28| Pregnancy

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Shawn Mendes - Stiches



2 Weeks Later...

Safira's P.O.V

O meu pé bate impacientemente no chão, enquanto brincava com o envelope na minha mão. Respiro fundo e fecho os olhos.

- Tem calma, Safira. Vai tudo correr bem. – Summer assegura-me.

- E se não correr, Summer? E... e se eu tiver algum problema grave?

- Vais ver que são só umas dores de cabeça normais. – Ela sorri-me.

- Ms. Safira Peterson! – Uma enfermeira chama e imediatamente me levanto.

- Queres que vá contigo? – Summer oferece, mas abano a cabeça. Caminho atrás da enfermeira pelos corredores e, quando chego à porta do consultório bato duas vezes, antes de ouvir uma voz feminina a permitir a minha entrada.

- Bom dia, doutora. – Digo, fechando a porta.

- Olá Safira. – Ela sorri-me e levanta-se, apertando-me a mão. – Senta-te, por favor. – Aponta para a cadeira e eu aceito a sua oferta. Ela tira os meus exames do seu envelope e olha para o computador, metendo as folhas em cima da secretária. – Safira, primeiro, vou fazer-te umas perguntas. Quero que respondas com sinceridade, por favor.

- Claro. – Engoli em seco.

- Estás nervosa?

- Um pouco. – Puxei os meus lábios para dentro da minha boca, expirando fortemente.

- Não estejas. – Sorri-me com pena. – Ok. Ultimamente tens vindo a sofrer enjoos?

- Não.

- Dores de barriga?

- Não.

- O teu período está certo?

- Sim.

- Tens sentido algum tipo de sentido ampliado?

- Não.

- Fragilidade? Mau humor?

- Não.

- Dores de cabeça?

- Muitas.

- Fortes?

- Fortes.

- Como é a tua atividade sexual?

- Desculpe? – Engasguei-me.

- Se queres que eu te ajude, vais ter que cooperar.

- Eu uh... depende. – Respondo. – De cinco a seis vezes por semana. – Coro.

- E usam proteção?

- Umas vezes sim, outras vezes não. Às vezes ele não ejacula, a doutora sabe, dentro de... - Limpo a garganta. -...uh e outras vezes, tomo a pílula.

- E tem tomado outros medicamentos com a pílula?

- Sim. – Confirmo. – Os comprimidos para a dor de cabeça. – Respondo. A doutora olha para mim séria e depois novamente para o exames e depois para o computador.

- A Safira é, de facto, uma rapariga nova. – Murmura. – Há quanto tempo mantém este relacionamento?

- Há cerca de... uh... não sei. Há alguns meses.

- Foi o único com quem manteve este tipo de proximidade?

- Sim, foi o único.

- Safira, o que tenho para te dizer não é fácil e, se quiseres, tanto tu, como o teu namorado podem ter acompanhamento psicológico, porque já vi raparigas da tua idade na mesma situação que tu, que depois são deixadas e abandonadas, tanto pela família, como pelo namorado.

- Doutora... - Suspiro.

- Tem calma, Safira. Não é mau. – Responde.

- Safira, tu tens uma doença que se cura. – Sorri-me.

- É cancro? – Pergunto, fazendo-a rir-se.

- Não querida! – Ela olha-me e dá-me um sorriso, sessando a sua gargalhada.

- Então o que é, doutora? Está a deixar-me ainda mais nervosa.

- Safira... - Limpa a garganta. – Tu estás grávida. – A minha respiração prende e deixo o meu corpo cair para as costas da cadeira me agarrarem. Trinco o lábio e fecho os olhos. O Harry vai matar-me. – Safira... estás bem? – Perguntou, depois de longos minutos de silêncio.

- Eu só... - Respiro. – Pensava que fosse tudo, menos... um bebé. – Disse devagarinho, pousando a minha mão sobre a minha barriga. As lágrimas sobem-me aos olhos. – Eu não posso estar grávida. Nem eu, nem o Harry temos trabalho!

- Suponho que o Harry é o teu namorado. – Levanta uma sobrancelha. – Bem, como já referi, vocês podem pedir apoio psicológico. Safira, se te sentires pressionada com alguma coisa, podes dizer-me. Há várias opções para pessoas no teu lugar. Podes trazer cá o Harry e podem tomar uma decisão e eu posso ajudar-vos. Só peço que tomes uma decisão e tenhas em consideração a opinião dele.

- E como é que lhe vou contar, doutora? – Levanto-me da cadeira, sentindo as minhas lágrimas a correr pela minha cara.

- Podes trazê-lo cá, Safira. – Ela levanta-se. – Apenas... diz à tua mãe, ao teu pai e ao Harry.

- Eu vou contar à minha melhor amiga e vou deixar a família para último. – Olho-a. – Se decidirmos que este bebé não deve de vir ao mundo, eu não quero que a minha família sofra por isso.

- Só peço que o façam com decisão dos dois. – Pediu. Limpei as minhas lágrimas e assenti. – Podes pedir o meu número na secretaria. Atendo o telemóvel de noite e de dia, Safira. Não tenhas medo.

- Doutora... - Suspirei.

- Ouve, já me passaram pelas mãos muitas raparigas como tu. – Explica-me. – Só uma ou duas é que decidiram não dar vida a este pequeno feijão que está a desenvolver-se dentro de ti. Podes marcar já uma consulta e podes ver o teu bebé já amanhã.

- A doutora sabe de quanto tempo estou? – Pergunto, quando pego na minha mala.

- Eu não sei, mas pelos teus exames, no máximo, seis semanas. – Fecho os olhos e abro a porta.

- Obrigado doutora.

- Sempre aqui, Safira. – Diz-me e eu fecho a porta, fazendo o caminho de volta para a sala de espera, onde estava Summer, que se levanta assim eu me vê.

- Então? – Pergunta. Caminhamos lado a lado em silêncio até ao exterior do hospital. – Safira. – Puxa-me o braço. – É algo de mal? O que se passa?

- Summer, eu... eu estou grávida. – Conto, fazendo-a folgar. – Eu... eu não tive enjoos, não me faltou o período, nada! Não tive sintomas nenhuns!

- Provavelmente foram os comprimidos que estavas a tomar para a dor de cabeça, que cortaram o efeito da pílula.

- Eu não sei como vou contar ao Harry. Só sei que este bebé veio estragar tudo o que tinha previsto.

Secret Hero // h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora