Secret Hero // h.s

14|No

Safira's P.O.V

- Harry, eu acho que ambos não estamos prontos para uma relação neste momento. – Respiro olhando-o nos olhos.

- Ouve, eu sei que é difícil e que as coisas não estão da melhor forma, mas eu gosto de ti.

- Mas Harry! Eu não quero que simplesmente gostes de mim!

- O que queres dizer com isso?

- Eu vou subir. Quando quiseres, aparece.

Harry’s P.O.V

 

Baixei a cabeça e olhei para as minhas botas. Que se lixe!

Sim, que se lixe, porque sabes perfeitamente que ainda não te passou a dor da Cynthia ter morrido e já te querias meter com outra.

Sei que Safira sabe perfeitamente que não estou pronto ainda para me meter noutra relação. Sentei-me no banco do bar e pedi um shot, mas só bebi aquele, porque a noite passada serviu-me de lição.

- Harry, não é? – Uma voz disse atrás de mim. Virei-me para ver Stella. Revirei-lhe os olhos e voltei-me para a frente novamente. – É. – Ela confirmou e sentou-se a meu lado. – Que se passa?

- Nada que te possa fazer mais feliz. – Respondi. Ela franziu o sobreolho e soltou um riso.

- Não estou aqui para arranjar confusão, Harry. Sou só a vossa guia.

- Excelente. – Disse-lhe na cara. – Porque por tua causa já tive uma discussão desde que cheguei aqui. Por isso, afasta-te. – Avisei.

- Ou o quê? – Ela desafia-me.

- Ou eu tenho a certeza que és despedida e não voltas a encontrar trabalho. Tu não sabes quem eu sou, nem do que sou capaz. Afasta-te de mim e da Safira. – Levantei-me do banco e segui para fora do bar.

Subi no elevador até ao sexto andar e quando cheguei à porta do quarto, passei o cartão e a porta abriu-se para trás. Entrei e fechei a porta. Os meus olhos direcionam-se logo para Safira, que está sentada na cama, já com o pijama vestido e com o computador à sua frente. Uma tosse vinda do computador faz-me perceber que ela está a falar com os pais.

Os seus olhos levantam-se e ela olha para mim. Faço-lhe sinal dizendo que preciso de falar com ela. Ela revira os olhos e olha novamente para o computador.

- Hey. – Ela limpa a garganta. – Eu vou dormir. Falamos amanhã?

- Claro! Mas tão cedo? Ontem tiveste mais tempo.

- Sabem, hoje foi o primeiro dia e estou estafada. Amanhã falo mais tempo, prometo. Até amanhã, adoro-vos.

- Nós adoramos-te, querida. – A mãe dela diz e ela desliga e baixa a tampa do seu computador, pousando-o na mesa-de-cabeceira e olhando-me.

- Sim? – Ela pergunta e levanta-se, indo até à casa de banho. Aproveito essa pausa para me despir e fica só em boxers. Ela sai da casa de banho e olha-me, mas ignora e passa por mim para ir até à sua cama, mas eu agarro no seu braço.

- Ouve-me, por favor. – Digo e ela cruza os braços ao peito.

- Estou à espera.

- Eu peço imensa desculpa pelo que aconteceu. Eu, eu não estou preparado para entrar numa relação e tu sabes disso. Eu não devia de ter dito aquilo. Não quero forçar as coisas e entendo-te. A sério. Desculpa. – Digo olhando nos seus olhos. – Não quero estragar aquilo que temos. – Sussurro. Agarro nas suas mãos e encosto-as ao meu peito para que ela sinta o meu coração a bater. – Perdoas-me?