→ 31

1K 124 25
                                    

Olá, como vocês estão? Espero que bem. Eu não estou muito, mas espero que tudo seja resolvido.

Não deixem de conferir minhas outras traduções. Estou postando Yellow em um processo rápido, então logo logo estarei finalizando.

Boa leitura.

Eles realmente não sabiam se o que haviam encontrado era bom ou ruim. Como esperado, eu surtei. Fiquei na cama o dia todo e Lauren ficou comigo. Ela estava ao meu lado, presumo que estava estudando, não sei. Lauren sabia guardar muito bem seus sentimentos, ou pelo menos foi isso que ela me mostrou durante todo o tempo que estive ao seu lado. Ela sabia sorrir quando as coisas estavam piores, e agora não era exceção. Eu estava definhando porque não sabia o que havia de errado comigo.

— O que você está fazendo? — fiquei meio atordoada. Os analgésicos que me deram eram muito fortes. Talvez assim também me ajudassem a não pensar tanto nos resultados dos exames que faziam em mim.

— Revisando. — ela murmurou baixinho. Presumi que era noite, Lauren havia se oferecido para ficar comigo naquela noite e deixar meus pais descansarem. — Precisa de algo?

— Você, aqui... — apertei um pouco os olhos ouvindo como ela fechava os livros e juntava as folhas de anotações. Então, me virei de lado na cama. Lauren deitou ao meu lado, envolvendo cuidadosamente o braço atrás da minha cabeça. Ficamos em silêncio. Eu podia sentir sua respiração ondulando contra minhas costas, e suas mãos apertaram as minhas, entrelaçando nossos dedos. — E se eu estiver morrendo?

— Você não vai morrer. — ela sussurrou com uma voz dura e séria, apertando minhas mãos com força. — Não vai ser algo ruim.

— Nada que apareça no seu corpo e não sabem o que é acaba bem. — eu me escondi em seus braços, enfiando minha cabeça em seu peito. Apertei os lábios para não deixar escapar o ar que havia puxado, mas acabei soltando aos poucos. Lauren não disse nada, mas minha cabeça estava em seu peito. Seu coração estava bombeando rápido, forte, batendo contra o meu ouvido, me fazendo estremecer em seus braços. — Lauren... — ela ainda não disse nada. Procurei seu rosto com as mãos até encontrá-lo. Minhas mãos cobriram suas bochechas, e eu as senti molhadas; ela estava chorando silenciosamente.

Doeu, doeu vê-la assim e desta vez por mim. Limpei as lágrimas que escorriam por seu rosto com meu polegar, abraçando-a mais forte enquanto a ouvia fungar.

— Não volte a dizer isso. — sua voz estava quebrada, fraca, trêmula. Ela mergulhou as mãos em meus cabelos para me acariciar, beijando minha testa com os lábios. — Tudo vai ficar bem.

[...]

Um zumbido perfurou meus ouvidos e a maca em que eu estava deitada se moveu. Pelo que me contaram, iam fazer uma ressonância magnética. Eu estava com medo. Meus dedos estavam fechados na beirada da maca, e eu estava fechando os olhos com força e tentando respirar pelo nariz.

— Tudo bem, Camila, não se mexa muito, ok? Vai durar alguns minutos, nada mais.

Mas eu não estava preocupada com os minutos que eu estivesse lá, eu estava preocupada com o que estava naquela tela.

Os minutos pareciam intermináveis, e no silêncio daquela sala comecei a pensar em Lauren. Eu não queria que ela sofresse, não queria que isso piorasse a vida de Lauren se fosse algo ruim. Eu não queria que ela se afundasse comigo, não podia. Eu era sua âncora, e se sua âncora se desintegrasse? E se a âncora dela quebrasse e a deixasse à deriva? E se eu não fosse mais suficiente para tirá-la daquele poço em que ela estava?

— Já acabamos. — a voz do médico me fez pular na maca, e ele colocou a mão no meu ombro. — Ei, não chore. — ele limpou uma lágrima do meu rosto; eu nem tinha percebido que estava chorando de novo. — Agora eles vão te levar de volta para o seu quarto e não vamos mais incomodá-loa.

Cold - Português (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora