5|Story of my life

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Os seus olhos escureceram quando me olhou. Um arrepio correu-me a espinha ao olhar a intimidante figura que se encontrava a poucos metros de mim.

- Podes ir, Gems. – A sua voz rouca faz-se ouvir novamente. Gemma levanta-se e anda até ao irmão.

- Cuidado com o que dizes, imbecil. – Disse-lhe e abandonou a sala, fechando a porta.

Engulo em seco quando ele anda até um cadeirão e se senta lá, metendo o pé em cima do joelho de uma forma descontraída. A sua mão direita viajou até ao seu queixo, coçando-o e depois puxou ligeiramente o seu lábio inferior. De seguida lambeu os lábios, não tirando os olhos de mim.

Devo de confessar que não estou nas minhas melhores maneiras de apresentação. O meu vestido está ligeiramente rasgado, estou ligeiramente chamuscada e o meu cabelo está despenteado.

- Não precisas de ficar em pé. – Ele diz-me.

Sem tirar os olhos dele, sento-me na ponta do sofá. Estou assustada. Quem diria que o rapaz misterioso iria ser um rapaz que sente e que realmente se preocupa com as pessoas. Os seus olhos deixam os meus por meros segundos, antes de voltar a fazer contacto visual comigo novamente.

- Tens alguma coisa para me dizer? – Pergunta-me. Imediatamente abano a cabeça negativamente. – Ótimo. Sentimento mutuo. Agora levanta-te, a visita à mansão Styles acabou. Vou-te levar a casa. – Ele levanta-se.

- Mas-

- Perguntei-te se tinhas alguma coisa para me dizer, abanas-te a cabeça negativamente, agora o teu tempo de antena acabou.

- Só quero saber porquê! – Pergunto alto, levantando-me. Os músculos, visíveis através da sua camisola branca, contraem-se. A sua figura vira-se para mim, mostrando-me um olhar ameaçador.

- Não tenho que te dar justificações. – Fala, autoritário.

- Tu salvaste-me de um fogo! Podias ter-me deixado morrer, mas não o fizeste e eu quero saber porquê!

- Vamos estabelecer uma coisa, aqui. O único que levanta a voz e que faz preguntas sou eu. Eu salvei-te, porque achei que devias de ser salva. Ponto final.

- Mas porquê?

- Querias morrer? – Os seus olhos arregalam-se, metendo medo. No entanto, engulo esse medo e encaro-o. – Pena. Não morreste. Se calhar és daquelas adolescentes que se autodestroem e eu não sabia. Desculpa. Para a próxima deixo-te ficar esturricada ou então deixo-te ser violada. – Os seus olhos mudam radicalmente quando ele diz a última frase e aí, tenho a revelação de um herói que me salvou numa noite que podia ser trágica. A noite em fui parar ao hospital por ter sido agredida por um vagabundo.

- Foste tu. – Sussurro, mas alto suficiente para ele ouvir. Ele desvia o seu olhar do meu e suspira pesadamente, passando a língua pelos lábios bruscamente e metendo as mãos na cintura.

- Sim. Sim fui eu. E depois?

- Obrigado. – Sussurro, olhando para baixo. O silêncio é ouvido por algum tempo, antes dele respirar fundo.

- Não preciso dos teus agradecimentos. Preciso da minha consciência tranquila.

- Porque é que falas com arrogância para as pessoas?

- Eu não gosto das pessoas em geral, vai-te habituando, florzinha de estufa. – Diz-me arrogante. – Anda comigo. – Manda.

- Mas –

Secret Hero // h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora