Cold - Português (Camren)

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Boa tarde, como vocês estão?

Não esqueçam de olhar minhas outras traduções <3

ALERTA GATILHO: MENÇÕES SOBRE SUICÍDIO, se o tópico for sensível para você, por favor não ler o capítulo ou pular quando eu avisar. Não se esqueçam de procurar ajuda <3

— E então... posso provar? — eu perguntei entrando no banheiro, e todos eles assentiram. Dave, colocou a mão nas minhas costas, levando-me para dentro. Lá, um grupo de meninas estava agachado na tampa do vaso sanitário, cheirando aquele pó branco que desaparecia até entrar em seus narizes.

— Só um pouco, acho que isso basta. — fiquei de joelhos na frente do vaso sanitário como um peso morto e nem pensei. Cheirei, engolindo aquele pó até terminar. Joguei minha cabeça para trás, fechando os olhos com força, não ouvindo mais nada ao meu redor.

Descansei minhas mãos na pia e olhei para meu rosto no espelho, meus músculos tensos, o verde em meus olhos ficando quase preto, minhas mãos apertando a borda da pia.

Aquela noite... não sei o que aconteceu nas primeiras quatro horas. A única coisa que sei é que eu corri, limpei, mas não estava cansada. Que meus músculos não queimavam, que eu não sentia nada além de um profundo desejo de querer me mover, correr, embora às quatro da manhã tivesse passado o efeito.

Sai do banheiro, por que Camila não estava comigo? Eu era uma merda, era normal que Camila não me quisesse. Se nem meus pais me queriam, quem mais iria querer? Eles tinham razão, e eu não deveria ter nascido, era uma covarde por não ir. Era uma covarde por não ter o valor suficiente para desaparecer.

Liguei para ela.

— Alô...? — sua voz estava rouca na ligação. A música tocava ao fundo, abafada, como se estivéssemos debaixo d'água.

— Camila... Te amo... Por que você não quer ficar comigo, huh? — apertei o celular e os olhos, minhas lágrimas desciam rápido por minhas bochechas, uma atrás da outra.

— Lauren, claro que eu quero estar contigo.

— Não, não quer. VOCÊ NÃO QUER. — bati na porta do banheiro com raiva, machucando a minha mão. — Ninguém quer...

— Lauren, por favor, pare de chorar. Claro que eu te quero.

— Você tem que ser feliz, e eu não te faço feliz, Camila, não pode querer alguém tão tóxico que te faça infeliz. — me encolhi no lugar e a porta do banheiro abriu. Eu conhecia o rosto daquele homem.

— Lauren, meu Deus, onde você está? Vou te buscar... — Era Liam. Liam, o garoto que me abusou quando tinha apenas catorze anos.

Me levantei como pude, apoiando as mãos na parede, e ele rio.

— Olha quem temos aqui... se não é a Lauren, a que pensou que poderia me causar algum dano. — ele agarrou meu pulso e o dobrou com força.

— ME DEIXA! ME DEIXA EM PAZ! — mas ele era mais forte do que eu, e puxou minha camisa rasgando o tecido do uniforme.

— Você pensou que era capaz de me denunciar e me fazer ir para a cadeia!? EM! — me empurrou contra a parede, mas o segurança entrou no banheiro ao escutar os golpes e o pegou como se fosse um trapo.

— FORA DAQUI. FORA. — ele agarrou Liam pelo pescoço e o colocou de joelhos no chão, falando no fone de ouvido na lapela de sua jaqueta. — Chamei a polícia. Está bem? — eu não respondi, porque eu olhava ele apavorado da parede, querendo se esconder em algum canto enquanto chorava.