Secret Hero // h.s

29| Finally happy

Safira's P.O.V

A porta de casa abre, fazendo-me saltar ligeiramente. O susto fazendo com que o meu coração quase me viesse à boca. Respiro fundo, continuando a fazer a massa.

- Amor? – A voz de Harry soa pelo corredor.

- Estou aqui, Harry. – Chamei. Passos foram ouvidos até à cozinha e uns braços rodeiam a minha cintura, trazendo-me contra o seu peito. Os seus lábios fazem contacto com a pele da parte de trás do meu pescoço, fazendo-me arrepiar.

- Tenho boas notícias, amor. – Murmura e apoia o queixo em cima do meu ombro. Desligo o fogão e viro-me para ele, juntando os nossos lábios, num beijo rápido.

- Sim?

- Sim. – Ele sorri-me, mostrando os seus perfeitos dentes. As suas mãos agarram nas minhas, trazendo-as até si. – Eu falei com o Robbin. Ele está a pensar em abrir uma empresa em Los Angeles, como uma espécie de agregado desta aqui, em Nova Iorque e diz que, se quisermos, podemos ser nós os gerentes da empresa.

- Nós? Gerentes de uma empresa? – Levantei uma sobrancelha.

- Amor, nós conseguimos, acredita em mim! Assim não temos que ter medo que arranjamos trabalho em Las Vegas ou no México! Temos a nossa própria empresa, trabalhamos juntos e ganhamos dinheiro!

- E tens a certeza que não vamos falhar?

- Absoluta, Safira. – Os seus olhos olham os meus. Respiro fundo.

- Ok. Tudo bem, se te sentes preparado, acho que deves de seguir em frente com a ideia. – Disse. – E quando é que nos mudamos?

- No final do verão, ou seja, mais ou menos, daqui a dois meses. – Fechei os olhos. Eu tenho que lhe contar.

- Harry... - Falei. Os seus braços envolveram o meu corpo e os seus lábios fizeram contacto com a minha testa. – Há uma coisa que devias de saber primeiro...

- Ai sim? – O seu sorriso desaparece. – O que é?

- Lembraste daquelas dores de cabeça que eu tenho vindo a ter?

- Sim.

- Bem... e lembraste de ter ido fazer análises...

- Sim...

- E uh... não sei se te lembras, mas eu disse-te que hoje ia ao hospital com a Summer para saber se estava tudo bem...

- Oh meu Deus, amor, desculpa! – Os seus olhos arregalaram-se e deu-me um abraço, encostando a sua grande mão ao meu cabelo. – Desculpa, desculpa, desculpa...

- Harry... estás a esmagar-me. – Sussurro.

- Oh... - Ele larga-me. – Desculpa. E uh... e como é que correu a consulta?

- A médica fez-me algumas perguntas e eu respondi, tudo bem.

- E?

- Por favor, não te chateeis comigo, eu não sabia que isto ia ser assim, eu-

- Diz-me o que se passa, Safira. Agora.

- Eu estou grávida. – Disse-lhe, mas nenhuma expressão foi traduzida na sua cara. De repente um sorriso espalha-se pela sua cara, fazendo-me ficar confusa.

- A sério?

- Sim... - Murmurei, abanando a cabeça.

- Isso... isso é ótimo! Eu... oh Deus! Eu vou ser pai! – Os seus braços rodeiam a minha cintura e sou levantada do chão e rodada no ar. Os meus risos enchem a cozinha.

- Tu queres mesmo ter este filho? – Perguntei, quando Harry me pousou no chão.

- Claro que sim, Safira! Eu sempre amei crianças e ter uma só minha, com a mulher que amo é perfeito! Simplesmente perfeito! Nós somos perfeitos! – Gargalha alto, fazendo-me corar. Os seus lábios encontram os meus, fazendo-me rodear o seu pescoço com os meus braços. – Eu amo-te.

- Amo-te, Harry. – Sussurrei, por entre o beijo partilhado. – Amanhã temos que passar no hospital, para vermos o nosso pequeno feijão pela primeira vez. – Avisei-o, metendo a mão na minha barriga.

- Vais ser a grávida mais linda do mundo, Safira. Finalmente, vamos ser uma família. – Diz-me, encostando a sua testa à minha e pousando uma das suas mãos em cima da minha, na minha barriga.

- Vamos jantar, sim? – Sorri-lhe.

- Tudo o que tu quiseres, amor. – Beija-me mais uma vez. Nós vamos mesmo ser pais.

*

- Ora vamos lá ver... - A doutora senta-se em frente ao computador, ligando uns fios e metendo as suas luvas. Harry estava sentado ao lado da cama onde me encontrava deitada. Os nossos dedos estavam entrelaçados, enquanto olhávamos um para o outro a sorrir que nem parvos. – Fico feliz por terem tomado esta decisão. – Diz-nos, tomando a nossa atenção. – Safira, vou pedir-te que puxes a camisola até ao teu peito, para podermos espalhar o gel, pode ser?

- Claro! – Respondi, puxando a camisola até por baixo dos meus seios. A doutora pega no gel, esfregando-o nas suas mãos e em seguida espalha-o pela minha barriga.

- Ora vamos lá ver este pequeno, o que ele anda para aqui a fazer. – Ri-se. Harry volta a entrelaçar os nossos dedos. – Sugiro que só contem às pessoas a partir dos três meses, caso aconteça alguma coisa, o que não vai acontecer, porque temos todos uma mente positiva. Mas pronto, por cuidados extra, contem à família e aos amigos, só a partir dos três meses, que é quando temos a certeza que nada vai acontecer. Até lá, temos que ter alguns cuidados... Safira, não podes comer muitos frutos vermelhos, nada de gorduras em excesso... Vou receitar um creme para meteres depois do banho, para prevenir a estrias...

- Doutora, consegue ver alguma coisa? – Harry finalmente fala, fazendo a nossa atenção desviar-se até ele. O pequeno rolo que vagueava na minha barriga traduzia tudo no grande ecrã.

- Hm... está a ver esta espécie de buraco? – A doutora aponta para um pequeno ponto branco no ecrã.

- Sim... - O meu namorado responde.

- Aquele é o vosso filho, ou filha... mas... - Ela para.

- Mas o quê?

- Oiçam... - Pede. Os meus olhos encontram os de Harry. – Há dois corações. São gémeos! – Diz, parecendo surpreendida. Harry esboça um sorriso, parecendo mais feliz que nunca.

- Meu Deus, a dobrar ainda é melhor. – O meu namorado diz. – Amor, acertei mesmo no sítio certo. – Olha-me, fazendo-me corar. A doutora ri-se desconfortavelmente devido à nossa conversa. – Quando é que podemos saber os sexos?

- Daqui a mais ou menos duas semanas. Normalmente às oito semanas podemos verificar isso, apesar de às vezes não sair certo. Já tive casos que analisei a grávida e disse que era menina e só aos seis meses de gestação é que verifiquei que, afinal era menino. Por isso...

- Entendo.

- Às vezes pode sair menino e menina! Os casos de grávidas de 21 anos de gémeos são raríssimos! Aliás, devia de felicitar-vos, pela conquista.

- Vão ser lindos, como a mãe. – Harry olhou-me.

- Eu quero que eles tenham os olhos e o cabelo do pai. – Contrapus.

- Desde de que tenham o sorriso e a maneira de ser da mãe, já são lindos.

- Bem... - A doutora interrompe. – Eu vou estar no consultório. Podes limpar-te com aqueles panos e depois uma enfermeira vai estar aqui para te conduzir para o meu escritório. Até já.

- Até já. – Tanto eu, como Harry dissemos. Harry pegou nos panos e ajudou a limpar todo o gel que tinha espalhado na barriga e depois de estarmos prontos, fomos conduzidos até ao consultório da doutora, que nos deu informações de como o meu corpo iria reagir à transformação e os cuidados a ter com isso.

- Estás feliz? – Perguntei ao rapaz ao meu lado. Os seus dedos apertaram os meus.

- Estou para lá de feliz, Safira.