia Belinda. Se os dois se encontrassem, eu não saberia o que aconteceria. Eu precisava tirar Belinda de lá antes que isso acontecesse.

Saí do carro e segui para a boate sem pensar duas vezes. Eu precisava entrar de qualquer jeito e tentaria a sorte.

– Cartão de sócio, por favor.

– Eu estava um pouco apressado quando saí do hotel e acabei esquecendo no quarto.

– Eu preciso dela para permitir sua entrada.

– Estou acompanhando esses dois senhores que acabaram de entrar. Sou advogado do senhor Victor. Eu fui estacionar e pedi para que viessem na frente. – falei jogando com a sorte.

Eles olharam com desconfiança. Por um momento pensei que não permitiram a minha entrada, mas acabei tendo a passagem livre.

– Não costumamos permitir isso, informe ao Victor que isso não poderá se repetir.

– Informarei.

Quando entrei, fiquei impressionado com o lugar. Eu não conseguia acreditar que meu pai estava metido com casa de prostituição.

Mesas estavam ocupadas com homens que aparentavam ter mais do que cinquenta anos. Garotas estavam sentadas em suas pernas, enquanto as mãos deles acariciavam seus corpos.

Percorri o ambiente procurando por Belinda. Eu precisava encontrá-la e tirá-la antes que meu pai a visse.

– Boa noite. Sócio novo?

Minha atenção foi direto para uma mulher que parou na minha frente, oferecendo um sorriso convidativo.

– Um amigo me trouxe para conhecer.

– Procura algo em especial?

– Como? – perguntei sem entender a pergunta.

– As garotas daquela sala. – ela apontou para minha direita em direção a uma sala com paredes de vidros.

Antes de você - Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora