31| Horny Girl

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Harry’s P.O.V

Custa-me vê-la assim. A sério que custa.

E o pior? Saber que não posso fazer nada para melhorar o seu humor. Desde que disse aquilo ao Tony, nunca mais abriu a boca, a não ser para dizer “vamos”, quando acabou de arrumar a mala, para virmos passar o resto do fim-de-semana, aqui, ao nosso cantinho do amor.

Desde que chegou, meteu-se no quarto e ainda não saiu de lá. Já lá fui duas vezes para ver se ela tinha destruído alguma coisa e a única coisa que vi, foi ela a arrumar as roupas no closet. Talvez devesse ir lá outra vez e ver se ela já partiu alguma coisa, porque sinceramente, até mesmo sem querer, os seus olhos chispavam com raiva.

Abro a porta do quarto e fecho-a. Já é a terceira vez que venho aqui e ela continua a arrumar a roupa. E, sinceramente, se arrumar a roupa é uma forma de ela descarregar a raiva, então, ela precisa de mais roupa e de um closet muito maior.

Encosto-me à ombreira da porta do closet, vendo-a de braços cruzados, de costas para mim, a admirar o seu trabalho. É impressão minha ou ela já mudou os sapatos de lugar, outra vez?

- Safira. – Chamo. Ela volta-se para mim, mas depois concentra-se no seu trabalho novamente.

- Agora não, Harry. – Ela fala. – Estou a trabalhar. – Contenho o riso que se quer escapar dos meus lábios. – Preciso de ir às compras. – Sussurra para si mesma.

- E que tal Milão? – Sugiro. O seu corpo vira-se novamente para mim. Uma expressão indecifrável está estampada no seu rosto.

- Mi-Milão?

- Sim. Tu escolhas, eu compro. – Encolho os ombros, andando até ela. – Sabes que dinheiro não é um problema…

- Não quero que penses que gosto de ti, só pelo teu dinheiro, Harry. – A minha mão vai até à sua face, acariciando a sua bochecha e a sua mão rodeia o meu pulso. Reparo que ela ainda tem o anel que lhe dei.

- Eu seria incapaz de pensar isso de ti, Safira. – Admito. – Mas nós precisamos de sair dos EUA. Todo este stress está a dar cabo das nossas vidas.

- Mas eu começo a faculdade na segunda-feira. E agora só temos a interrupção do carnaval, em fevereiro, e são só 5 dias.

- Então e depois? Quatro dias em Milão, não te chega?

- Começo a pensar que queres ir viver para a Europa. – Ela olha-me nos olhos. Uma pontada de saudades de Holmes Chapel atinge-me como uma seta, mas rapidamente disfarço.

- Não era mal pensado. – Sorriu-lhe e levo a minha outra mão à sua face. Ela fecha os olhos, quando os meus anéis frios entram em contacto com a sua pele. – Eu quero levar-te a conhecer a Europa toda.

- A sério? – Ela abre os olhos.

- Claro! Só nós os dois. – Sussurro, juntando os nossos lábios. Não nos mexemos. Só assim. Lábios contra lábios. Ela afasta-se, segundos depois.

- Posso fazer-te uma pergunta?

- Claro, Safira. – Reviro os olhos.

- Tu achas que a minha irmã tem inveja de mim? Quer dizer… - Ela corrige-se. – De nós. Do que nós temos…

- Bem… - Começo, sem saber muito bem o que lhe dizer.

Se acho? Não, eu tenho a certeza! Da maneira que ela contou à Safira que eu tinha estado com duas strippers no bar, parecia que eu tinha cometido um crime. E já se sabe que, quem conta um conto, acrescenta sempre um ponto. A Sasha é uma rapariga ambiciosa e nada do que ela tem, nunca lhe irá chegar. E é isso que eu odeio nela. A forma como ela contou à Safira o que se passou naquela noite, fez com que a história soa-se muito pior do que realmente foi. É escusado dizer que a Sasha queria, visivelmente, que o que eu e a Safira tínhamos, acabasse. Mas nós somos melhores que isso e eu sei que, do meu jeito de dar a volta à Safira, raras vão ser as vezes que iremos discutir um assunto sobre a irmã dela.

Secret Hero // h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora