1| In his arms

9.9K 488 89
                                    

- Até amanhã, Safira. – Georgia, a minha colega, diz, seguindo para o seu carro.

A chuva cai fortemente e cubro o meu cabelo com o meu capuz. As minhas sapatilhas começam a ficar encharcadas e os meus pés ainda ficam mais frios. Um carro passa mesmo em cima de uma possa, deixando-me encharcada. Suspiro. Não há como resistir. Tenho que ir por atalho. Viro à direita. Não é exatamente um lugar conveniente para passar à noite. Paro, quando oiço passos atrás de mim. Uma mão tapa-me a boca e um forte braço circunda a minha cintura.

- Sshh… Se fizeres barulho vai ser pior. – Uma voz grave e áspera sussurra-me ao ouvido. Sei que não há nada que possa fazer. Este homem é definitivamente mais forte que eu e, manifestar-me, só iria piorar a situação. – Devagarinho vais virar-te. – Ele mandou e eu obedeci. – Ainda és mais linda de frente. Já para não falar que tens um belo rabo. – Engulo em seco quando os meus olhos viajam até à face do homem. Uma enorme cicatriz permanece na sua bochecha esquerda, mesmo por baixo do seu olho. Tem uma barba e uns olhos escuros. Já para não falar que cheira terrivelmente mal. As minhas lágrimas misturam-se com as gotas de chuva e fungo disfarçadamente. – Oh… - Ele faz voz fofinha. A sua mão passa pela minha bochecha, mas de repente e num ato bruto, sou mandada para trás e as minhas costas batem num contentor do lixo. Antes que o meu corpo possa cair, ele agarra-me e manda-me para o chão. – A menina tem medo? – Ele baixa-se. – Agora vais levantar-te, vais dar-me o teu dinheiro todinho e a seguir, vais dar-me o teu casaco e vais para a beira da estrada, porque acho que a esta hora é capaz de passar um autocarro. – Ele ri-se, pegando-me no cabelo. – Levanta-te, cachopa. – Choro e levanto-me. Uma mão agarrando no meu cabelo e outra no pulso do homem. – Como te chamas?

- Sa-Safira Peterson.

- Que menina adorável. Quantos anos tens?

- Dezoito.

- E és daqui?

- Não. – Respondi.

- És inútil! – Ele manda-me novamente para o chão e, não satisfeito, ainda me dá um pontapé, acertando-me nas costelas. Enrolo-me numa bola.

- Hey tu! – Uma voz chama do final da rua.

Levanto a cabeça e vejo uma figura alta a vir na nossa direção. Se for outro que me quer bater, façam-no rápido, porque não aguento estas dores por muito mais tempo. Tento focar a minha visão e quando vejo, o homem que me estava a fazer mal estava no chão. Respiro ofegante, olhando para cima. A figura alta e musculada está com um capuz cinzento da sua camisola a cobrir-lhe a cara e tudo o que consigo ver é o seu queixo e o seu lábio inferior. Sinto o meu corpo a ser pegado e depois é como se tivesse caído num buraco negro.

- Sshh… - Foi tudo o que ouvi.

*

A minha visão é desfocada quando tento abrir os olhos. Fecho-os com mais força e tento abrir novamente. Tenho o corpo dormente de tantas dores e a garganta seca.

- Ela está a acordar. – Ouço uma voz ao meu lado, reconheço-a imediatamente como sendo da minha irmã.

Viro a cabeça e vejo Tom, Sasha, Tony e a minha mãe. Tom é o namorado da minha irmã, Sasha e o Tony é o meu padrasto. Mas eu reconheço-o como sendo um pai, pois faz mais do que o meu pai já fez por mim.

Secret Hero // h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora