18| Forgiveness (Harry's P.O.V)

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Harry's P.O.V

Safira senta-se à minha frente. Suspiro de alívio quando os meus olhos verdes caem nos seus, meio verdes, meio azuis, meio cinzentos. Ela tem uns olhos lindos.

- Pensava que não vinhas. - Disse, passando os dedos pelos meus cabelos. Lambo os lábios, mordendo o inferior. Um tique nervoso que apanhei. Normalmente elas acham que é sexy.

- Eu cumpro sempre a minha palavra. - A voz dela é baixa, séria. - O que querias falar comigo? - Pergunta-me, indo diretamente ao assunto.

- Tu sabes porquê. - Digo. Bolas, isto pareceu agressivo demais. - Digo, ainda não falámos desde que aconteceu... - Fiz uma pequena pausa e respirei. - Desde que aconteceu aquilo.

- A culpa não foi minha. - Ela abana ligeiramente a cabeça, tirando cabelos da cara. Respiro fundo.

- Comprei-te chocolate quente. - Empurrei o copo para ela.

- Obrigado.

- Ouve, Safira, eu sei que estás magoada. Não digo que não, porque se tivesse no teu lugar, também ficaria. Eu falei com a minha mãe. Ela disse-me que se tinha esquecido completamente da tua ida lá a casa. Claro que eu não acreditei... então eu tomei uma decisão. Safira, as relações normalmente são feitas a dois, mas eu consigo ver que a nossa vai envolver a nossa família. Ou melhor, envolver a minha família. Eu confesso, eles sempre foram muito abelhudos no que toca às minhas namoradas. Eu juro que a minha intensão não era magoar-te. - Digo-lhe. Os seus olhos olham-me atentamente e pego no saco que trouxe comigo. As minhas mãos tremidas seguram no saco em frente à minha cara. Ela enruga a testa, mas logo folga, quando se apercebe do que é.

- O que... tu compraste... tu compraste isso para mim? - Ela pergunta, visivelmente surpreendida.

- Dinheiro não é um problema e achei que te devia um pedido de desculpas, apesar da culpa não ter sido minha. - Pouso o saco na mesa e empurro-o na sua direção.

Os meus olhos sobem para a sua cara para captar toda a emoção que passa pelos seus olhos, pelas suas feições. Posso notar que também está nervosa. Desvio o olhar para baixo e vejo-a tirar a prenda do saco e rasgar o papel que a embrulha. Volto a focar-me na sua face e os seus olhos abrem-se quando ela abre a caixa que contém o colar.

- Harry. - Ela engole em seco. - Isto, isto é-

- O colar do talismã da sorte, com o fio feito em ouro. Pedra preciosa e única. - Acabo a sua frase. Ela olha para mim, ainda um pouco pasmada. O seu olhar viaja de mim para o colar e posso notar no pequeno sorriso que se rasga nos seus lábios. Sou apanhado desprevenido quando ela se levanta do seu lugar e se senta ao meu lado, segurando o colar.

- Ajudas-me? - Pergunta. Rapidamente agarro no colar e ela vira-se de costas, segurando o cabelo para cima do ombro direito. Passo o colar à sua frente e junto-o cá atrás, apertando-o.

- Já está. - Disse. O seu corpo virou-se e ficou em frente ao meu. Sem estar à espera, Safira lança-se a mim e pousa os seus lábios nos meus, rodeando o meu pescoço com os seus braços e passando os dedos pelo meu cabelo. Os meus braços serpenteiam à volta da sua cintura, trazendo-a para mais perto de mim.

- Obrigado. - Sussurrou, quebrando o beijo. Sorri-lhe.

- Estou perdoado?

- Tu sabes... - Ela afasta-se. - Acho que não consigo ficar chateada contigo por muito tempo. E este presente foi fantástico, Harry. Obrigado.

- Eu falei com a Summer e ela disse-me que tu andavas à procura de um colar desses com esse talismã. Mas só há 10 no mundo. E tu tens um, agora.

- Hm... - Ela sorri e deita a cabeça no meu peito. Seguro-a contra o meu corpo, inalando o maravilhoso cheiro a mel que provém do seu cabelo. Não sei quanto tempo ficámos ali, a abraçar-nos, mas era bom. - Harry?

- Sim? - Ela afastou-se.

- Ainda há bocado disseste que tinhas tomado uma decisão. Qual foi? - Pergunta-me brincando com os anéis dos meus dedos.

- Eu vou sair de casa dos meus pais. - Digo-lhe e logo os seus olhos encontram os meus. Medo transparece por todo o seu ser e enrugo a testa. - Safira, estás bem?

- Vais, vais sair de casa? Para onde? E a faculdade? Vais trabalhar?

- Calma! - Sorriu-lhe. - Tem calma, Safira. Quando nos mudámos, o meu pai comprou-me um apartamento perto da faculdade. Vou mudar-me para lá. Eu vou trabalhar com a empresa do meu pai aqui, em Nova Iorque. Quanto à faculdade, vou só duas vezes por semana. - Explico-lhe. Ela ia para dizer qualquer coisa, quando o seu telemóvel treme em cima da mesa e vejo o nome de Summer a brilhar no ecrã. Ela recusa a chamada e olha-me séria. - O que se passa?

- Tens mesmo a certeza que te queres mudar?

- Sim. Já falei com a minha mãe. Vou começar as mudanças para a semana. - O meu telemóvel treme em sinal de mensagem e tiro-o do bolso de trás das calças e vejo uma mensagem de Louis.

De: Tommo

Tenho jogo sábado. Queres ir?

Para: Tommo

Posso levar a Safira?

De: Tommo

Eu convidei o grupo inteiro e ninguém vai levar namorada. Para que é que a queres levar atrás de ti?

Para: Tommo

Eu vou levá-la.

Guardei o telemóvel no bolso novamente e olhei para a miúda à minha frente, também a olhar para o seu telemóvel.

- Safira. - Chamo, fazendo-a assustar-se. Ela olha-me e sorri-me. - Sábado queres ir comigo? O Louis vai ter um jogo de futebol.

- Hm. - Ela engelha o nariz. - Futebol? É só homens e gritaria. Acho que vou recusar a oferta.

- Oh! - Faço-lhe beicinho. - Por favor? Vem comigo, eu juro que se não gostares, trago-te logo para casa ou podemos ir onde quiseres. Não há problema. Só quero estar contigo.

- Não sei. - Diz e levanta-se. Faço o mesmo que ela e caminhamos para fora do café, ainda com os nossos chocolates quentes, quase frios, ainda na nossa mão. A neve caía e podia ver que a noite já se estava a formar.

- Anda, vou-te levar a casa. - Dei-lhe a mão e encaminhei-a para o meu carro. Conduzi até sua casa, sem uma palavra ser pronunciada. Quando parei em frente à porta, desliguei o carro e tirei o cinto, voltando-me para ela, ligeiramente. - Tens a certeza que ficou tudo bem? Quando te disse que ia sair de casa, ficaste um bocado reticente. Passa-se alguma coisa? - Levantei-lhe uma sobrancelha.

- Não é que...eu só, Harry, eu... - Gagueja. Suspiro e viro-me de frente.

- Safira, estás estranha. Sabes que podes contar-me tudo, não sabes?

- Eu, eu não posso. Por mais que queira, não quero.

- Porquê?

- Porque sei que me vais achar estranha e vais dei-

- Não. - Agarrei na sua mão, passando o meu polegar pelas costas da sua mão, para a acalmar. - Não te vou deixar. Eu sei que não há uma relação estável entre nós, sei que nem demos os primeiros passos, mas...eu preciso que confies em mim.

- Isto é um assunto delicado, Harry. - Ela inclina-se e dá-me um beijo na bochecha. - Até amanhã. - Abre a porta do carro e sai, entrando em casa. Respiro fundo e deito a cabeça contra o apoio do assento. Tiro o meu telemóvel do apoio do carro e procuro o número de Summer. Clico em cima do seu nome e ela atende ao terceiro toque.

- Harry?

- Achas que podemos falar?

- Claro. Sobre o quê?

- A Safira.

Secret Hero // h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora