Secret Hero // h.s

3| Still love him

Músicas:

Ed Sheeran - Give Me Love

Dj Ademar ft. Boy Teddy - Já Decidi (é kizomba e é linda, acreditem)

Safira's P.O.V

 

- Safira? Safira? – A voz de Sean acorda-me do meu sono. Abro os olhos de repente, sentando-me no sofá. Estava a ter um sonho super estranho com o rapaz de olhos verdes. – Wow! Estás bem? – Sean mete uma mão no meu braço, apertando-o ligeiramente.

- Sim, sim. – Suspiro e olho para a almofada. – Que horas são?

- São duas da tarde.

- Já almoçaste?

- Sim. Pensei que querias dormir, porque estás cansada de estares sempre a acordar durante a noite.

- Sim, eu...acho que adormeci. – Suspirei, levantando-me. – A minha irmã?

- Está a dormir.

- Graças a Deus. – Sussurrei. Fui até à cozinha, arrumando toda a bagunceira que ali havia.

- Que se passa? – Sean entra na cozinha.

- Nada. Porquê? Devia de se passar algo?

- Não, não era suposto. E é por isso que se passa algo. – Ele vem até mim.

- Sean-

- Conta-me. – Exige. Suspiro.

- Nada. Estou só cansada. Quero mesmo, mesmo comer qualquer coisa e ir dormir. Depois tenho que ir arrumar as coisas da Emma, porque a minha mãe vem buscá-la amanhã.

- Tens a certeza, Safira?

- Sim.

*

- Querida, peço imensa desculpa por teres que fazer isto. – A minha mãe agradece-me pela milésima vez, enquanto mete a pequena Emma, chorona, na cadeirinha do carro.

- Não faz mal. – Abracei-a. Sean apertou a mão do Tony e deu dois beijinhos à minha mãe, antes deles se meterem no carro e partirem. Sean e eu voltámos a entrar para casa.

- Queres ir? – Sean abraça-me por trás.

- Não me está muito a apetecer.

- Oh, vá lá! É um concerto inédito! – Tentou convencer-me. Um concerto inédito, onde posso encontrar pessoas que não quero encontrar.

- Ok! – Suspirei e ele beijou-me.

- Obrigado amor. – Disse, contra os meus lábios.

- Vou-me vestir. – Disse-lhe e subi para o quarto, trancando a porta.

 Abri o meu armário e escolhi a roupa que iria levar. Seguidamente, tomei um banho. Sequei o cabelo e vesti-me. Desci as escadas e depois, juntamente com Sean, entrámos dentro do seu Range Rover e ele conduziu para o bar onde iria decorrer o espetáculo. Pagámos a nossa entrada e tivemos que ficar em pé, porque o bar, apesar de ser grande, estava cheio de pessoas. Sean pegou-me na mão e levou-me até ao balcão, pedindo dois "sex on the beach". Quando o concerto começou, voltámos lá para trás, para ver melhor.

A banda nem era assim tão boa, mas Sean adorava e estava tão dentro da música que nem reclamava cada vez que as pessoas empeçavam nele, para ter acesso à rua. Comecei a procurar um lugar para me sentar, mas os meus olhos aterraram no rapaz de olhos verdes e caracóis, que me sorriu instantaneamente. Logo sinto os nervos a tomarem conta de mim.

- Vou à casa de banho. – Sussurrei no ouvido de Sean, que apenas me acenou com a cabeça.

Largo um suspiro de frustração e saio dali, indo até à rua. Com um bocadinho de sorte, consigo chegar ao carro antes do Harry me apanhar. Foi um golpe de sorte, quando consegui sacar das chaves do carro do bolso de trás do Sean. Avisto o grande jipe e acelero o passo, mas quando tiro as chaves do bolso, uma grande mão agarra a minha e sou puxada para trás.

- A princesinha vai a algum lado? – A voz rouca fala no meu ouvido. Fecho os olhos com força.

- Deixa-me em paz. – Sacudi o meu corpo do seu. – Porque é que não és capaz de aceitar que estou feliz? – Olhei-o.

- Não, não sou.

- Tu abandonaste-me, no dia do nosso casamento. – Atirei.

- Estava inseguro! Eu sabia que se fosse em frente com o casamento, não iria conseguir dizer o "sim".

- E nunca foste capaz de me dizer isso? – Estou à beira das lágrimas e sinto que podem cair a qualquer momento. – Porquê? Porquê agora?

- Porque não aguento ver-te com ele. – Ele bate com as mãos no peito. – Pensas que estar com ele é o mesmo que estar comigo?

- Pois, não é. – Concordei. – Tu sabes perfeitamente! Ele não me deixa. Ele não me ignora, ele não me faz sofrer!

- Eu sei, já foi há um ano e meio, mas eu continuo a sentir o mesmo.

- Mentiroso! És um mentiroso! Tu abandonaste-me e eu nunca te vou perdoar por isso.

- Eu estou miserável sem ti.

- Eu não quero saber, não dou a mínima para isso! Pensasses antes!

- Eu tive que o fazer, Safira, tens que perceber, eu-

- O que se passa aqui? – A voz do meu namorado interrompe as mentiras que Harry estava prestes a soltar. – Harry? – Aproxima-se eu corro para ele, abraçando-o. – Meu Deus! O que é que estás aqui a fazer?

- Eu tive que vir atrás do que me fazia feliz, Sean. Não aguento ver-te com ela.

- Tu abandonaste-a no dia do vosso casamento e sabes quem é que esteve lá para ela? Eu. E tu? Tu fugiste e, mais uma vez, não enfrentaste os teus medos e os teus erros.

- O meu maior erro foi ter-te como irmão. – Harry dispara e Sean dá um passo na sua direção, mas eu meto uma mão no peito do meu namorado, parando-o.

- Vamos embora. – Pedi e ele olhou-me.

- Ele tocou-te? – Pergunta-me e eu abano a cabeça, negativamente, defendendo o Harry. Lá no fundo, eu sabia que algo ainda rolava por ele, mas eu tinha que ignorar isso e conseguir continuar a ser feliz com Sean, tal como Harry me pedira na carta. – Vai-te embora Harry. Ela está comigo.

- Ela ainda me ama. – Harry diz, fazendo o meu coração bater mais rápido.

- Tu sabes do que falas. Tu fizeste-a sofrer tanto...como é que ainda tens a lata de aparecer aqui?

- Porque eu amo-a. E pergunta-lhe, Sean! – Harry oferece. – Safira, tu ainda me amas?