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Como vocês estão?

Mais um capítulo quentinho e bem rápido. O que estão achando?

Esse capítulo é um pouquinho pesado.

boa leitura.

— Como já dissemos, outro dia encontramos algo anormal no scanner. — o médico mostrou o que pensei ser um raio X, mas era o resultado do exame. — Esta é a sua cabeça antes do golpe, não havia nada. — ele levantou o próximo scanner, e o médico olhou para Alejandro. — Esta é a ressonância magnética que fizemos outro dia. Vocês veem essa mancha branca? — engoli em seco com tanta força que tive medo de engasgar. — É um tumor que pressiona o nervo óptico. Temos que fazer uma biópsia, mas achamos que é benigno. — Essa última coisa fez meu coração parar, me estabilizar completamente. Aproximei-me para ver a ressonância com o cenho franzido. — Poderíamos operá-la se...— minhas pernas tremiam, minhas mãos tremiam, sentia a bile no fundo da minha garganta.

— O que acontecerá quando o removerem? — cruzei os braços, ligando os pontos na minha cabeça. Se era realmente o que eu acreditava, minhas pernas estavam começando a ceder.

— Seu nervo óptico pode... voltar ao normal.

— Quer dizer que vou poder enxergar de novo? — Camila perguntou com o cenho franzido com os olhos voltados para o chão. Minhas unhas estavam quase cravadas em meus braços, esperando a resposta do médico.

— Poderia. Não é seguro. Não quero que você tenha muitas esperanças, porque raramente fizemos isso. O seu caso é um caso excepcional. — ele parecia nervoso, eu nem tinha notado que Camila estava chorando.

— Mas? — eu disse, tentando entender aquilo.

— Essa operação é muito arriscada. Não garantimos que você verá novamente e...

[...]

Os pais de Camila nos deixaram a sós. Camila estava sentada na beira da cama com as mãos nas minhas, acariciando lentamente. Eu estava com uma mistura de emoções que não sabia por onde começar a descrevê-las. A primeira é que eles não sabiam se deveriam estar felizes ou não, porque "acreditavam" que era benigno. A segunda é que eu também não sabia se ela sairia viva da operação. E a terceira... se ela saísse viva, não era certo que veria novamente.

Camila chorava silenciosamente, com uma lágrima bordejando a crosta de sangue no olho que melhorava um pouco a cada dia, mas tudo piorava cada vez mais.

— Você não pode operar. — eu murmurei baixinho, e Camila apertou minhas mãos e dentes.

— Cala a boca. — ela me respondeu, tencionando o maxilar. Ela se levantou da cama e eu a segurei, embora ela tenha recusado minha mão, se encostando na parede. — Essa é a única oportunidade que tenho. A única. — ela disse com a voz trêmula.

Meus lábios tremeram, com lágrimas grudadas na pele ressecada, cortadas e esbranquiçadas. Eu não estava sendo eu mesma, não estava no meu corpo. Se eu pudesse fazer uma troca com Deus, eu preferiria que a Camila continuasse vivendo e eu sofrendo na minha casa, mas não, eu não poderia perdê-la.

Camila bateu com a mão no pé da cama, e isso a deixou furiosa. Ele começou a bater no colchão, o metal da borda batendo em suas mãos.

— EU NÃO QUERO CONTINUAR! — ela estava gritando, batendo na porta com os punhos, enterrando as dobradiças nas mãos. — EU NÃO POSSO CONTINUAR! — sua voz estava desesperada, entre chorar e bater na porta com raiva e fúria.

Eu a abracei por trás segurando suas mãos que sangravam nos nós dos dedos, estavam vermelhos dos golpes. Escondi meu rosto em seu cabelo, soluçando, tentando fazê-la se controlar por ela e por mim. Camila só chorou, chorou sem se importar com nada.

Cold - Português (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora