PUTA MERDA o que eu fiz?

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Point of view Marília.

É a hora do coquetel entre a cerimônia e a recepção, uma hora em que planejo beber meu peso corporal em álcool, na esperança de que isso me distraia do fato de que Maraisa está aqui neste casamento com meu irmão.

Ela está bem ao meu lado, ouvindo Gustavo tentar explicar sua saída desta situação. Eu tomo outro gole da minha bebida e já estou tentando sinalizar um garçom que está passando para que eu possa pedir outro.

Maraisa está com raiva, embora eu não esteja surpresa. Meu irmão lidou com a situação de forma deplorável e agora, de alguma forma, estou no meio do que parece perigosamente perto de um triângulo amoroso com o qual não quero ter nada a ver.

— Então você vê, é bem simples. Maraisa, você entrou no bar com alguns de seus amigos. Eu estava lá esperando por Marília. Ela não apareceu e eu não podia deixar passar a oportunidade de conhecer você.

Gustavo está parado na minha frente como um cachorro com o rabo entre as pernas. Os olhos de Maraisa poderiam abrir um buraco em sua cabeça se ele não fosse cuidadoso. — Ok, tudo bem, mas você sabia na época que eu trabalhava para a Dra. Mendonça?

Novamente com a besteira de Dra. Mendonça. Nós estamos fora do trabalho.

— Marília—, eu corrijo.

Ela me lança um olhar rápido e penetrante que me deixa com queimaduras de terceiro grau.

Gustavo ajusta o colarinho da camisa, claramente desconfortável. — Eu descobri mais tarde naquela noite.

— Então por que você não me contou? Estamos mandando mensagens por semanas. — Ela sacode a cabeça. — Isso só parece estranho agora.

Gustavo dá um passo à frente, seu tom assumindo uma fala suplicante. — Eu ia lhe contar, mas depois me ocupei com o trabalho, e esta noite parecia uma oportunidade tão boa quanto qualquer outra.

Honestamente, não me importo de ficar aqui. É como assistir a um acidente de trem lento. Eu meio que gosto de vê-lo se contorcer. Eu me movo para tomar outro gole da minha bebida, mas paro quando os olhos de Maraisa se fecham em mim novamente.

— E você também sabia? Por que você não me contou?

Eu rio e balanço a cabeça. — Acho que não. Esta luta não é minha. Se você vai ficar com raiva de alguém, deve ser do seu encontro.

Ela cruza os braços, claramente em desacordo. — Ontem, quando você estava me levando para casa, você poderia ter me contado sobre Gustavo. Houve muito tempo.

Eu termino de trazer meu copo para minha boca em vez de responder. A bebida queima um pouquinho na descida, mas não é nada comparado ao seu olhar varrendo-me, de olho no vestido que peguei ontem enquanto ela esperava no carro. Parece ofendê-la tanto quanto meu irmão e eu fizemos.

— Espere, o que você disse? — Gu pergunta indignado. — Levou-a para casa?

Isso é ótimo!

Gustavo está zangado agora, e não posso deixar de rir. — Relaxe, Gu. Estava chovendo e eu não queria que sua preciosa garota fosse para casa andando. Você pode parar de olhar para mim como se quisesse me matar.

— Isso é uma palhaçada. — Maraisa joga as mãos para cima e vai embora. — Vocês podem resolver isso. Vou tomar uma bebida.

Quando percebo que ela não pode mais nos ouvir, eu vou em direção a Gustavo, então estamos cara a cara e ele não pode desviar o olhar. — O que diabos você estava pensando quando resolveu trazê-la aqui como seu encontro? Isso é um jogo para você?

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