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Mais um capítulo, estou me empenhando para ter mais atualizações constantes. Por favor deem uma olhada nas minhas outras traduções. Em breve estarei postando novos conteúdos.

Quem quiser me dar dicas de novas histórias é só me mandar por inbox ou comentar aqui ou no meu perfil mesmo. Sintam-se a vontade.

Minha vontade de vomitar era infinita. Meu estômago estava na garganta, eu sentia o gosto da bile toda vez que pensava que Camila provavelmente não sairia viva daquela operação.

As horas se passaram.

Na primeira hora. Sentei-me na cadeira do corredor na sala de espera. Alejandro e Sinu nem queriam estar ali, preferiam estar no carro ou no refeitório onde não havia ninguém para chorar baixinho. Eu, porém, permaneci no corredor agarrada à ideia de que Camila ainda apareceria correndo para os meus braços. Haha. Como eu estava delirando. Meu irmão me mandava mensagens constantemente sobre como tudo estava indo, mas eu não respondi, não tinha forças nem para me levantar do chão.

Mas eu me levantei.

Entrei no quarto na segunda hora de operação. Entre as coisas dela, na bolsa, vi o seu celular. Nele Camila tinha colado um pedaço de papel com "Lauren" escrito nele. Supus que havia pedido a sua mãe. Isso quebrou minha alma.

Abri o celular e havia um arquivo nele, uma pasta que dizia "Lauren". Era um áudio.

"Lamento que essa não seja uma carta escrita por mim ou algo assim... Você foi comer um sanduíche e essa é a única vez que tenho para dizer todas as coisas que quero te dizer. Me perdoa por eu estar sendo egoísta. Estou te privando de mim, e te dando mais um golpe na vida. Estou ciente de que estou te afundando e que provavelmente você sentirá um rancor dentro de você. Mas espero que você me entenda. Espero que você entenda que... tenho uma chance de sair desse pesadelo, de ver a luz, de ver o mundo. Poder sonhar à noite, poder pensar em você como uma pessoa e não como uma voz. — Camila começou a soluçar, com a garganta apertada. — E... eu te amo, Lauren. Obrigada por tudo que você fez por mim, obrigada por me fazer sentir, obrigada por despertar aquele lado da minha vida que eu tinha adormecido. Sabe... você foi aquela luzinha dentro da escuridão que me fez sentir as coisas que uma pessoa normal sente. E você não merece tudo isso, você não merece sofrer por alguém como eu. Você não merece estar ancorada em mim, você não merece estar mal porque eu não consigo enxergar. Isso, por menor que seja a probabilidade, também é uma oportunidade para você. Que você finalmente seja feliz. Se eu não sair da sala de cirurgia, só peço que não fique estagnada. Quero que você seja aquela grande fotógrafa que todos dizem que você é, quero que você realize seu sonho. E se eu sair e finalmente puder ver... Quero ver suas fotos para poder dizer que você é uma ótima fotógrafa. Eu te amo e... — escutei a porta. — Vou ao banheiro. — era a minha voz. Minha maldita voz. — Eu tenho que ir porque você chegou, você não parece querer falar comigo, mas... eu te amo. — começou a chorar de novo, arrancando meu coração."

A batida do meu punho contra a parede quebrou os ossos dos meus dedos, várias vezes, mas eu não me importei. A voz de Camila se repetia na minha cabeça, e provavelmente aquele "eu te amo" seria a última coisa que eu ouviria dela.

Coloquei o celular dela no bolso, agora era meu.

Caminhei até o final do corredor, estava escuro, havia uma pequena capela ali. Minha avó sempre dizia que, mesmo que não fosse crente, Deus sempre foi um prego ardente para todos agarrarem.

Tinha cerca de três bancos e tudo estava rodeado de velas. Ao fundo, em cima de um pequeno altar, presidia uma imagem do Cristo crucificado, rodeado de flores.

Cold - Português (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora