2| Smile

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- Finalmente em casa. – Tom ajudou-me a subir as escadas.

- Não estou assim tão incapacitada que não possa subir as escadas sozinha. – Ri-me ligeiramente.

- Eu sei, mas ouviste o médico. Nada de esforços. – Abri a porta do meu quarto e caminhei até à minha cama. – Vou trazer-te o creme para as nódoas negras e preparar-te um lanche.

- Ok. Obrigada. – Sorri-lhe e ele pousou a minha mala no final da cama e saiu. Puxei um cobertor para cima de mim e comecei a pensar no momento em que vi as filmagens.

Flashback On#

 

- Só conseguimos captar isto, menina. – O guarda diz-me, apresentando as filmagens. Vi um rapaz de calções e de capuz comigo ao colo. Vi-o a deixar-me em cima do passeio e a ajoelhar-se ao pé de mim, retirando-me uns cabelos da face. Depois ficou ali comigo e quando virou a cara…

- Pare aí! – Disse e imediatamente o guarda parou a gravação. A sua cara ficou tremida. Consegui identificar uns perfeitos lábios em forma de coração, mas nada de revlevante. – Não há mais nada?

- Não menina. Isto é tudo o que conseguimos apanhar. - Suspirei. Isto é inútil.

 

Flashback Off#

 

- Safira! – Tom passa a mão à frente da minha cara, acordando-me.

- Desculpa. Estava-

- A pensar na gravação.

- É. – Levantei-me da cama e caminhei até à janela. Estava a chover.

- Ouve, Safira, quem quer que te salvou, fê-lo porque achou que era uma ação correta. Tu estás bem e é isso que importa. Eu não te fiz o lanche, porque a tua irmã chegou agora da faculdade e quer falar contigo.

- Ok. Obrigado. – Sorri-lhe e mais uma vez ele saiu do quarto, deixando a pomada para as dores em cima da minha secretária.

A chuva cai lá fora, batendo na minha janela. Sento-me na parte de dentro da janela, encostando as minhas costas à parede. Puxo o meu cobertor quentinho para cima das minhas pernas. Um relâmpago ilumina o céu e fecho os olhos, suspirando. Uma batida na porta desperta-me do meu transe.

- Entre. – Falo alto o suficiente para a outra pessoa ouvir. A minha irmã entra e fecha a porta, caminhando até mim com um tabuleiro com um croissant e uma chávena de leite fumegante. Ela poisa o tabuleiro em cima da mesa e senta-se aos meus pés.

- Safira. – Ela chama, metendo uma das suas mãos em cima da minha. Respiro fundo e, finalmente, encaro-a. – Não podes ficar assim para sempre.

- Mas… isto é tudo tão estranho. – Limpo a lágrima escorre pela bochecha direita.

- Sei que não estás bem. O que se passou não pode passar em branco, mas acredita, nós vamos descobrir quem é o teu herói secreto.

- Eu não sei. – Levanto-me e ando pelo quarto. – E se… E se ele era amigo do outro que me fez mal e agora quer repetir? Ou até mesmo continuar?!

- E se não? E se ele nem sequer te deve conhecer e… Sei lá! E se for alguém novo na cidade? Nova Iorque é grande!

- Enorme, de facto. – Levantei as sobrancelhas.

Secret Hero // h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora