𝙖 𝙢𝙤𝙧𝙩𝙚

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Não tinha muitas ideias de para onde ele poderia ter ido, mas sei de um lugar que eu sempre poderia encontrá-lo, e por nada incrível que pareça era no adega. O adega era mais que um lugar para resenhas. Para o Kevin, era um lugar de conforto e de segurança.

 Pedi aos pais do Eddie um voto de confiança, e que deixassem que eu falasse com ele primeiro, e depois o levaria pra casa. Eles disseram que era estranho me dar um voto de confiança tão grande, porque nos conhecemos agora, mas Hariel me ajudou e eles aceitaram. Quando cheguei no adega, fui a passos largos até a sala Vip, estava quase correndo. Quando cheguei na sala, recuperei o fôlego e bati na porta. Não recebi resposta alguma, então entrei, na esperança de ainda encontra-lo.

 Nada.

Talvez eu ainda não o conhecesse tão bem. Fechei a porta e me virei para ir embora, quando o vejo virar o corredor e se aproximar. Talvez eu o conhecesse o suficiente. 

-Gab? -ele diz quase em um sussurro. 

Seu rosto estava vermelho. Ele chorou de novo. 

-O que está fazendo aqui? 

-Ah, o de sempre -digo em tom de brincadeira. Procurando um garoto fujão. -

-Não estou para brincadeiras hoje. -ele diz sério, mas sem ser grosso. 

Ele passa por mim e entra na sala. 

Eu vou logo atrás. 

-O que você quer? 

-Eu sei o que aconteceu. -Ele me olha se sentando em uma poltrona que tinha no canto da sala.

-Seus pais foram lá em casa. Estão preocupados com você.- Ele continua me olhando. Mas não diz nada. -Olha eu não posso dizer que entendo, por que não sei como é perder alguém, mas se precisar de mim, estou aqui. 

Me sentei ao seu lado e ficamos em silêncio. 

Mandei uma mensagem para Hariel dizendo que o encontrei e que já o levaria pra casa. Guardei o telefone na minha mochila e o olhei tentando decifrar o que ele estava sentindo. Vi uma lágrima descer sobre seu rosto, mas ele logo a enxugou com a manga do casaco

-Kevin...

-Ele era um cara legal, 

me interrompeu.

-Passei todas as minhas férias na casa dele. Ele me ensinou a pescar, bem, mais ou menos -ele abriu um sorriso. -Ele sempre se irritava porque a isca não ficava no anzol ou porque o peixe conseguia escapar. 

Sorri ao ver o carinho que ele falava do tio.

-Ele me deu minha primeira cerveja. Fiz minha primeira tatuagem com ele. Ele era como um pai pra mim Gabrielle. Agora ele...ele... -Ele começou a chora baixinho. 

Me levantei da cadeira, me abaixei na sua frente e o abracei o mais apertado que pude. Ele me abraçou de volta e chorou por alguns minutos. Quando ele se acalmou, me afastei só o suficiente para ver seu rosto. 

Me doeu ver ele dessa forma.

Segurei seu rosto entre minhas mãos o fazendo olhar pra mim 

-Meu bem, eu sei que é difícil que está doendo, -tentei dizer o mais calma possível. - Mas preciso te levar pra casa, seus pais estão realmente preocupados com você 

-Tudo bem -Ele dize dou um beijo em sua testa 

Saímos do adega e vamos até o estacionamento onde o carro de Kevin estava estacionado 

-Quer que eu dirija? Ele me olhou desconfiado, mas me deu as chaves de modo hesitante. 

-Vou tomar cuidado, prometo Dei mais um abraço nele e entramos no carro, logo dei a partida e fomos para sua casa.

𝗼 𝗺𝗲𝗹𝗵𝗼𝗿 𝗮𝗺𝗶𝗴𝗼 𝗱𝗼 𝗺𝗲𝘂 𝗶𝗿𝗺ã𝗼Onde histórias criam vida. Descubra agora