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Boa tarde, como vocês estão?

Logo mais uma nova tradução <3

Lauren's POV

A luz do dia entrava com força pela janela, refletindo nas cadeiras e nas pessoas que estavam sentadas no centro da sala; como eu. Eu vi a Camila, ela me disse que ia dar tudo certo, que estava tudo bem. Ela também me perguntou como eu estava; eu disse que estava me acostumando e em seus olhos vi uma pitada de tristeza. Fiquei triste em saber que ela sentia pena de eu estar ali.

Aparentemente a Dra. Sullivan também trabalhava no hospital, era bom ver alguém que eu conhecia de fora, parecia menos estranho estar trancada ali, parecia que o mundo lá fora não estava tão longe.

— Pessoal, hoje vamos continuar com nossa oficina de pintura e artesanato, tudo bem? — achei ótimo, torci os dedos nervosamente olhando para o rosto das minhas colegas, um pouco nervosa. Eu não conhecia nenhuma delas. Sullivan disse que cheguei a um ponto em que não era mais eu e quase morri e reinicializei meu cérebro de uma forma terrível. Porque tive que aprender a falar de novo, a andar, e minhas mãos ainda estavam desajeitadas.

As mesas eram coloridas, pareciam respingos de tinta e era muito divertido. As cores me lembraram o estojo de tinta que ganhei da minha tia Elizabeth, o que teria acontecido com ele? Espero que meus pais não tenham jogado fora, embora eu não fique muito surpresa. Camila disse que meus pais queriam vir me ver e que estavam muito preocupados que eu tivesse morrido, mas o que eles não sabiam é que a filha deles realmente havia morrido naquela banheira.

— O que você vai fazer? — Dra. Sullivan ficou ao meu lado na mesa, enquanto eu empilhava as tintas no meu lado da mesa.

— Não sei. — respondi dando de ombros. Peguei um pincel e olhei para ele, notando que minha mão tremia, segurando-o com firmeza.

— Não sabe o que vai pintar? — balancei a cabeça, pegando o enorme pedaço de papel que ela me entregou e espalhando sobre a mesa.

— Eu nunca sei o que vou pintar. — ela permaneceu em silêncio enquanto eu abria as tampas das tintas. — Porque nunca sei o que estou sentindo.

— O que você sentiu antes de tentar cometer suicídio? — apertei o pincel e soltei um suspiro, fechando os olhos com uma careta.

— Ódio. Desespero. Tristeza. Sofrimento. — mergulhei um pouco o pincel na água e depois peguei a tinta a óleo preta, começando a deslizar o pincel no papel.

— E medo? — parei por um momento, mas imediatamente me recusei a continuar pintando. — O que aconteceu quando as drogas e o álcool fizeram efeito?

— Quando eu quase morri? — perguntei, pressionando o pincel no papel para deixar a linha mais grossa. Sullivan assentiu. — Eu vi tudo preto. Dizem que há algo do outro lado, e talvez haja, mas eu não vi.

— Você ficou em parada cardíaca por dois minutos. — balancei a cabeça ouvindo, fiquei praticamente morta por dois minutos. Dois minutos em que meu coração parou.

— Estava preto. Mas eu acho... Sim, tem alguma coisa do outro lado, só não consegui ver. De que outra forma eu saberia que estava tudo preto? Não é porque eu ainda estava consciente, eu estive morta por dois minutos, mas... A alma, ou o que quer que houvesse em mim, existia, estava lá. Desculpa, eu não sei me explicar muito bem. — continuei movendo o pincel sobre o papel, deixando os traços um pouco mais finos.

— Você gosta das cores? — balancei a cabeça, apertando a borda da mesa para prender o papel. — E por que você só usa tons pretos e escuros?

— Porque é assim que eu me sinto. — dei de ombros.

Cold - Português (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora